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Critica-Textual-do-Novo-Testamento

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O TEXTO IMPRESSO • 123<br />

a<strong>do</strong>tada por Jerônimo; no Egito, por Hesíquio;38 e na Síria, por<br />

Luciano. Embora a atribuição a Orígenes tenha si<strong>do</strong> equivocada e a<br />

distribuição <strong>do</strong>s mss. nas diferentes famílias apresente muitos erros,<br />

sua teoria foi muito perceptiva e apresentou-se fundamentalmente<br />

correta; tem recebi<strong>do</strong> bem poucos reparos.<br />

Johannes M. A. Scholz (1794-1852), estudioso católico e professor<br />

na Universidade de Bonn, publicou sua edição grega <strong>do</strong> NT em <strong>do</strong>is<br />

volumes, entre 1830 e 1836. Ten<strong>do</strong> viaja<strong>do</strong> pela Europa e pelo<br />

Oriente Próximo, redigiu aquela que se tornou a primeira lista<br />

completa de mss. <strong>do</strong> NT, adicionan<strong>do</strong> 616 novos mss. aos já<br />

conheci<strong>do</strong>s. Ele também foi o primeiro a enfatizar a importância de<br />

se conhecer a região geográfica representada pelos muitos mss. no que<br />

se tornou o precursor da teoria <strong>do</strong>s textos locais, e, ao classificar os<br />

mss. em grupos textuais, seguiu a dupla classificação de Bengel: os<br />

textos alexandrino e constantinopolitano. Durante seu minucioso<br />

exame de mss. minúsculos, porém, foi grandemente impressiona<strong>do</strong><br />

pela uniformidade geral <strong>do</strong> texto, característica que considerou como<br />

prova de sua superioridade em relação ao texto alexandrino. Assim,<br />

embora publicasse um texto crítico, isto é, basea<strong>do</strong> em princípios<br />

críticos, sua edição representou um retrocesso em direção ao Texto<br />

Recebi<strong>do</strong>, somente em virtude de sua incoerência na aplicação das<br />

teorias textuais. Parvis declara que “Scholz foi talvez o estudioso mais<br />

equivoca<strong>do</strong> que já editou o NT” ,39 ainda que suas pesquisas<br />

certamente contribuíssem para o desenvolvimento da crítica textual.<br />

38 No prefácio de sua tradução latina de Crônicas, Jerônimo afirma que o texto da<br />

LX X prepara<strong>do</strong> por Hesíquio era o preferi<strong>do</strong> em Alexandria, enquanto o de<br />

Luciano o era em Antioquia e Constantinopla, e, no prefácio <strong>do</strong>s evangelhos,<br />

condena o trabalho de ambos, declaran<strong>do</strong> que não deveriam ter-se atrevi<strong>do</strong> a<br />

corrigir o texto da LX X . Lamenta também que era inútil tentar corrigir o N T pelas<br />

muitas versões cujas alterações eram indevidas. E é com base nessas vagas<br />

citações que mesmo hoje há autores que vinculam o tipo de texto alexandrino a<br />

Hesíquio. Nada mais, porém, sabe-se acerca dele, além <strong>do</strong> fato de que era bispo<br />

no Egito e foi martiriza<strong>do</strong> em Alexandria, cerca <strong>do</strong> ano 311, pelo Impera<strong>do</strong>r<br />

Maximino (veja E U S É B IO , História eclesiástica, V III, 13.).<br />

39 Op. cit., p. 602.

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