Critica-Textual-do-Novo-Testamento
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62 • CRÍTICA TEXTUAL DO NOVO TESTAMENTO<br />
problema ainda não foi resolvi<strong>do</strong> de mo<strong>do</strong> satisfatório” . 34<br />
Latina<br />
Duas são as versões latinas que se distinguem: a Antiga Latina, que<br />
engloba todas as traduções feitas até o século IV, e a Vulgata Latina,<br />
preparada por Jerônimo entre 383 e 405. As evidências indicam que<br />
as primeiras traduções latinas começaram a surgir no norte da África,<br />
provavelmente em Cartago, um <strong>do</strong>s centros da cultura romana, e,<br />
pelos indícios de textos latinos que há nos escritos de Tertuliano, essas<br />
traduções remontam ao último quartel <strong>do</strong> século II. Pouco depois,<br />
talvez já no início <strong>do</strong> século III, outras traduções começaram a surgir<br />
na Europa, em países como Itália, Gália e Espanha, onde o grego, que<br />
pre<strong>do</strong>minara até então, começava a ser supera<strong>do</strong> pelo latim. A Antiga<br />
Latina, portanto, está dividida em duas famílias ou grupos de<br />
traduções: a africana, mais antiga e mais livre em relação ao original,<br />
e a européia, que, embora não tenha surgi<strong>do</strong> sem conhecimento e<br />
utilização <strong>do</strong> texto africano, não consiste em mera recensão deste,<br />
senão em nova tradução. Às vezes se tem fala<strong>do</strong> ainda numa terceira<br />
família, a italiana, que teria surgi<strong>do</strong> no século IV provavelmente para<br />
amenizar as diferenças entre as traduções africanas e européias. Boa<br />
parte <strong>do</strong>s críticos, porém, questiona essa tríplice divisão,<br />
argumentan<strong>do</strong> que o suposto texto italiano representa apenas uma<br />
forma da Vulgata Latina.3'’ São conheci<strong>do</strong>s até o momento cerca de<br />
70 mss. e fragmentos da Antiga Latina, <strong>do</strong>s quais nenhum possui o NT<br />
completo; cobrem o perío<strong>do</strong> que vai <strong>do</strong> século IV ao século XIII e são<br />
designa<strong>do</strong>s pela abreviatura it, de “ítala” , 36 seguida de uma letra<br />
pequena na forma de expoente.<br />
34 WlKENHAUSER, op. cit., p. 107.<br />
35 Veja Ke n y o n , op. cit., p. 171.<br />
36 A designação de “ítala” para a Antiga Latina, embora tradicional, é incorreta,<br />
pois a citação de Agostinho da qual deriva (A <strong>do</strong>utrina cristã, II, 15)<br />
provavelmente só se refira a uma forma européia da Antiga Latina. (Veja<br />
discussão sobre o assunto em Bruce M. M etzger, The early versions o f the New<br />
Testament, p. 290-93.)