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RESERVA NATURAL VALE

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FLORESTA ATLÂNTICA DE TABULEIRO: DIVERSIDADE E ENDEMISMOS NA <strong>RESERVA</strong> <strong>NATURAL</strong> <strong>VALE</strong><br />

Rebio de Sooretama (Paula & Soares, 2011)<br />

S500 foi igual a 171,7 espécies e, na Reserva de<br />

Linhares, com 250 parcelas de 20 x 80 m (Jesus<br />

& Rolim, 2005) S500 foi igual a 177,7. Ou seja,<br />

mesmo com um esforço quase 40 vezes maior<br />

e mais de duas centenas de parcelas menores<br />

dispostas na floresta, a diferença de riqueza<br />

entre estas duas áreas bastante próximas foi de<br />

menos de 4% no número de espécies.<br />

Estes exemplos nos permitem discutir que,<br />

para certas áreas, os efeitos da amostragem<br />

podem ser mínimos e assim nos possibilitaram<br />

considerar, com alguma flexibilidade, que a escala<br />

de amostragem não deve ter sido um forte agente<br />

influenciador na riqueza média geral obtida entre<br />

as fisionomias. Contudo, a generalização sobre<br />

este padrão é complexa e requer estudos mais<br />

elaborados para melhores interpretações da<br />

relação entre métodos de amostragem e riqueza<br />

de espécies.<br />

Vale destacar ainda que os três sítios mais<br />

ricos em espécies foram Estação Biológica de<br />

Santa Lúcia em Santa Teresa (ES), com S500<br />

igual a 215,3 espécies (Saiter et al., 2011);<br />

Serra Grande na Bahia, com S500 igual a 220<br />

espécies (Thomas et al., 2008) e Serra do<br />

Conduru, também na Bahia com S500 igual a<br />

223,1 espécies (Martini et al., 2007). Utilizando<br />

a inferência pelo intervalo de confiança, a<br />

estimativa de S500 não difere entre estes três<br />

sítios (Figura 3).<br />

Deve ser considerado, entretanto, que para<br />

obter S500 para a Serra do Conduru, foram<br />

unificados dados de três áreas próximas de<br />

diferentes estágios sucessionais, onde cada<br />

área apresenta em média 257 indivíduos,<br />

insuficiente para se obter S500. Ao juntar as<br />

três áreas podemos ter inflacionado a riqueza<br />

de S500, já que a composição de espécies em<br />

diferentes estágios sucessionais ou mesmo<br />

entre fragmentos de Floresta Atlântica tende a<br />

ser diferente (Magnago et al., 2011; Magnago<br />

et al., 2014). Todavia, Martini et al. (2007)<br />

analisaram e compararam a riqueza na Serra<br />

do Conduru com outros levantamentos de<br />

amostragem semelhante nos trópicos, inclusive<br />

com Serra Grande, e concluem pela alta riqueza,<br />

que está entre as maiores do mundo. Os maiores<br />

valores de S500, obtidos para sítios tropicais<br />

estão em Lambir, Sarawak, em Yanamono, no<br />

Peru, com S500 igual a 235 e 267 espécies,<br />

respectivamente (Phillips et al., 1994).<br />

Figura 3: Riqueza estimada por rarefação para o sítios mais ricos em espécies no domínio da Floresta Atlântica: em<br />

florestas estacionais (FES), ombrófilas do RJ e SP (FOD) e do norte do Espírito Santo e sul da Bahia (ESBA). As linhas<br />

estão plotadas na mesma ordem apresentada na legenda. A área sombreada (cinza claro) representa o intervalo de<br />

confiança a 95% dos extremos das três curvas com maior riqueza de espécies.<br />

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