05.02.2017 Views

RESERVA NATURAL VALE

livrofloresta

livrofloresta

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

ZUNTINI & LOHMANN<br />

BIGNONIACEAE<br />

de Capoeira, exceto Handroanthus serratifolius e<br />

Sparattosperma leucanthum, que são exclusivas de<br />

Muçununga e Matas de Tabuleiro e H. heptaphyllus,<br />

que é exclusiva da Mata Ciliar e Mata de Tabuleiro.<br />

A segunda fitofisionomia mais rica é a Capoeira,<br />

com 38 espécies de Bignoniaceae. A maior parte<br />

destas espécies (31 spp.) é compartilhada com a<br />

Mata de Tabuleiro e depois com a Muçununga (9<br />

spp.). Destas nove, oito também são compartilhadas<br />

com a Mata de Tabuleiro, exceto Lundia longa<br />

que ocorre apenas nas Capoeiras e Muçunungas.<br />

Somente quatro espécies são exclusivas das<br />

Capoeiras: Cybistax antisyphilitica, Mansoa<br />

hymenaea, M. onohualcoides e Martinella insignis.<br />

A Muçununga, com 14 espécies, é a terceira<br />

fitofisionomia mais rica na Reserva. Esta<br />

fitofisionomia não apresenta espécies exclusivas,<br />

compartilhando espécies principalmente com<br />

Mata de Tabuleiro (12 spp.) e Capoeira (9 spp.).<br />

Estas três fisionomias juntas abarcam 55 espécies<br />

de Bignoniaceae, ou 88% da diversidade da família<br />

na Reserva. A única espécie não compartilhada<br />

com essas duas outras fitofisionomias é Tabebuia<br />

elliptica (DC.) Sandwith, uma arvoreta que ocorre<br />

em áreas de transição entre Muçununga e Campo<br />

Nativo. Outros elementos comuns da Muçununga<br />

são: Fridericia conjugata, F. subincana (Mart.)<br />

L.G.Lohmann, Lundia longa e S. leucanthum.<br />

A Mata Ciliar inclui nove espécies de Bignoniaceae,<br />

nenhuma delas restrita a esta fitofisionomia. Como<br />

a Muçununga, esta fitofisionomia compartilha o<br />

maior número de espécies com a Mata de Tabuleiro<br />

e Capoeira. Entretanto, Jacaranda puberula Cham.<br />

e Handroanthus bureavii (Sandwith) S.Grose são<br />

elementos característicos da Mata Ciliar, encontrados<br />

apenas nas áreas de transição com brejos e Várzeas<br />

não permanentemente alagadas. As Várzeas ficam<br />

somente à frente dos Campos Nativos em relação<br />

à riqueza de espécies. Nesta fitofisionomia ocorrem<br />

seis espécies de Bignoniaceae, três das quais são<br />

exclusivas das Várzeas permanentemente inundadas:<br />

Tabebuia cassinoides, com 66% dos indivíduos<br />

amostrados em um inventário desta fisionomia<br />

(CVRD, 1998), juntamente com Amphilophium<br />

frutescens e Tabebuia stenocalyx Sprague & Stapf.,<br />

ambas encontradas exclusivamente nas margens dos<br />

corpos d’água. O Campo Nativo, com quatro espécies,<br />

é a fitofisionomia com menor representatividade de<br />

Bignoniaceae. Tabebuia elliptica, A. chamberlaynii e L.<br />

longa são as espécies mais comuns desta formação,<br />

nenhuma das quais é restrita a esta fitofisionomia.<br />

CONCLUSÃO<br />

No presente levantamento foram detectados<br />

11 novos registros de Bignoniaceae para a RNV,<br />

elevando para 62 o total de espécies conhecidas<br />

para a Reserva. Destas 62 espécies, sete estão<br />

ameaçadas de extinção, três são raras e uma é<br />

endêmica da região. Esta diversidade de espécies<br />

representa mais da metade das espécies do<br />

Espírito Santo e um terço das espécies da Mata<br />

Atlântica, e inclui diversas espécies com potencial<br />

econômico, especialmente madeireiro, ornamental<br />

e fitoquímico. Cerca de 90% desta diversidade está<br />

concentrada nas Matas de Tabuleiro, Capoeiras<br />

e Muçununga. Quase metade das espécies (30<br />

de 62 spp.) está representada pelos gêneros<br />

Adenocalymma (9 spp.), Handroanthus (7 spp.),<br />

Fridericia (5 spp.), Tabebuia (5 spp.) e Mansoa (4<br />

spp.). Estes resultados corroboram a importância<br />

dos elementos da família Bignoniaceae para a flora<br />

da Reserva Natural Vale, firmando-a como área<br />

crucial para a conservação e estudos taxonômicos,<br />

ecológicos e evolutivos desta família. Este<br />

levantamento florístico também representa a base<br />

para a produção de um guia de campo visando a<br />

identificação das espécies da Reserva (Zuntini &<br />

Lohmann, em preparação), provendo recursos<br />

visuais que facilitem a identificação das espécies<br />

por quaisquer pesquisadores.<br />

AGRADECIMENTOS<br />

Agradecemos à Vale pelo apoio logístico e<br />

financeiro que permitiram a realização deste projeto<br />

e em especial ao Geovane Siqueira, pela grande ajuda<br />

no campo e no herbário. Agradecemos também a<br />

todos aqueles que auxiliaram nas expedições de<br />

campo, especialmente: Alberto Vicentini, Anselmo<br />

Nogueira, Elaine Françoso, Jenifer Lopes, Mardel<br />

Silva, Mariane Sousa-Baena, Rafael Almeida,<br />

Vania Pretti e Wesley Pires. Também agradecemos<br />

Miriam Kaehler e Luiz Henrique Fonseca pela ajuda<br />

na determinação de materiais, um revisor anônimo<br />

por comentários construtivos ao manuscrito e o<br />

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico<br />

e Tecnológico (CNPq) pela bolsa de iniciação<br />

2 6 7

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!