Critica-Textual-do-Novo-Testamento
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68 • CRÍTICA TEXTUAL DO NOVO TESTAMENTO<br />
procedência geográfica <strong>do</strong>s textos <strong>do</strong>s mss., quan<strong>do</strong> comparadas com<br />
eles. Enfim, as citações patrísticas representam um auxílio valioso<br />
para a reconstituição da história primitiva <strong>do</strong> texto <strong>do</strong> NT e, por<br />
conseguinte, de sua mais antiga forma textual acessível. A maior parte<br />
delas é encontrada em <strong>do</strong>cumentos gregos e latinos; muitas estão em<br />
siríaco, e um pouco em algumas outras línguas. Alguns <strong>do</strong>s Pais da<br />
Igreja mais importantes para a crítica textual são os seguintes:<br />
Agostinho (354-430), bispo de Hipona. Descrito como aquele com<br />
quem “a Igreja antiga atingiu seu ponto religioso mais eleva<strong>do</strong> desde<br />
os tempos apostólicos” , 47 escreveu, segun<strong>do</strong> seu próprio balanço<br />
literário, 48 nada menos de 93 obras filosóficas, <strong>do</strong>gmáticas,<br />
exegéticas e outras, sem contar os numerosos sermões e as não menos<br />
numerosas cartas, por vezes bem extensas. Seu trabalho mais<br />
importante foi a A Cidade de Deus, dividida em 22 livros, onde<br />
inseriu sua filosofia da história e sua defesa <strong>do</strong> cristianismo contra a<br />
acusação pagã de que, no aban<strong>do</strong>no <strong>do</strong>s antigos deuses, sob cuja<br />
proteção Roma atingira posição de destaque, estava a causa de sua<br />
ruína.<br />
Ambrósio (c. 337-397), bispo de Milão. Embora limitasse suas<br />
exposições bíblicas ao méto<strong>do</strong> alegórico, foi prega<strong>do</strong>r e teólogo de<br />
grande talento e autor de várias homilias, trata<strong>do</strong>s exegéticos e escritos<br />
morais e <strong>do</strong>gmáticos. Seus trata<strong>do</strong>s exegéticos baseiam-se<br />
principalmente no AT, mas também incluem uma exposição <strong>do</strong><br />
evangelho de Lucas.<br />
Atanásio (295-373), bispo de Alexandria, mas cinco vezes<br />
desterra<strong>do</strong> pelos arianos e seus simpatizantes. Descrito como “o<br />
campeão da orto<strong>do</strong>xia contra o arianismo” ,49 escreveu obras de um<br />
47 W. WALKER, História da Igreja cristã, v. 1, p. 231.<br />
48 Retratações, it, 76.<br />
49 J. D. Douglas, ed., The new international dictionary o f the Christian Church,<br />
p. 81.<br />
Arianismo: <strong>do</strong>utrina formulada por Ário (280-336), presbítero de Alexandria, que<br />
via em Cristo um Ser cria<strong>do</strong> e, portanto, de substância diferente da de Deus. Na