RESERVA NATURAL VALE
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LIMA ET AL.<br />
MORCEGOS<br />
Tabela 4: Filostomídeos para os quais foram obtidas amostras fecais positivas para diásporos na Reserva<br />
Natural Vale, estado do Espírito Santo, sudeste do Brasil, e respectivos valores de número total de capturas<br />
(N), número total de sementes recolhidas nas fezes (NTSF), número de amostras fecais coletadas (NAF)<br />
e índice de importância do dispersor (IID).<br />
Táxon N % NTSF % NAF % IID<br />
Artibeus lituratus (Olfers, 1818) 384 27,4 8.828 47,4 77 27,02 0,74<br />
Carollia perspicillata (Linnaeus, 1758) 336 24 7.205 38,7 145 50,88 1,22<br />
Artibeus obscurus (Schinz, 1821) 101 7,2 313 1,7 9 3,16 0,02<br />
Rhinophylla pumilio Peters, 1865 75 5,4 733 3,9 17 5,96 0,03<br />
Platyrrhinus recifinus (Thomas, 1901) 45 3,2 81 0,4 8 2,81 0,01<br />
Sturnira lilium (É. Geoffroy, 1810) 35 2,5 416 2,2 10 3,51 0,01<br />
Dermanura gnoma (Handley, 1987) 18 1,3 34 0,2 1 0,35 0,00046<br />
Dermanura cinerea (Gervais, 1856) 32 2,3 27 0,1 3 1,05 0,00242<br />
Phyllostomus hastatus (Pallas, 1767) 3 0,2 577 3,1 2 0,70 0,00014<br />
Chiroderma villosum Peters, 1860 25 1,8 179 1,0 3 1,05 0,00189<br />
Sturnira tildae de la Torre, 1959 5 0,4 27 0,1 2 0,70 0,00028<br />
Vampyressa pusilla (Wagner, 1843) 16 1,1 196 1,1 7 2,46 0,00270<br />
Uroderma magnirostrum Davis, 1968 1 0,1 4 0,02 1 0,35 0,00004<br />
Total 1.076 18.620 285<br />
Amostragem com Redes de Neblina<br />
Durante a amostragem de morcegos na RNV<br />
foram capturados 1.694 indivíduos, dos quais<br />
1.380 pertencem à família Phyllostomidae, onde<br />
estão os potenciais dispersores de sementes. Foram<br />
identificadas 31 espécies pertencentes a essa<br />
família, incluindo grupos especializados na frugivoria<br />
(Stenodermatinae, Carollinae e Rhinophyllinae)<br />
e grupos que podem incluir frutos em sua dieta,<br />
mas que não são especializados (Glossophaginae,<br />
Phyllostominae e Micronycterinae; ver Tabela 1 para<br />
a lista completa da quiropterofauna da RNV). No<br />
primeiro grupo estão 79% dos indivíduos e 52% das<br />
espécies de Phyllostomidae amostradas, ficando o<br />
segundo grupo com 17% e 45%, respectivamente.<br />
Amostras fecais contendo diásporos e, em frequência<br />
bem menor, transporte oral de diásporos, foram<br />
registradas apenas para frugívoros especializados (n<br />
= 12 spp.) e para o onívoro Phyllostomus hastatus<br />
(Figura 6) (Tabela 4).<br />
A partir das capturas dos morcegos obtevese<br />
285 amostras (fecais e orais) que totalizaram<br />
18.620 diásporos, identificados em 23 espécies<br />
de 11 famílias (Tabela 3). Urticaceae e Solanaceae<br />
foram as famílias com maior representatividade<br />
em número de amostras (25% cada; Figura<br />
7), o que refletiu o uso de Cecropia spp. por<br />
estenodermatíneos, principalmente A. lituratus,<br />
e de Solanum spp. por C. perspicillata. Urticaceae<br />
(33%) e Solanaceae (17%) também dominaram a<br />
amostra em número de diásporos, vindo em seguida<br />
Piperaceae e Melastomataceae, ambas com 15%.<br />
Quanto à riqueza, Solanaceae e Moraceae, cada<br />
uma com quatro espécies, e Urticaceae, Piperaceae<br />
e Araceae (Figura 8 e 9), cada uma com três, se<br />
destacaram das demais famílias, a maioria com<br />
apenas um representante. A curva do coletor relativa<br />
às amostras fecais de morcegos capturados em rede<br />
sugere que esforço adicional implicaria na descoberta<br />
de novas interações entre morcegos e frutos na RNV<br />
(Figura 10), podendo chegar a cerca de 30 espécies<br />
(Chao = 27±4,05; Jack 1 = 30±2,62; Jack 2 = 31;<br />
Bootstrap = 26±1,59).<br />
Figura 7: Porcentagem de amostras, sementes e<br />
espécies das famílias vegetais provenientes da captura de<br />
morcegos amostrados com redes de neblina na Reserva<br />
Natural Vale, estado do Espírito Santo, sudeste do Brasil.<br />
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