05.02.2017 Views

RESERVA NATURAL VALE

livrofloresta

livrofloresta

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

FLORESTA ATLÂNTICA DE TABULEIRO: DIVERSIDADE E ENDEMISMOS NA <strong>RESERVA</strong> <strong>NATURAL</strong> <strong>VALE</strong><br />

6<br />

SÃO AS FLORESTAS DO NORTE DO<br />

ESPÍRITO SANTO E SUL DA BAHIA AS<br />

MAIS RICAS EM ESPÉCIES ARBÓREAS NO<br />

DOMÍNIO DA FLORESTA ATLÂNTICA?<br />

Samir Gonçalves Rolim, Luiz Fernando Silva Magnago, Felipe Zamborlini Saiter,<br />

André Márcio Amorim & Karla Maria Pedra de Abreu<br />

INTRODUÇÃO<br />

Uma das características mais marcantes das<br />

florestas tropicais é a sua elevada diversidade de<br />

espécies (Phillips et al., 1994). Entre estas florestas<br />

tropicais a Floresta Atlântica brasileira é reconhecida<br />

como um centro de alta diversidade de espécies<br />

(Myers et al., 2000). Em seu domínio, as fisionomias<br />

florestais ombrófilas e estacionais formam um contínuo<br />

de distribuição de espécies arbóreas (Oliveira-<br />

Filho & Fontes, 2000), onde poucas espécies são<br />

amplamente distribuídas, resultando numa elevada<br />

heterogeneidade regional (Scudeller et al., 2001) e<br />

em altos níveis de endemismos de espécies (Forzza et<br />

al., 2012). Contudo, a cobertura da Floresta Atlântica<br />

atual é representada por paisagens altamente<br />

fragmentadas, onde 71% dos fragmentos possuem<br />

menos do que 5 mil ha (Ribeiro et al., 2009).<br />

Frente à alta diversidade de espécies e ao estado<br />

de fragmentação florestal, existe um interesse natural<br />

dos cientistas em saber quais locais/regiões desse<br />

domínio detêm as maiores riquezas de espécies.<br />

Desta forma, vários estudos são enfáticos em<br />

destacar a elevada riqueza encontrada, mas poucas<br />

análises compararam a riqueza local, ou diversidade<br />

alfa, entre diferentes locais (Gentry, 1988; Phillips<br />

et al., 1994; Oliveira, 2006). No domínio da<br />

Floresta Atlântica brasileira, maior diversidade alfa<br />

é observada para as florestas ombrófilas, mais<br />

próximas ao oceano, quando comparadas a florestas<br />

estacionais, mais interioranas, no estado de São<br />

Paulo (Oliveira, 2006). Alguns fatores ambientais<br />

que explicam variações na riqueza entre sítios são:<br />

precipitação, duração da estação seca e altitude<br />

(Gentry, 1988; Phillips et al., 1994; Leigh et al.,<br />

2004; Oliveira, 2006).<br />

Tabarelli & Mantovani (1999) levantaram a<br />

hipótese de que a Floresta Atlântica da Serra do<br />

Mar em São Paulo apresenta menor riqueza do que<br />

a Floresta Atlântica nos estados do Espírito Santo e<br />

Bahia. Provavelmente, o maior viés metodológico<br />

que restringe este tipo de comparação é que a<br />

riqueza é fortemente dependente do tamanho<br />

da amostra e mais espécies são esperadas<br />

quanto maior o número de indivíduos amostrados<br />

(Gotelli & Colwell, 2001). Portanto, para qualquer<br />

comparação entre áreas, o primeiro passo é eliminar<br />

o efeito da densidade de indivíduos sobre a riqueza<br />

(Phillips et al., 1994; Denslow, 1995; Cannon et al.,<br />

1998; Vandermeer et al., 2000; Gotelli & Colwell,<br />

2001). De posse de um banco de dados mais<br />

atualizado e de análises sobre a riqueza de espécies<br />

menos enviesadas, neste trabalho perguntamos: as<br />

florestas do norte do Espírito Santo e sul da Bahia<br />

são mais ricas em espécies arbóreas do que outras<br />

florestas do sul e sudeste do Brasil?<br />

9 1

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!