13.07.2015 Views

A Responsabilidade Civil Objetiva e Subjetiva do Estado - Emerj

A Responsabilidade Civil Objetiva e Subjetiva do Estado - Emerj

A Responsabilidade Civil Objetiva e Subjetiva do Estado - Emerj

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

O direito à entrevista deve ser assegura<strong>do</strong>, estan<strong>do</strong> na esfera deliberdade <strong>do</strong> acusa<strong>do</strong> ou de seu defensor fazer usá-lo, caben<strong>do</strong> ao juizapenas advertir o acusa<strong>do</strong> da existência de tal direito, não haven<strong>do</strong> que sefalar em determinação de ofício. Cumpre notar que se tal direito não forassegura<strong>do</strong>, poderá implicar nulidade <strong>do</strong> ato, nulidade esta que se revestede caráter relativo 10 . Realmente, a nulidade só deve ser reconhecida casocomprova<strong>do</strong> o prejuízo para a defesa, conforme o princípio pas de nullitésans grief, a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> pelo art. 563 <strong>do</strong> CPP 11 , prejuízo que não ocorrerá, porexemplo, se o acusa<strong>do</strong> permanecer cala<strong>do</strong> durante o interrogatório.Há certa ponderação na jurisprudência no senti<strong>do</strong> de que o direitoà entrevista prévia e reservada é vocaciona<strong>do</strong> em especial para o acusa<strong>do</strong>quem tem defensor nomea<strong>do</strong> pelo juízo 12 , notadamente quan<strong>do</strong> seencontra preso, sen<strong>do</strong> no mais das vezes a primeira oportunidade paraconversar com o defensor.Nesse passo, a garantia deve ser flexibilizada quan<strong>do</strong> se trata de réuque responde em liberdade e com advoga<strong>do</strong> constituí<strong>do</strong> 13 , pois quan<strong>do</strong><strong>do</strong> interrogatório já travou contato com seu defensor. Quer dizer, não éque o juiz não deva assegurar-lhe tal direito; apenas, se eventualmentenão formular tal advertência, nessas condições, não há que se falar emnulidade.O direito à entrevista, inclusive, tem o condão de sanar víciodecorrente de ausência de citação <strong>do</strong> réu preso 14 , que apenas fora requi-FERNANDO DA COSTA TOURINHO FILHO, (ob. cit, p. 452), “o réu, se quiser ser interroga<strong>do</strong>, poderá mentir à vontade”,nada lhe acontece, salvo se fizer uma auto-acusação falsa ou uma denunciação caluniosa.10 Há jurisprudência reconhecen<strong>do</strong> que a infringência a tal direito implica nulidade absoluta (STJ; HC 82350;Rel. Maria Thereza De Assis Moura; DJE 08/06/2009).11 Art. 563 - Nenhum ato será declara<strong>do</strong> nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para adefesa.12 “O direito de entrevista prévia e reservada entre o réu e seu defensor está liga<strong>do</strong> ao interrogatório <strong>do</strong> acusa<strong>do</strong>e não à audiência de instrução e julgamento. A garantia possibilita ao réu que não possua advoga<strong>do</strong> constituí<strong>do</strong>conversar antecipadamente com o defensor nomea<strong>do</strong>, para que possa ser orienta<strong>do</strong> sobre as conseqüências de suasdeclarações, de mo<strong>do</strong> a não prejudicar sua defesa.” (STF; HC 99684; Rel. Min. Ellen Gracie).13 “EMENTA (...) O defensor público e o dativo são os principais destinatários da norma, pois, na maioria <strong>do</strong>s casos,conhecem o réu somente no momento <strong>do</strong> interrogatório. No tocante ao defensor constituí<strong>do</strong>, a utilização dessagarantia, embora possível, praticamente inexiste, uma vez que ele é cientifica<strong>do</strong> da data da audiência muito tempoantes, o que lhe assegura a oportunidade de conversar antecipadamente com seu cliente e orientá-lo. Evidentemente,haven<strong>do</strong> necessidade, pode requerer ao juiz que tal entrevista prévia lhe seja facultada. VII - In casu, tantoo magistra<strong>do</strong> quanto o representante <strong>do</strong> MPF retiraram-se da sala de audiência por ocasião da entrevista, permanecen<strong>do</strong>apenas o acusa<strong>do</strong>, seu defensor e os policiais que faziam a escolta. A permanência <strong>do</strong>s policias ocorreupor motivos de segurança pública, uma vez que as dependências <strong>do</strong> Fórum não asseguravam a prática <strong>do</strong> ato semo risco de uma eventual fuga ou para a segurança em geral.” (TRF 3ª Reg.; HC 29891; Rel. Juiz Cotrim Guimarães;DJF3 CJ1 08/10/2009).14“HABEAS CORPUS. FURTO QUALIFICADO TENTADO (ARTIGO 155, § 4º, INCISO III, COMBINADO COM O ARTIGO 14,II, TODOS DO CÓDIGO PENAL). ACUSADO PRESO. CITAÇÃO PESSOAL (ARTIGO 360 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL).282R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 14, n. 55, p. 278-289, jul.-set. 2011

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!