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RESERVA NATURAL VALE

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FLORESTA ATLÂNTICA DE TABULEIRO: DIVERSIDADE E ENDEMISMOS NA <strong>RESERVA</strong> <strong>NATURAL</strong> <strong>VALE</strong><br />

Coleta de dados<br />

Para amostragem da vegetação arbórea,<br />

utilizamos o método de parcelas permanentes<br />

(Mueller-Dombois & Ellenberg, 1974) com<br />

dimensões de 10 × 10 m, dispostas em uma<br />

distância mínima de 20 m entre si. Em cada<br />

parcela foram amostrados todos os indivíduos<br />

arbóreos com circunferência a altura de 1,30 m<br />

do solo (CAP) maior ou igual a 15 cm, sendo as<br />

parcelas instaladas sempre sobre o mesmo tipo de<br />

solo (Argissolo Amarelo).<br />

Para avaliar o efeito da fragmentação, realizamos<br />

as amostragens no interior e borda dos fragmentos<br />

do grande bloco florestal da Reserva Natural Vale<br />

(RNV) e a Reserva Biológica de Sooretama (Rebio),<br />

que possuem mais de 20.000 ha de floresta cada.<br />

Na RNV e Rebio alocamos 60 parcelas distribuídas<br />

em seis transectos de 10 parcelas cada, sendo 30<br />

parcelas na borda e 30 no interior. Os transectos<br />

foram distantes, em média, 17,13 km entre si<br />

para os transectos de interior e 14,44 km para os<br />

transectos de borda (Figura 1).<br />

Tratamento dos dados<br />

Todas as espécies arbóreas dentro de cada<br />

parcela foram classificadas quanto à síndrome de<br />

dispersão seguindo os critérios propostos por van<br />

der Pijl (1982). Foram adotadas duas categorias:<br />

(i) espécies zoocóricas, como sendo aquelas que<br />

produzem diásporos providos por uma ou mais<br />

características que implicam em um potencial uso<br />

pela fauna, como, por exemplo, polpa carnosa, arilo,<br />

ou outras características tipicamente associadas<br />

com agentes dispersores por animais e (ii)<br />

espécies não-zoocóricas, como sendo aquelas que<br />

apresentam características que indicam dispersão<br />

por meios abióticos, como sementes aladas, plumas,<br />

ausência de características que indiquem algum tipo<br />

de dispersão a não ser própria queda, ou sementes<br />

provindas de frutos com deiscência explosiva,<br />

mas que também não apresentavam qualquer tipo<br />

de características de plantas zoocóricas (p. ex.<br />

sementes com arilos, sacotesta, etc.).<br />

Também classificamos as espécies em grupos<br />

sucessionais, de acordo com o proposto por Bongers<br />

et al. (2009), sendo pioneiras aquelas que se<br />

desenvolvem em condições dependentes de maior<br />

luminosidade, não ocorrendo, em geral, no sub-<br />

bosque; as secundárias iniciais se desenvolvem em<br />

condições intermediárias de sombreamento; e as<br />

secundárias tardias se desenvolvem exclusivamente<br />

em sub-bosque permanentemente sombreado. Para<br />

classificar as espécies quanto a essas características<br />

ecológicas foi utilizada a base de dados presente em<br />

Jesus & Rolim (2005) para a floresta da Reserva<br />

Natural Vale.<br />

Para relacionar diretamente a quantidade<br />

recurso alimentício, também classificamos os<br />

frutos quanto à consistência do pericarpo. Essa<br />

classificação foi feita para separar as espécies<br />

zoocóricas de frutos secos daquelas com frutos<br />

carnosos, já que em geral os frutos carnosos tendem<br />

a fornecer mais recursos alimentares (Coombe,<br />

1976). Desta forma, classificamos os frutos das<br />

espécies amostradas em frutos carnosos, quando<br />

o pericarpo tem consistência carnosa e acumulador<br />

de água e frutos secos aqueles com pericarpos<br />

secos (Barroso et al., 1999).<br />

Os dados para a densidade da madeira em<br />

peso seco (g/cm 3 ) foram obtidos no banco de<br />

dados The Global Wood Density (GWD) database,<br />

na subseção Tropical South America (http://<br />

hdl.handle.net/10255/dryad.235, Chave et<br />

al., 2009; Zanne et al., 2009). Para as espécies<br />

amostradas não identificadas em nível de gênero<br />

ou não presentes no banco de dados, adotamos<br />

os seguintes procedimentos já tradicionalmente<br />

empregados (Flores & Coomes, 2011; e Hawes<br />

et al., 2012): (i) para as espécies que tivemos<br />

apenas a identificação em nível de família e gênero,<br />

usamos a média da densidade da madeira do<br />

grupo taxonômico; (ii) para espécies que estavam<br />

presentes na nossa amostragem, porém não foram<br />

encontradas no banco de dados GWD, fizemos uso<br />

da média da densidade da madeira do gênero a que<br />

a espécie pertence.<br />

As espécies que foram apenas identificadas<br />

em nível de morfoespécie representaram apenas<br />

1,13% da riqueza de espécies e 0,22% do<br />

número de indivíduos total e foram excluídas das<br />

análises envolvendo características funcionais.<br />

O material botânico foi determinado a partir de<br />

consultas ao Herbário CVRD da Vale, Herbário<br />

VIES da Universidade Federal do Espírito Santo e<br />

auxílios de especialistas. O material encontrado<br />

em estádio reprodutivo foi depositado na coleção<br />

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