Critica-Textual-do-Novo-Testamento
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PRINCÍPIOS E PROCEDIMENTOS TEXTUAIS • 155<br />
origina<strong>do</strong>, daí que o texto escolhi<strong>do</strong>, para mostrar-se váli<strong>do</strong>, deve<br />
poder explicar tanto quanto possível a origem das formas divergentes<br />
que foram consideradas como secundárias. Trata-se <strong>do</strong> mesmo méto<strong>do</strong><br />
genealógico, só que agora não mais aplica<strong>do</strong> aos mss. como se<br />
pretendia no século passa<strong>do</strong>. As variantes é que são assim estudadas,<br />
individualmente, e se sua genealogia for estabelecida com precisão,<br />
então é bem provável que se possa chegar ao texto original.<br />
Convém destacar, no entanto, que mesmo esse último princípio<br />
nem sempre será determinante, pois poderá ser o caso, e de fato há<br />
exemplos disso, de que duas variantes se expliquem mutuamente,<br />
poden<strong>do</strong> qualquer uma ter-se origina<strong>do</strong> da outra, de maneira que nem<br />
sempre to<strong>do</strong>s os princípios poderão ser aplica<strong>do</strong>s a to<strong>do</strong>s os casos. Às<br />
vezes, a prioridade deverá ser dada a determinada evidência sobre<br />
outra; e também a ordem <strong>do</strong>s princípios acima não visa a estabelecer<br />
graus de importância, senão de simples enumeração. Além disso, a<br />
advertência já várias vezes referida, de que nenhuma regra é absoluta,<br />
ou de que não há regra sem exceção, deve lembrar-nos de que a<br />
crítica textual <strong>do</strong> NT não é uma ciência exata, um trabalho que possa<br />
ser feito mecanicamente. O crítico deve ter sempre diante de si as<br />
regras em seu conjunto e saber aplicá-las com imparcialidade,<br />
acuidade intelectual e muita perspicácia. Metzger declara: “Ensinar<br />
alguém a tornar-se crítico textual é semelhante a ensinar-lhe a ser<br />
poeta ” .26 Por fim, valem as palavras de Lake, lembran<strong>do</strong> a grande<br />
cautela que se exige para que um texto não seja ti<strong>do</strong> como corrupto<br />
quan<strong>do</strong> na verdade isso é apenas possível. “O crítico” — diz ele —<br />
“deve estar sempre pronto para revisar seu julgamento. Deve sempre<br />
suspeitar das variantes, mas deve suspeitar ainda mais de suas próprias<br />
conclusões. ” 27<br />
Bom senso, conhecimento e talento, porém, não são o bastante,<br />
embora sejam imprescindíveis.28 Há <strong>do</strong>is outros requisitos igualmente<br />
necessários àquele que se aplica ao estu<strong>do</strong> textual <strong>do</strong> NT, ou a<br />
The text o f the New Testament, p. 211.<br />
" The text o f the New Testament, p. 5.<br />
Veja L a d d , The New Testament and criticism, p. 81.