05.02.2017 Views

RESERVA NATURAL VALE

livrofloresta

livrofloresta

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

FLORESTA ATLÂNTICA DE TABULEIRO: DIVERSIDADE E ENDEMISMOS NA <strong>RESERVA</strong> <strong>NATURAL</strong> <strong>VALE</strong><br />

15<br />

EPÍFITAS VASCULARES NAS<br />

FISIONOMIAS VEGETAIS DA<br />

<strong>RESERVA</strong> <strong>NATURAL</strong> <strong>VALE</strong>,<br />

ESPÍRITO SANTO<br />

Samir Gonçalves Rolim, Lana Sylvestre, Evelyn Pereira Franken &<br />

Marcos A. Nadruz Coelho<br />

INTRODUÇÃO<br />

Epífitas usam outras plantas como suporte em<br />

alguma fase de sua vida, mas não são parasitas,<br />

e obtêm parte significativa de seus nutrientes de<br />

outras fontes que não o solo, graças a adaptações<br />

morfológicas, anatômicas e fisiológicas (Madison,<br />

1977; Kress, 1986; Benzing, 1990). As epífitas<br />

representam parte importante da riqueza das<br />

florestas neotropicais, abrangendo diversas famílias<br />

botânicas (Gentry & Dobson, 1987a; Kreft et al.,<br />

2004; Krömer et al., 2005; Kersten, 2010). Por<br />

exemplo, cerca de 10% da flora vascular do Brasil,<br />

aproximadamente 2.840 espécies de angiospermas<br />

e 370 de samambaias e licófitas são epifíticas<br />

(http://floradobrasi.jbrj.gov.br). Em outros países<br />

neotropicais, como o Peru, também 10% da flora<br />

vascular é composta por epífitas (Ibish et al., 1996)<br />

e no Equador essa porcentagem atinge 26,5%<br />

(Jørgensen & Léon-Yánez, 1999).<br />

Desde o início da colonização da América, esse<br />

grupo de plantas atraiu a atenção dos exploradores,<br />

ilustradores e viajantes que se depararam com<br />

as florestas ao longo da costa tropical atlântica<br />

(Benzing, 1990). Epífitas tem papel importante<br />

na dinâmica de florestas neotropicais, como por<br />

exemplo, na ciclagem de nutrientes (Nadkarni &<br />

Matelson, 1992; Oliveira, 2004) e nas interações<br />

com a fauna (Gentry & Dobson, 1987b). Uma<br />

única árvore pode servir de suporte para 126<br />

(Schuettpelz & Trapnell, 2006) a 195 espécies de<br />

epífitas vasculares (Catchpole & Kirkpatrick, 2011),<br />

embora valores menores já sejam considerados<br />

altos, como cerca de 80 epífitas vasculares por<br />

árvore (Kreft et al., 2004; Krömer et al., 2005;<br />

Petean, 2009). Esta elevada diversidade torna a<br />

forma de vida um tema atraente e ao mesmo tempo<br />

complexo para estudos ecológicos. Entretanto, por<br />

ocuparem as partes mais altas e de difícil acesso<br />

no dossel das áreas florestais, constituem um grupo<br />

ainda pouco estudado.<br />

De acordo com Kersten (2010), no Brasil, os<br />

estudos sobre comunidades de epífitas iniciaram<br />

na década de 80 com os trabalhos de Waechter<br />

(1980) e Aguiar et al. (1981) no Rio Grande do<br />

Sul. Observando os resultados apresentados por<br />

Kersten (2010), numa análise florística de 59<br />

levantamentos no domínio da Floresta Atlântica<br />

que apresentam lista de espécies epífitas, nenhum<br />

abrange a flora capixaba. São listados dez trabalhos<br />

no Rio Grande do Sul, três em Santa Catarina, 28<br />

no Paraná, 11 em São Paulo, três no Rio de Janeiro,<br />

três em Minas Gerais e um no Mato Grosso do Sul.<br />

No Espírito Santo, apenas recentemente<br />

foram realizados dois estudos sobre comunidades<br />

epifíticas: um na região serrana do Estado (Freitas<br />

& Assis, 2013) e outro que considerou as epífitas<br />

em árvores de Pseudobombax aff. campestre<br />

2 6 9

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!