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Critica-Textual-do-Novo-Testamento

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ANÁLISE DE TEXTOS *181<br />

seguir, Orígenes mostra sua razão para desaprovar a forma “Jesus<br />

Barrabás” ; não pode estar certa, subentende ele, porque “na gama<br />

inteira da Escritura não se acha nenhum peca<strong>do</strong>r com o nome<br />

Jesus” . 18 De Orígenes também pode ser o seguinte comentário:<br />

Em muitas cópias antigas que conheço, encontrei o próprio Barrabás<br />

chama<strong>do</strong> “Jesus”; assim, a pergunta de Pilatos teria si<strong>do</strong> como<br />

segue: Tíva déXere àirò t ü v ôi>o àirókvoui v[úv, 'Irjoovv t ò v<br />

BapciPPâv rj ’Irjaovv t ò v Xeyófievov Xpioróv; pois aparentemente<br />

o nome paterno <strong>do</strong> assaltante era “Barrabás”, que pode ser<br />

entendi<strong>do</strong> como “filho <strong>do</strong> mestre” .19<br />

Essa leitura também deve ter existi<strong>do</strong> já no século II, pois Orígenes<br />

declara que a conhecia de “muitas cópias antigas” . Além disso, ela<br />

aparece num grupo de mss. pré-cesareenses ( f ), bem como na Siríaca<br />

Sinaítica, talvez a mais antiga versão <strong>do</strong> NT.<br />

O texto “Barrabás” , por sua vez, também remonta ao século II.<br />

Além de encontrar-se nos melhores unciais (N e B) e de Orígenes<br />

declarar que o conhecia de “muitas cópias” , também é o texto das<br />

antigas versões latinas e coptas. Por isso, a evidência externa não<br />

conduz a uma conclusão definitiva, deven<strong>do</strong> ser lembra<strong>do</strong> que o<br />

número de mss. a favor de uma variante não é o mais importante.<br />

Evidência interna. Para os que defendem o texto breve,<br />

“Barrabás” , a forma “Jesus Barrabás” é explicada como uma alteração<br />

acidental e, às vezes, intencional.<br />

No caso de ter havi<strong>do</strong> uma alteração acidental, “Jesus Barrabás”<br />

teria surgi<strong>do</strong> de uma ditografia. No versículo 17, a palavra precedente<br />

é vjiiv, que na antiga escrita uncial era grafa<strong>do</strong> YMIN. Num tempo<br />

bem remoto, algum copista poderia ter repeti<strong>do</strong> inadvertidamente o<br />

final da palavra, fazen<strong>do</strong> YMININ. Mais tarde, essas duas letras<br />

18 Ibid.<br />

19 Essa citação, que aparece à margem <strong>do</strong> uncial S, <strong>do</strong> século X, e de cerca de 20<br />

mss. minúsculos, é atribuída ou a Anastácio, Bispo de Antioquia (talvez na parte<br />

final <strong>do</strong> século VI), ou a Crisóstomo. Também aparece em um ms. atribuí<strong>do</strong> a<br />

Orígenes, que talvez tenha si<strong>do</strong> sua fonte final.

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