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RESERVA NATURAL VALE

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FLORESTA ATLÂNTICA DE TABULEIRO: DIVERSIDADE E ENDEMISMOS NA <strong>RESERVA</strong> <strong>NATURAL</strong> <strong>VALE</strong><br />

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baixas densidades da espécie e predominância de<br />

indivíduos adultos (Schulze et al., 2008). A alta<br />

diversidade e representatividade da família nesta<br />

área, associado ao alto número de espécies raras e<br />

ameaçadas, indicam claramente o importante papel<br />

da Reserva para a proteção e conservação das<br />

Bignoniaceae do Espírito Santo e Mata Atlântica.<br />

Dentre as espécies listadas, algumas apresentam<br />

interesse econômico. O principal uso é na indústria<br />

madeireira, dada a alta qualidade da madeira<br />

encontrada nos gêneros Handroanthus e Paratecoma<br />

(Gentry, 1992b). Apesar de apresentarem madeiras<br />

mais moles (Santos & Mille, 1992), T. cassionoides, T.<br />

obtusifolia e Z. tuberculosa também são exploradas<br />

comercialmente (Gentry, 1992b). Por este motivo,<br />

indivíduos destes grupos foram frequentemente<br />

extraídos das matas, o que levou à ameaça de<br />

extinção local de várias espécies dos gêneros<br />

supracitados (Lohmann et al., 2013). Diversas<br />

espécies encontradas na Reserva também podem<br />

ser usadas para arborização ou ornamentação; por<br />

exemplo, Handroanthus serratifolius, H. heptaphyllus<br />

(Vell.) Mattos e Tabebuia roseo-alba (Ridley)<br />

Sandwith são espécies arbóreas comumente utilizadas<br />

na arborização urbana. Entre as lianas, Pyrostegia<br />

venusta (Ker Gawl.) Miers é certamente uma das<br />

espécies mais utilizadas como ornamental (Gentry,<br />

1992b). Além desta, outras espécies da Reserva<br />

também poderiam ser exploradas para este fim, como:<br />

Dolichandra unguis-cati, Fridericia conjugata, Lundia<br />

virginalis DC. e Mansoa onohualcoides, dadas as suas<br />

floradas exuberantes. Há ainda algumas espécies que<br />

são fontes de pigmento, como Cybistax antisyphilitica,<br />

Fridericia chica e Sparattosperma leucanthum (Vell.)<br />

K.Schum. (Gentry, 1992b).<br />

Distribuição das espécies de Bignoniaceae<br />

da Reserva Natural Vale<br />

As 62 espécies de Bignoniaceae encontradas<br />

na RNV estão distribuídas pelas seis principais<br />

fitofisionomias da Reserva: Capoeira, Campo<br />

Nativo, Mata Ciliar, Mata de Tabuleiro, Muçununga<br />

e Várzea. Enquanto 23 espécies (37%) ocorrem<br />

exclusivamente em uma fitofisionomia (Figura 3),<br />

Bignonia corymbosa e Anemopaegma chamberlaynii<br />

são as mais generalistas. Bignonia corymbosa<br />

foi observada em todas as fitofisionomias e A.<br />

chamberlaynii foi observada em quase todas as<br />

áreas, exceto na Várzea (Tabela 1).<br />

Figura 3: Conectividade entre fitofisionomias. Para cada<br />

fitofisionomia é apresentado o número de espécies registradas<br />

(exclusivo/total). O número de espécies compartilhadas<br />

está apresentado junto às linhas: linhas mais espessas<br />

indicam um alto número de espécies compartilhadas entre as<br />

fitofisionomias enquanto as linhas tracejadas indicam um baixo<br />

número de espécies compartilhadas (≤ 3).<br />

A Mata de Tabuleiro representa a fitofisionomia<br />

mais rica e também a com maior área. Esta<br />

fitofisionomia perfaz quase metade da área da<br />

Reserva (CVRD, 1998), abrigando 49 espécies,<br />

13 observadas exclusivamente nesta formação.<br />

Os gêneros Handroanthus e Zeyheria estão entre<br />

os elementos arbóreos e componentes do dossel<br />

mais característicos desta fitofisionomia. As<br />

lianas totalizam 37 espécies e, como em outros<br />

estudos fitossociológicos (p. ex. Gentry, 1982),<br />

representam a família de lianas mais diversa nas<br />

Matas de Tabuleiro (Peixoto & Gentry 1990). As<br />

três espécies de Dolichandra (D. unguis-cati, D.<br />

quadrivalvis e D. unguiculata (Vell.) L.G.Lohmann)<br />

são restritas a esta fitofisionomia. A Mata de<br />

Tabuleiro compartilha 31 espécies com as<br />

Capoeiras, especialmente espécies pertencentes<br />

aos gêneros Adenocalymma (7 spp.), Bignonia L.<br />

(3 spp.) e Fridericia (4 spp.). Além disso, a Mata<br />

de Tabuleiro também compartilha 12 espécies<br />

com a Muçununga e 7 com a Mata Ciliar. A maior<br />

parte das espécies compartilhadas entre estas<br />

fitofisionomias são também encontradas em áreas

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