Critica-Textual-do-Novo-Testamento
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122 • CRÍTICA TEXTUAL DO NOVO TESTAMENTO<br />
Texto Recebi<strong>do</strong>, corrigin<strong>do</strong>-o bem menos <strong>do</strong> que poderia tê-lo feito.<br />
Mesmo assim, pelos princípios que desenvolveu, talvez possa ser<br />
considera<strong>do</strong>, como diz Vaganay, o precursor da moderna crítica<br />
textual <strong>do</strong> N T,36 vin<strong>do</strong> a exercer junto aos críticos posteriores<br />
extraordinária influência.37<br />
ChristianF. Matthaei (1744-1811), professor de Literatura Clássica<br />
em Vitenbergue e depois em Moscou, publicou em Riga uma edição<br />
<strong>do</strong> NT em grego e latim em 12 volumes, entre 1782 e 1788. Por não<br />
ser elabora<strong>do</strong> sob os melhores critérios meto<strong>do</strong>lógicos e estar basea<strong>do</strong><br />
apenas em mss. recentes, seu texto grego é de pouco valor crítico. O<br />
mesmo, porém, já não pode ser dito <strong>do</strong> aparato, onde muitos mss. são<br />
cita<strong>do</strong>s com bastante exatidão, sen<strong>do</strong> que vários deles são conheci<strong>do</strong>s<br />
hoje apenas mediante tais citações. Além de ter cola<strong>do</strong> mss. em<br />
Dresden, Leipzig e Gõttingen, Matthaei o fez também em Moscou,<br />
onde encontrou inúmeros mss. bíblicos e patrísticos que haviam si<strong>do</strong><br />
trazi<strong>do</strong>s <strong>do</strong> monte Atos. Ele fez, por exemplo, a colação de 34 mss.<br />
das homilias de João Crisóstomo sobre os evangelhos e as epístolas<br />
paulinas. Em sua segunda edição, publicada em três volumes entre<br />
1803 e 1807, agora sem o texto latino, acrescentou as evidências de<br />
cerca de 30 outros mss. Sua edição é digna de nota também porque<br />
mencionou, parece que pela primeira vez, as evidências extraídas da<br />
versão Eslava.<br />
Johann L. Hug (1765-1846), professor na Universidade de<br />
Friburgo, não editou propriamente um n t grego, mas, numa obra<br />
publicada em 1808, desenvolveu a teoria de que mais ou menos no<br />
início <strong>do</strong> século III os muitos tipos de textos <strong>do</strong> NT degeneraram-se<br />
rapidamente e produziram o que denominou de edição comum, o<br />
mesmo texto que hoje é conheci<strong>do</strong> como ocidental. Por volta da<br />
metade <strong>do</strong> século III, na sua opinião, essa edição foi revisada em três<br />
diferentes lugares: na Palestina, por Orígenes, revisão essa mais tarde<br />
36 Op. cit., p. 160.<br />
37 A la n d & A la n d , op. cit., p. 9.