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RESERVA NATURAL VALE

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FLORESTA ATLÂNTICA DE TABULEIRO: DIVERSIDADE E ENDEMISMOS NA <strong>RESERVA</strong> <strong>NATURAL</strong> <strong>VALE</strong><br />

Figura 5: Mudanças na composição de espécies (a) e estrutura da comunidade (b) de pequenos mamíferos em<br />

função da distância em relação à floresta contínua, com base em modelos gerais linearizados (GLM). Legenda: Círculo<br />

preto = interior da floresta contínua, círculo branco = borda da floresta contínua, triângulo branco = fragmento linear<br />

conectado, triângulo cinza = fragmento linear não conectado.<br />

al., 2001; Pardini et al., 2005; Hawes et al., 2008;<br />

Martensen et al., 2008; Lees & Peres, 2008;<br />

Barlow et al., 2010; Rocha et al., 2011; Castro &<br />

van den Berg, 2013).<br />

Os resultados obtidos corroboram a hipótese<br />

de que os fragmentos lineares conectados<br />

apresentaram maior diversidade beta do que os<br />

não conectados. Nesse sentido, a conectividade<br />

estrutural com a floresta contínua também<br />

parece influenciar a diversidade beta de pequenos<br />

mamíferos nos sítios amostrados, uma vez que<br />

contribui para aumentar o turnover de espécies<br />

e indivíduos (Pardini et al., 2010), resultando<br />

em uma comunidade de pequenos mamíferos<br />

mais heterogênea e, consequentemente, uma<br />

maior diversidade beta nos fragmentos lineares<br />

conectados. Da mesma forma, a menor diversidade<br />

beta (comunidade mais homogênea) nos<br />

fragmentos lineares não conectados pode ser uma<br />

consequência do isolamento dessas áreas, uma vez<br />

que o turnover está relacionado ao deslocamento<br />

dos indivíduos (Hubbell, 1997; Condit et al.,<br />

2002). Dessa forma, os resultados apresentados<br />

corroboram estudos anteriores (p. ex. Condit et<br />

al., 2002; Pardini et al., 2005; Rocha et al., 2011;<br />

Mesquita & Passamani, 2012), demostrando<br />

a importância da conectividade provida pelos<br />

fragmentos lineares na redução do isolamento de<br />

populações/espécies e no aumento do turnover<br />

em paisagens fragmentadas.<br />

Ao contrário do que foi hipotetizado, os<br />

fragmentos lineares apresentaram maior<br />

diversidade alfa do que a floresta contínua.<br />

Contudo, essa resposta provavelmente se deve<br />

ao efeito da amostragem, mais do que à diferença<br />

entre os tratamentos. Como os fragmentos lineares<br />

têm menor tamanho que a floresta contínua e<br />

a amostragem foi a mesma para todas as áreas<br />

(mesmo número de transectos e de armadilhas<br />

e mesma quantidade de dias amostrados), foi<br />

capturado um maior número de espécies nos<br />

fragmentos lineares, uma vez que nestes as<br />

espécies provavelmente encontram-se mais<br />

aninhadas. Assim, se a amostragem considerasse<br />

toda a área dos remanescentes estudados, seria<br />

esperado, de acordo com a relação espécie-área<br />

(ver Rosenzweig, 1995; Hubbell, 1997), que a<br />

diversidade alfa fosse maior na floresta contínua e<br />

menor nos fragmentos lineares. Essa colocação é<br />

corroborada pelo fato de os fragmentos pequenos<br />

possuírem um subconjunto de espécies encontradas<br />

em fragmentos maiores e com vegetação primária<br />

(Louzada et al., 2010; Hill et al., 2011; Menezes &<br />

Fernandez, 2013), conforme proposto inicialmente.<br />

Diante dos resultados obtidos, conclui-se que,<br />

em relação à comunidade de pequenos mamíferos,<br />

a floresta contínua na qual se insere a RNV exerce<br />

grande influência sobre os fragmentos lineares do<br />

entorno, funcionando como uma área de spillover,<br />

o que pode aumentar o valor destes remanescentes<br />

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