05.02.2017 Views

RESERVA NATURAL VALE

livrofloresta

livrofloresta

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

FLORESTA ATLÂNTICA DE TABULEIRO: DIVERSIDADE E ENDEMISMOS NA <strong>RESERVA</strong> <strong>NATURAL</strong> <strong>VALE</strong><br />

248<br />

52 espécies distribuídas em 10 gêneros ocorrentes<br />

nas restingas no norte do Espírito Santo, sendo os<br />

gêneros mais representados Eugenia (19 espécies),<br />

Myrcia (12) e Marlierea (6).<br />

A botânica Graziela Maciel Barroso planejara<br />

realizar estudos taxonômicos abrangentes da<br />

família Myrtaceae na Reserva Natural Vale (RNV)<br />

em parceria com Peixoto. Após expedições à área e<br />

análise de coleções herborizadas, publicaram novas<br />

espécies (Barroso & Peixoto, 1990; Barroso &<br />

Peixoto, 1991a), apresentaram no 42º Congresso<br />

Nacional de Botânica o trabalho “Myrtaceae da<br />

Reserva Florestal de Linhares, Espírito Santo,<br />

Brasil” (Barroso & Peixoto, 1991b) e publicaram o<br />

tratamento dos gêneros Marlierea e Calyptranthes,<br />

já citado (1995). A pesquisa apresentada em<br />

1991b não chegou a ser publicada. Nela consta,<br />

além de outras informações, uma chave para<br />

identificação de 97 táxons então reconhecidos pelas<br />

autoras e uma listagem das espécies assinalando as<br />

formações onde estavam representadas na RNV<br />

(Figura 1 e Figura 2).<br />

Figura 1: Identificação de espécies de Myrtaceae<br />

no herbário CVRD. a) da esquerda para a direita A.L.<br />

Peixoto, M.R.V. Barbosa, G.M. Barroso e D.A. Folli; b)<br />

G.M. Barroso. Fotos: Acervo AGMB/JBRJ.<br />

QUEM SÃO AS MYRTACEAE?<br />

As Myrtaceae compreendem arbustos, arvoretas<br />

ou árvores, geralmente com caule cilíndrico, casca<br />

áspera ou lisa, com ritidoma frequentemente se<br />

desprendendo em placas ou lâminas. Glândulas<br />

oleíferas que ocorrem por toda a planta em forma de<br />

pontos translúcidos salientes ou imersos no tecido. As<br />

folhas são simples, opostas, com margem geralmente<br />

inteira e nervação broquidódroma. Inflorescências<br />

cimosas ou racemosas, axilares ou terminais, em nós<br />

áfilos ou caulinar. Flores bissexuadas, actinomorfas<br />

com hipanto campanulado ou em forma de disco,<br />

cálice 3-5 lobado ou caliptriforme; corola com 4-5<br />

pétalas, ocasionalmente reduzidas ou ausentes,<br />

alvas; androceu polistêmone, anteras rimosas;<br />

estigma capitado ou punctiforme, raro bilobado<br />

ou navicular; ovário ínfero, 2-18-locular, 1-80<br />

óvulos por lóculo. Fruto bacoide, cálice persistente<br />

ou caduco, sementes 1-numerosas, embrião<br />

eugenioide, mircioide ou pimentoide (Barroso &<br />

Peixoto, 1995; Landrum & Kawasaki, 1997; Sobral,<br />

2007).<br />

A família é reconhecida não apenas pela grande<br />

diversidade, mas também pela importância<br />

econômica. Vários gêneros apresentam espécies<br />

com frutos comestíveis e comercializados, tais<br />

como Psidium (goiabas), Eugenia (pitangas),<br />

Plinia (jabuticabas) e Syzygium (jambo e jamelão);<br />

especiarias como o gênero Syzygium (cravo-daíndia)<br />

e importantes fontes de madeira e óleos<br />

essenciais como Eucalyptus e Corymbia. Muitas<br />

espécies de Psidium são ainda empregadas na<br />

medicina tradicional contra diarreias, dores de<br />

barriga e afecções da garganta, além do potencial<br />

ornamental de alguns gêneros como Callistemon,<br />

Melaleuca, Myrrhinium e Eugenia. Espécies de<br />

Myrtaceae apresentam ainda importante papel<br />

ecológico como fonte alimentar para a fauna<br />

silvestre (Gressler et al., 2006) sendo utilizadas<br />

em programas de restauração ecológica de<br />

ecossistemas naturais.<br />

A FAMÍLIA MYRTACEAE NA <strong>RESERVA</strong><br />

<strong>NATURAL</strong> <strong>VALE</strong><br />

Apontada como uma das famílias com maior<br />

riqueza de espécies do Domínio Atlântico (Forzza<br />

et al., 2010), Myrtaceae destaca-se no estado

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!