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RESERVA NATURAL VALE

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FLORESTA ATLÂNTICA DE TABULEIRO: DIVERSIDADE E ENDEMISMOS NA <strong>RESERVA</strong> <strong>NATURAL</strong> <strong>VALE</strong><br />

374<br />

Conservação da ictiofauna na<br />

Reserva Natural Vale<br />

A RNV abriga uma fração expressiva da ictiofauna<br />

do rio Barra Seca, a qual deverá se mostrar ainda<br />

mais diversificada após inventário detalhado. A<br />

RNV ainda é responsável por manter as únicas<br />

localidades com registros atuais da ocorrência de<br />

Xenurolebias izecksohni, uma espécie ameaçada<br />

de extinção e com distribuição conhecida exclusiva<br />

à área da RNV. Ainda que essas características<br />

chamem a atenção, deve-se destacar que as<br />

informações aqui incluídas são muito limitadas e se<br />

referem somente à presença das espécies e não a<br />

aspectos populacionais e de distribuição espacial,<br />

que podem ser diferentes entre as áreas internas<br />

e preservadas da RNV e as externas amplamente<br />

alteradas.<br />

A RNV apresenta um desenho bastante<br />

recortado (Figura 2), o que por si só não é<br />

desejável do ponto de vista da conservação.<br />

Adicionalmente vários cursos d’água que drenam<br />

a unidade possuem suas nascentes ou parte de<br />

seus cursos localizados em áreas particulares<br />

externas. Esses dois fatores associados tornam<br />

a conservação da ictiofauna mais complexa e<br />

difícil. Bons exemplos são as várias barragens<br />

construídas e as atividades agropastoris<br />

desenvolvidas nas áreas contíguas, cujos impactos<br />

(p. ex. disseminação de espécies exóticas,<br />

carreamento de insumos agrícolas, entre outros)<br />

para os ambientes aquáticos podem estar se<br />

refletindo na ictiofauna. Esses problemas foram<br />

elencados para a Rebio de Sooretama (Sarmento-<br />

Soares & Martins-Pinheiro, 2014) e também<br />

se expressam de forma similar nos parques<br />

nacionais do Descobrimento e Pau Brasil, no sul<br />

da Bahia (obs. pes.). As opções para contornar<br />

esses problemas são as mesmas e vão desde o<br />

ideal, com a ampliação dos limites para incluir as<br />

drenagens em sua totalidade, até o manejo com<br />

limitação e uso adequado das propriedades de<br />

entorno.<br />

Apesar de estarem presentes alguns elementos<br />

indesejáveis para a conservação dos peixes, é<br />

inegável que pela RNV estar inserida em uma matriz<br />

ambiental extremamente alterada, certamente<br />

representa uma fonte atual e futura para dispersão,<br />

colonização e repovoamento de áreas onde<br />

populações de peixes tenham sido afetadas ou<br />

suprimidas na bacia do rio Barra Seca.<br />

AGRADECIMENTOS<br />

A Samir G. Rolim pelo convite e oportunidade<br />

para escrever esse capítulo e não menos pela sua<br />

extrema paciência em aguardar sempre um pouco<br />

mais pela entrega do manuscrito. A Flávio C. T.<br />

Lima pela confirmação da identificação de algumas<br />

espécies com lotes depositados na Coleção de Peixes<br />

do Museu de Zoologia da Unicamp (ZUEC-PIS). Ao<br />

Centro de Referência em Informação Ambiental, Cria<br />

(http://www.cria.org.br/); ao Sistema Brasileiro de<br />

Informações sobre Biodiversidade de Peixes, Museu<br />

Nacional, UFRJ (http://www.mnrj.ufrj.br/search.<br />

htm) e a California Academy of Sciences, Catalog<br />

of Fishes (http://researcharchive.calacademy.org/<br />

research/ichthyology/catalog/fishcatmain.asp)<br />

pela possibilidade de acesso irrestrito aos bancos de<br />

dados sobre espécies de peixes. Ao Banco de Dados<br />

Geográfico do Exército – BDGEx (http://www.<br />

geoportal.eb.mil.br/mediador) pela disponibilização<br />

dos dados das cartas topográficas em formato digital.<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

Abell, R.; Thieme, M.L.; Revenga, C.; Bryer, M.; Kottelat,<br />

M.; Bogutskaya, N.; Coad, B.; Mandrak, N.; Balderas,<br />

S.C.; Bussing, W.; Stiassny, M.L.J.; Skelton, P.; Allen,<br />

G.R.; Unmack, P.; Naseka, A.; NG, R.; Sindorf, N.;<br />

Robertson, J.; Armijo, E.; Higgins, J.V.; Heibel, T. J.;<br />

Wikramanayake, E.; Olson, D.; López, H.L.; Reis,<br />

R.E.; Lundberg, J.G.; Sabaj, M.H. & Petry, P. 2008.<br />

Freshwater ecoregions of the world: a new map<br />

of biogeographic units for freshwater biodiversity<br />

conservation. BioScience, 58 (5): 406-414<br />

Abilhôa, V., Braga, R.R., Bornatowski, H. & Vitule, J.R.S.<br />

2011. Fishes of the Atlantic Rain Forest Streams:<br />

Ecological Patterns and Conservation. In: Grillo, O<br />

& Venora, G. (org) Changing Diversity in Changing<br />

Environment. Rijeka, Intech, pp. 259-282<br />

Albert, J.S. & Crampton, W.G.R. 2003. Seven new<br />

species of the Neotropical electric fish Gymnotus<br />

(Teleostei, Gymnotiformes) with a redescription of G.<br />

carapo (Linnaeus). Zootaxa, 287: 1–54<br />

Cepemar, 1998. Plano Diretor de Uso da Reserva<br />

Florestal de Linhares: Análise da Reserva, fatores<br />

bióticos – flora e fauna. 3º. Relatório técnico parcial<br />

- RT 005/98, CEPEMAR Serviços e Consultoria em<br />

Meio Ambiente Ltda, Vitória, ES. 153 p.<br />

Costa, W.J.E.M. & Amorim, P.F. 2014. Integrative<br />

taxonomy and conservation of seasonal killifishes,<br />

Xenurolebias (Teleostei: Rivulidae), and the Brazilian<br />

Atlantic Forest. Systematics and Biodiversity 12(3):<br />

350–365.<br />

Cruz, C.A.G. 1983. Uma nova espécie de Cynolebias

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