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A Responsabilidade Civil Objetiva e Subjetiva do Estado - Emerj

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Não há, por assim dizer, qualquer possibilidade de simplesmentese ignorar, diante da notável evolução <strong>do</strong> Direito como instrumento detutela da pessoa humana, o seu valor matricial e fundamental na ordemexistencial <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, as origens biológicas e afetivas da pessoa, seu reconhecimentointerno e externo perante a sociedade, o mun<strong>do</strong> e as demaispessoas e a necessária convivência com outras pessoas, num microssistemaconstituí<strong>do</strong> pela família, berço, amparo, reduto seguro, ponto departida e chegada, porto seguro de to<strong>do</strong>s nós.O Direito <strong>Civil</strong>, portanto, há de ser mutável, flexível, poroso, permitin<strong>do</strong>que seja oxigena<strong>do</strong> e atualiza<strong>do</strong> pelas mutações sociais resultantesda própria natureza humana de buscar, inovar e descobrir. Aestagnação e a renúncia a mudanças conduzem à abdicação, ao desenvolvimento,ao progresso e à aprendizagem.O que é a aprendizagem senão o movimento entre aquilo que foihá instantes e aquilo que ainda não é? Aprender é um embate, é um rangerde espadas. Aprender é um risco atraente, é o risco de estarmos novamente– e a cada instante – além de nós mesmos, <strong>do</strong> que é conheci<strong>do</strong>,<strong>do</strong> que já fomos, <strong>do</strong> que somos. Aprender é contar com o tempo a nossofavor, ter desprendimento suficiente para se afastar <strong>do</strong>s chama<strong>do</strong>s “portosseguros” em busca <strong>do</strong> desconheci<strong>do</strong>. Somente assim se cresce. Afinal,como diz Cora Coralina, “to<strong>do</strong>s estamos matricula<strong>do</strong>s na escola da vida,onde o mestre é o tempo e o que vale na vida não é ponto de partida e sima caminhada. Caminhan<strong>do</strong> e semean<strong>do</strong>, no fim terás o que colher”.Faz-se vivo o ensinamento de Michel Serres:Partir exige um dilaceramento que arranca uma parte <strong>do</strong> corpoà parte que permanece aderente à margem <strong>do</strong> nascimento,à vizinhança <strong>do</strong> parentesco, à casa e à idéia <strong>do</strong>s usuários,à cultura da língua e à rigidez <strong>do</strong>s hábitos. Quem não se mexenada aprende. Sim, parte, divide-se em partes. Teus semelhantestalvez te condenem como um irmão desgarra<strong>do</strong>. Erasúnico e reverencia<strong>do</strong>. Tornar-te-ás vários, às vezes incoerentecomo o universo que, no início, explodiu-se, diz-se, comenorme estron<strong>do</strong>. Parte, e tu<strong>do</strong> então começa. Partir, sair.Deixar-se um dia seduzir. Tornar-se vários, desbravar o exterior,bifurcar em algum lugar. Eis as três primeiras estranhezas,as três variedades de alteridade, os três primeiros mo<strong>do</strong>sde ser e expor. Porque não há aprendizagem sem exposição.114R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 14, n. 55, p. 87-164, jul.-set. 2011

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