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RESERVA NATURAL VALE

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ROLIM ET AL.<br />

ANGIOSPERMAS<br />

(103), Rubiaceae (86), Poaceae (73), Asteraceae<br />

(69), Bignoniaceae (62) e Lauraceae (58). As<br />

famílias mais ricas em gêneros são Fabaceae (80),<br />

Orquidaceae (56), Asteraceae (45) e Rubiaceae<br />

(42) (Figura 2). Os gêneros mais ricos em espécies<br />

são Eugenia (45), Ocotea (34), Myrcia (29),<br />

Solanum (25), Piper (24) e Pouteria (21). As quatro<br />

famílias mais ricas encontradas na RNV são, de modo<br />

geral, aquelas bem representadas em outras áreas<br />

de Floresta Atlântica (Leitão-Filho, 1987; Peixoto<br />

& Gentry, 1990; Joly et al., 1991) ou mesmo na<br />

região neotropical (referências na Tabela 2).<br />

Das espécies citadas, 1.622 (81%) foram<br />

registradas na floresta de tabuleiro, 628 (31%)<br />

nas florestas de muçununga, 352 (18%) nos<br />

campos nativos e 257 (13%) nas várzeas sujeitas a<br />

alagamento. Algumas espécies não apresentaram<br />

fisionomia de coleta e outras foram amostradas<br />

em áreas antropizadas dentro da RNV, embora<br />

sejam de ocorrência natural na região. Apenas<br />

107 espécies são compartilhadas pela Floresta<br />

de Tabuleiro, floresta de muçununga e campos<br />

nativos. Do total de espécies, 262 só foram<br />

registradas nas fisionomias de muçununga e/ou<br />

de campos nativos. Estas fisionomias possuem<br />

solos quimicamente pobres (Espodossolos)<br />

e com camadas superficiais de impedimento<br />

que levam a alagamentos em épocas chuvosas<br />

(Secreti, 2013) e são mais restritivas para muitas<br />

espécies. Os remanescentes destes ambientes<br />

são extremamente raros entre o sul da Bahia<br />

e o norte do Espírito Santo e mais estudos são<br />

necessários para entender a distribuição das<br />

espécies nestas fisionomias, os tamanhos de<br />

suas populações e seu status de ameaça frente à<br />

raridade dos mesmos.<br />

Figura 2. Famílias mais ricas em espécies na Reserva<br />

Natural Vale e respectivos números de gêneros.<br />

Das espécies citadas, 94 constam como<br />

ameaçadas de extinção no livro vermelho da<br />

flora do Brasil (Martineli & Moraes, 2013), 156<br />

no livro do Espírito Santo e 22 são consideradas<br />

plantas raras (Giulietti et al., 2009), totalizando<br />

191 espécies que merecem atenção prioritária.<br />

Entretanto, este número ultrapassa 200, pois<br />

várias espécies recentemente descritas para esta<br />

área e ainda com distribuição conhecida restrita,<br />

poderão ser avaliadas futuramente como raras ou<br />

ameaçadas, como Alatococcus siqueirae Acev.-<br />

Rodr. (Acevedo-Rodríguez, 2012), Oxandra<br />

unibracteata J.C. Lopes, Junikka & Mello-Silva<br />

(Lopes et al., 2013), Ephedrantus dimerus J.C.<br />

Lopes, Chatrou & Mello-Silva (Lopes et al., 2014),<br />

Anthurium ribeiroi Nadruz, Anthurium queirozianum<br />

Nadruz, Anthurium riodocense Nadruz, Anthurium<br />

siqueirae Nadruz, Anthurium zeneidae Nadruz,<br />

Philodendron follii Nadruz, Philodendron ruthianum<br />

Nadruz (Coelho, 2010), Spiranthera atlantica Pirani<br />

(Pirani, 2010), Tynanthus espiritosantensis M.C.<br />

Medeiros & L.G. Lohmann (Medeiros & Lohmann,<br />

2014), Eugenia hispidiflora Sobral & M.C. Souza,<br />

Eugenia cataphyllea Sobral & M.C. Souza (Sobral &<br />

Souza, 2015) e Begonia jaguarensis L. Kollmann, R.<br />

S. Lopes & Peixoto (Kollmann et al., 2015).<br />

Outras espécies raras ou ameaçadas são<br />

encontradas em fragmentos no entorno da RNV<br />

ou nas florestas aluviais na foz do Rio Doce, mas<br />

não possuem registros de ocorrência dentro da<br />

RNV, como Oxalis doceana Lourteig, Riodocea<br />

pulcherrima Delprete (Rolim et al., 2006; Giulietti<br />

et al., 2009) e Keraunea capixaba Lombardi<br />

(Lombardi, 2014). Para a RNV, ainda são<br />

mencionadas como raras Erisma silvae Marc.-Berti<br />

e Tabebuia reticulata A.H.Gentry (Giulietti et al.,<br />

2009) mas não há registros destas espécies no<br />

norte do Espírito Santo. A primeira é conhecida<br />

apenas pelo material tipo na região amazônica<br />

enquanto a segunda é para alguns municípios nos<br />

estados do Espirito Santo, Minas Gerais e Bahia<br />

(INCT, 2015).<br />

Numa consulta à Lista de Espécies da Flora do<br />

Brasil (http://plantasdobrasil.jbrj.gov.br), podem<br />

ser constatados dados de alguns gêneros de<br />

angiospermas ocorrentes na RNV que apresentam<br />

forte disjunção com a Amazônia, como Dinizia sp. nov.<br />

(espécie em descrição G.P. Lewis et al.), Senefeldera,<br />

Bonnetia, Glycydendron e Borismene. Alguns destes<br />

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