05.02.2017 Views

RESERVA NATURAL VALE

livrofloresta

livrofloresta

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

SCARANO & CEOTTO<br />

DESAFIOS PARA A CONSERVAÇÃO<br />

CONSIDERAÇÕES FINAIS: O PAPEL DA<br />

<strong>RESERVA</strong> <strong>NATURAL</strong> <strong>VALE</strong><br />

A Vale possui uma política de sustentabilidade e gera<br />

relatórios anuais que são de acesso público (ver http://<br />

www.vale.com/PT/aboutvale/sustainability/Paginas/<br />

default.aspx). Várias das práticas e preocupações<br />

descritas acima compõem a rotina da empresa e<br />

também de algumas outras empresas do setor de<br />

mineração (ver Barkemeyer et al., 2015). Todavia,um<br />

importante destaque para a empresa nesse campo<br />

diz respeito à Reserva Natural Vale, que cumpre um<br />

importante papel no cenário da conservação e da ciência<br />

da biodiversidade, e em especial da Mata Atlântica, no<br />

Brasil. Seus cerca de 23 mil hectares protegem um<br />

trecho peculiar de Mata Atlântica, no Espírito Santo,<br />

que abriga uma grande diversidade de espécies e<br />

também uma notável diversidade de fitofisionomias,<br />

que vão de florestas a formações abertas (Peixoto<br />

et al., 2008). Por exemplo, em vários dos capítulos<br />

deste livro é relatada a alta diversidade de plantas<br />

(cerca de 2.000 angiospermas), de aranhas (cerca<br />

de 300 espécies), aves (391 espécies), borboletas<br />

(512 espécies), entre outros. Que uma empresa de<br />

mineração e energia proteja uma área tão importante,<br />

já é em si notável pelo fato de aparentemente essa ação<br />

não ser, à primeira vista, central ao negócio da empresa.<br />

Porém, mais que isso, a Vale abriga nas instalações da<br />

reserva excelente infraestrutura de pesquisa que inclui<br />

herbário, laboratório de sementes, acomodação para<br />

visitantes e, portanto, incentiva e promove nos seus<br />

domínios ações voltadas para a ciência e o ensino. Foi<br />

nessa Reserva, portanto, que muitos dos autores que<br />

contribuíram com capítulos para esse livro produziram<br />

significativos avanços à ciência da conservação,<br />

ecologia e também ao campo da restauração ecológica.<br />

Além disso, a Reserva possui um dos maiores viveiros<br />

de mudas de espécies de Mata Atlântica, com<br />

capacidade anual de produção de cerca de 3 milhões<br />

de mudas de mais de 800 espécies (Vale, 2010).<br />

O conhecimento desenvolvido na Reserva Natural<br />

Vale sobre restauração ecológica, tanto científico<br />

como prático, terá valor estratégico para o Brasil no<br />

momento em que o país lança seu Plano Nacional<br />

de Recuperação da Vegetação Nativa (PLANAVEG;<br />

http://www.mma.gov.br/images/arquivo/80049/<br />

Planaveg/PLANAVEG_20-11-14.pdf).<br />

Por tudo isso, mais do que seu importante papel<br />

na conservação e restauração de um importante<br />

trecho de Mata Atlântica, a Reserva Natural<br />

Vale cumpre um papel a nosso ver ainda mais<br />

importante: a reserva é um exemplo vivo de como<br />

o mundo corporativo pode atuar na criação de uma<br />

aliança entre negócios e zelo com a natureza. Resta<br />

imaginar um futuro no qual outras corporações,<br />

no Brasil ou fora, enxerguem a importância da<br />

natureza conservada para a sustentabilidade do<br />

planeta e dos seus próprios negócios, e possam<br />

vir a ter áreas tão bem protegidas e manejadas<br />

como a Reserva Natural Vale. Esse exemplo de<br />

conciliação entre conservação da natureza, ciência<br />

e desenvolvimento socioeconômico precisa ser<br />

cada vez mais conhecido e replicado.<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

Abson, D.J. & Termansen, M. 2011. Valuing ecosystem<br />

services in terms of ecological risks and returns.<br />

Conservation Biology 25(2): 250-258.<br />

Adams, W.M.; Aveling, R.; Brockington, D.; Dickson, B.;<br />

Elliott, J.; Hutton, J.; Roe, D.; Vira, B. & Wolmer, W.<br />

2004. Biodiversity conservation and the eradication of<br />

poverty. Science 306: 1146-1149.<br />

Aronson, J. 2011. Sustainability science demands that we<br />

define our terms across diverse disciplines. Landscape<br />

Ecology 26: 457-460.<br />

Ascher, W. 2007. Policy sciences contributions to analysis<br />

to promote sustainability. Sustainability Science 2: 141–<br />

149.<br />

Baillie, J.E.M.; Hilton-Taylor, C. & Stuart, S.N. (Eds). 2004.<br />

2004 IUCN Red List of threatened species. A global<br />

species assessment. IUCN, Gland.<br />

Barkemeyer, R.; Stringer, L.C.; Hollins, J.A.; Josephi, F. 2015.<br />

Corporate reporting on solutions to wicked problems:<br />

Sustainable land management in the mining sector.<br />

Environmental Science and Policy 48: 196-209.<br />

Bateman, I.J.; Coombes, E.; Fitzherbert, E.; Binner,<br />

A.; Bad’ura, T.; Carbone, C.; Fisher, B.; Naidoo, R. &<br />

Watkinson, A.R. 2015. Conserving tropical biodiversity<br />

via market forces and spatial targeting. Proceedings of<br />

the National Academy of Sciences 112: 7408-7413.<br />

Bauman, Z. 2011. A ética é possível num mundo de<br />

consumidores? [tradução de Alexandre Werneck, da<br />

versão original de 2008]. Editora Zahar, Rio de Janeiro.<br />

BBOP (Business and Biodiversity Offsets Programme).<br />

2012. Resource Paper: No net loss and loss–gain<br />

calculations in biodiversity offsets. Business and<br />

Biodiversity Offsets Programme, Washington, DC.<br />

Bernard, E.; Penna, L.A.O. & Araujo, E. 2014. Downgrading,<br />

4 9 1

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!