05.02.2017 Views

RESERVA NATURAL VALE

livrofloresta

livrofloresta

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

FLORESTA ATLÂNTICA DE TABULEIRO: DIVERSIDADE E ENDEMISMOS NA <strong>RESERVA</strong> <strong>NATURAL</strong> <strong>VALE</strong><br />

EXPRESSÃO SEXUAL E RELAÇÕES<br />

ECOLÓGICAS DE ANGIOSPERMAS NAS<br />

FISIONOMIAS VEGETAIS DOS TABULEIROS<br />

DO NORTE DO ESPÍRITO SANTO<br />

Gloria Matallana Tobón, Luis Fernando Tavares de Menezes, Euler Antônio de Mello,<br />

9Izabela Ferreira Ribeiro & Quenia Lyrio<br />

INTRODUÇÃO<br />

As Angiospermas, plantas com flores e sementes<br />

protegidas dentro de carpelos, são dominantes<br />

em nosso planeta e possuem 400 famílias e de<br />

240 a 300 mil espécies (Ingrouille & Eddie, 2006;<br />

Karasawa et al., 2009; Joppa et al., 2011). Em sua<br />

história evolutiva, várias características permitiram<br />

a radiação adaptativa deste grupo. Dentre elas, a<br />

mais proeminente foi a evolução da estrutura floral<br />

como foranto das estruturas reprodutivas (Ingrouille<br />

& Eddie, 2006). A evolução da flor favoreceu uma<br />

polinização mais precisa e eficiente, enquanto a<br />

evolução de sementes especializadas aprimorou os<br />

mecanismos de dispersão (Karasawa et al., 2009).<br />

Desde a publicação de Darwin “The different<br />

forms of flowers on plants of the same species”,<br />

em 1877, um dos principais objetivos dos<br />

estudos em biologia reprodutiva vegetal tem sido<br />

caracterizar e entender a ampla variedade dos<br />

sistemas reprodutivos inerentes às plantas. Estes<br />

sistemas abrangem uma gama que vai desde a<br />

autofecundação quase obrigatória, em espécies<br />

que combinam autopolinização, predominante<br />

associada com auto compatibilidade, passando<br />

por sistemas que combinam autofecundação com<br />

fecundação cruzada e até fecundação cruzada<br />

obrigatória com auto incompatibilidade e dioecismo<br />

(Bawa, 1980; Bawa & Beach, 1981; Lloyd, 1982;<br />

Endress, 1994; Barrett, 2010; Renner, 2014).<br />

O sistema sexual das plantas pode ser descrito<br />

em três níveis diferentes – o da flor, o do indivíduo<br />

e o da população (Dafni, 1992). Assim, a regulação<br />

das taxas de reprodução cruzada numa espécie<br />

pode ser resultado do arranjo espacial das estruturas<br />

femininas e masculinas. Considerando o indivíduo,<br />

é possível classificar as espécies em hermafroditas<br />

(cada planta possui flores bissexuais) e monoicas<br />

(cada planta produz flores masculinas e femininas<br />

Tabela 1). Quando considerado um grupo de<br />

plantas (população), as espécies são dioicas quando<br />

encontramos indivíduos com flores masculinas e<br />

indivíduos com flores femininas (ver Tabela 1).<br />

Os trabalhos de Yamploski & Yampolski<br />

(1922) e Renner & Ricklefs (1995) apontaram<br />

o hermafroditismo como a expressão sexual<br />

dominante dentro das Angiospermas e os sistemas<br />

monoico e dioico, onde os sexos estão separados<br />

(ver Tabela 1), representam 5 a 6% das plantas com<br />

flores. Estes sistemas são considerados síndromes<br />

mecânicas que presumivelmente regulam o nível<br />

de intercruzamento (Darwin, 1877; Barrett, 1998,<br />

2010; Renner, 2014) e têm sido o alvo de múltiplos<br />

estudos que tentam explicar sua ocorrência e<br />

significância dentro da evolução das Angiospermas<br />

(Karron et al., 2012).<br />

Sistemas unissexuados (p. ex. dioecia) têm sido<br />

relacionados com características ecológicas, como<br />

a distribuição espacial e latitudinal dos indivíduos,<br />

ilhas oceânicas e ambientes oligotróficos (Bawa et<br />

1 4 1

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!