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TOBÓN ET AL.<br />

EXPRESSÃO SEXUAL DE ANGIOSPERMAS<br />

Síndromes Polinização e Dispersão<br />

As categorias para as síndromes de polinização<br />

foram estabelecidas como anemofilia (polinização<br />

por vento), entomofilia (polinização por insetos),<br />

quiropterofilia (polinização por morcegos) e<br />

ornitofilia (polinização por aves), seguindo as<br />

definições de Endress (1994). As espécies que<br />

tinham mais de um tipo de polinizador foram<br />

classificadas em duas ou mais síndromes.<br />

As espécies foram também classificadas<br />

como portadoras de frutos carnosos ou secos.<br />

Consideraram-se frutos carnosos aqueles que<br />

possuíam um pericarpo carnoso ou, no caso de<br />

pericarpo seco, as sementes apresentavam uma<br />

polpa ou arilo carnoso, atrativo a dispersores<br />

(Flores & Schemske, 1984). Consideraramse<br />

como frutos secos, aqueles nos quais o<br />

pericarpo era seco e o arilo ou polpa ausentes.<br />

Essa classificação permitiu inferir duas categorias<br />

para as formas de dispersão: biótica para frutos<br />

carnosos e frutos secos tipo lomento e abiótica<br />

para frutos secos. As informações pertinentes<br />

para caracterizar as espécies quanto às síndromes<br />

polínicas e de dispersão foram obtidas de<br />

bibliografias especializadas e de consultas a<br />

sítios eletrônicos com este tipo de informação<br />

(p.ex.http://biodiversity.uno.edu/delta/angio/;<br />

http://tolweb.org/CoreMalvales,http://www.<br />

arvoresbrasil.com.br/).<br />

Análises estatísticas<br />

A incidência do hermafroditismo, monoecia<br />

e dioecia e suas associações com atributos<br />

ecológicos na RNV foi inicialmente explorada com<br />

uma Análise de Coordenadas Principais (PCoA)<br />

por meio do programa Past 3-2013 (Hammer<br />

et al., 2001). Posteriormente, os dados formam<br />

comparados através do teste de Qui quadrado<br />

(Gotelli & Ellison, 2011), utilizando a ferramenta<br />

disponível em Turner (2015). A hipótese nula<br />

para cada um dos casos é que as distribuições<br />

das frequências dos sistemas sexuais não<br />

diferem significativamente em cada categoria,<br />

com respeito à distribuição dos mesmos na flora<br />

como um todo. Para o teste de sistemas sexuais<br />

e hábito, a categoria palmeiras foi excluída por<br />

apresentar valores esperados menores do que<br />

cinco para dois atributos.<br />

RESULTADOS<br />

Foi possível estabelecer o sistema sexual para<br />

1.676 espécies distribuídas em 145 famílias<br />

de Angiospermas registradas na RNV, local de<br />

ocorrência e hábito. A frequência de espécies<br />

hermafroditas foi de 77%, espécies dioicas 13% e<br />

monoicas 10%. Quando calculadas as frequências<br />

para espécies lenhosas (árvores e arbustos), o<br />

hermafroditismo continuou a ser o mais frequente,<br />

com 74% e as monoicas e dioicas com nove e<br />

17%, respectivamente (Tabela 2), o que sugere<br />

uma relação do hábito arbóreo e arbustivo com a<br />

condição dioica. A listagem das espécies alvo, junto<br />

com os dados ecológicos e local de ocorrência,<br />

encontra-se compilada no capítulo de flora de<br />

Angiospermas (Rolim et al., 2016).<br />

As famílias Fabaceae e Myrtaceae, com<br />

maior riqueza de espécies na RNV (Rolim et<br />

al., 2016), são completamente hermafroditas.<br />

Outras 80 famílias também são exclusivamente<br />

hermafroditas na RNV, embora representadas<br />

por poucas espécies, totalizando 80% de famílias<br />

completamente hermafroditas. Doze famílias<br />

resultaram ser totalmente dioicas e sete totalmente<br />

monoicas, representando 9% e 4% do total da<br />

flora, respectivamente, enquanto que 5% das<br />

famílias, como Cyperaceae, Sapotaceae, Lauraceae,<br />

Salicaceae, Peraceae e Urticaceae possuem<br />

espécies representantes de cada um dos três<br />

tipos de sistema sexual. Dez por cento das famílias<br />

tiveram a combinação de espécies hermafroditas<br />

e dioicas, enquanto 5% tiveram a combinação<br />

hermafroditas e monoicas e outros 5% dioicas<br />

e monoicas (p. ex. Moraceae, Anacardiaceae,<br />

Burseraceae, Menispermaceae, Cucurbitaceae,<br />

Monimiaceae e Euphorbiaceae).<br />

Na Tabela 3 encontram-se compilados os<br />

dados das frequências de sistemas sexuais para<br />

19 estudos em áreas tropicais. A frequência<br />

de sistemas sexuais para a RNV acompanha as<br />

tendências de outras áreas tropicais, especialmente<br />

da Mata Atlântica. Espécies hermafroditas, com<br />

mais de 70% dominam a flora, enquanto as espécies<br />

unissexuadas representam 21% do total.<br />

A fisionomia com maior número de espécies<br />

registradas foi a Floresta Alta, com 1.044 espécies,<br />

das quais 173 são dioicas e 148 monoicas (Tabela<br />

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