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RESERVA NATURAL VALE

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FLORESTA ATLÂNTICA DE TABULEIRO: DIVERSIDADE E ENDEMISMOS NA <strong>RESERVA</strong> <strong>NATURAL</strong> <strong>VALE</strong><br />

Alberto Gonçalves da Cruz e Sergio Potsch de<br />

Carvalho-e-Silva) encontraram e descreveram<br />

espécies de anuros ainda desconhecidas pela<br />

ciência, como o sapo-chifrudo (Proceratophrys<br />

laticeps), descoberto e descrito a partir de material<br />

coletado na Reserva Natural Vale (RNV) (Izecksohn<br />

& Peixoto, 1981), e a perereca (Scinax agilis),<br />

descoberta em uma área de “nativo”, lindeira à<br />

RNV (Cruz & Peixoto, 1982). Mais recentemente,<br />

outras espécies, como Leptodactylus thomei<br />

(Almeida & Angulo, 2006), Rhinella hoogmoedi<br />

(Caramaschi & Pombal, 2006) e Chiasmocleis<br />

quilombola (Tonini et al., 2014), também foram<br />

descritas envolvendo exemplares coletados na<br />

região de Linhares.<br />

Para a RNV, situada no norte do Espírito Santo,<br />

estudos pontuais referentes a amostragens por<br />

curtos períodos de tempo ou à descrição de novas<br />

espécies reúnem a maior parte dos registros, alguns<br />

dos quais carecem de espécimes-testemunho em<br />

coleções científicas. Paradoxalmente, a região de<br />

Linhares e Sooretama, onde está situada a RNV,<br />

é uma das áreas mais frequentemente visitadas<br />

por herpetólogos devido às facilidades e ótima<br />

infraestrutura encontradas. Isso permitiu o acúmulo<br />

de informações importantes para o diagnóstico da<br />

diversidade de espécies presentes na região (Nelson<br />

& Lescure, 1975; Pombal & Haddad, 1992; Dias<br />

& Cruz, 1993; Giaretta, 1996; Eterovick, 1999;<br />

Duryea et al., 2009; Dias et al., 2013; Tonini et al.,<br />

2014 ). Tais informações, associadas a amostragens<br />

de longa duração realizadas recentemente – e<br />

ainda em andamento em algumas áreas – e a<br />

registros realizados pelas equipes que atuam no<br />

grande remanescente vegetacional formado pela<br />

RNV e pela Reserva Biológica de Sooretama (RBS),<br />

permitem traçar um panorama mais abrangente da<br />

anurofauna da região, que representa um dos mais<br />

importantes maciços florestais do Corredor Central<br />

da Mata Atlântica, o Bloco Linhares-Sooretama, que<br />

integra uma das áreas prioritárias para realização de<br />

pesquisas e conservação da biota do bioma Mata<br />

Atlântica (Ministério do Meio Ambiente et al.,<br />

2000).<br />

A partir de 2003, teve início um inventário<br />

de longa duração da anurofauna da RBS (Almeida<br />

& Gasparini, 2009) e, recentemente, a partir de<br />

2012, também na RNV. No presente trabalho é<br />

apresentada a lista comentada da anurofauna da<br />

RNV e adjacências, incluindo a RBS, a partir dos<br />

resultados obtidos em campo e da compilação das<br />

informações disponíveis na literatura e em coleções<br />

científicas.<br />

MATERIAL E MÉTODOS<br />

Expedições a campo foram realizadas na RNV,<br />

entre 2012 e 2015, para registrar a ocorrência de<br />

espécies de anfíbios. Para isso, foram instaladas<br />

armadilhas de intercepção e queda com cercasguia<br />

(pitfall traps with drift fences) em diferentes<br />

ambientes (florestas, campos nativos e bordas de<br />

áreas alagadas) (Heyer et al., 1994, Greenberg<br />

et al., 1994). Foi utilizada também a técnica<br />

de procura visual ativa (Campbell & Christman,<br />

1982) nos mesmos locais de instalação das<br />

armadilhas e em pontos adicionais escolhidos<br />

aleatoriamente.<br />

Dados provenientes de inventários de longa<br />

duração realizados na RBS, entre 2003 e 2012,<br />

utilizando os mesmos métodos adotados na RNV,<br />

em diferentes pontos e tipos de ambientes, foram<br />

também considerados no presente estudo, uma<br />

vez que as duas áreas representam um maciço<br />

vegetacional contíguo.<br />

Adicionalmente, foram realizados<br />

levantamentos dos exemplares coletados na<br />

região de Linhares e/ou Sooretama (ressaltando<br />

que este último foi emancipado de Linhares em<br />

1994) e que estão depositados em coleções<br />

científicas (Museu de Biologia Professor Mello<br />

Leitão – MBML, atualmente em transição para<br />

se tornar o Instituto Nacional da Mata Atlântica,<br />

situado em Santa Teresa/ES; Museu Nacional<br />

Rio de Janeiro - MNRJ/RJ; Coleção “Eugenio<br />

Izecksohn” - EI, da Universidade Federal Rural do<br />

Rio de Janeiro, em Seropédica/RJ; e Coleção “Célio<br />

Fernando Baptista Haddad” - CFBH, depositada<br />

na Universidade Estadual Paulista, em Rio Claro/<br />

SP). Foi também realizada uma minuciosa busca<br />

nas principais coleções herpetológicas do Brasil<br />

cujos registros estão disponíveis na plataforma<br />

SpeciesLink (Centro de Referência em Informação<br />

Ambiental - CRIA), que adicionou à presente<br />

listagem os registros existentes no Museu de<br />

Zoologia da Universidade Estadual de Campinas<br />

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