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RESERVA NATURAL VALE

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VIEIRA<br />

PEIXES<br />

MATERIAIS E MÉTODOS<br />

Como já indicado, na literatura não estão<br />

disponíveis informações sistematizadas e fidedignas<br />

acerca da fauna de peixes que ocorre na área<br />

delimitada pela RNV. Essa é uma situação comum<br />

para a ictiofauna na maior parte das unidades<br />

de conservação brasileiras e foi brevemente<br />

discutida por Vieira et al. (2005). Sarmento-<br />

Soares & Martins-Pinheiro (2014) reforçam esse<br />

entendimento e indicam que “a ictiofauna tem<br />

sido desconsiderada de tal forma na delimitação<br />

de áreas de proteção que nenhuma das Unidades<br />

de Conservação do Espírito Santo possui em seu<br />

Plano de Manejo uma relação dos peixes existentes<br />

na Unidade respaldada por material catalogado em<br />

coleções zoológicas”.<br />

Frente a essa limitação, para a elaboração da lista<br />

de espécies aqui apresentada foram compilados<br />

os dados disponíveis no documento preliminar<br />

para o Plano Diretor de Uso da Reserva Florestal<br />

de Linhares (Cepemar,1998) e no trabalho de<br />

Sarmento-Soares & Martins-Pinheiro (2014), que<br />

trata especificamente da fauna de peixes do rio Barra<br />

Seca e Rebio de Sooretama. Esse último trabalho<br />

faz parte do Projeto BIOdiversES – Distribuição<br />

e Endemismo de Peixes de Água Doce do Espírito<br />

Santo, que estuda os sistemas hídricos capixabas<br />

e vem realizando uma avaliação da ictiofauna<br />

de água doce do Estado. Apesar de ser bastante<br />

abrangente e ter coberto grande parte da bacia<br />

do rio Barra Seca nos trechos alto, médio, baixo e<br />

lagoa de Suruaca, não foram efetuadas coletas na<br />

área da RNV. Dos dados disponíveis nesse trabalho<br />

foram eliminados os registros obtidos na Lagoa de<br />

Suruaca, que se referiam em quase sua totalidade<br />

a espécies de origem marinha, enquanto os demais<br />

foram avaliados integralmente.<br />

A informação do material testemunho de peixes<br />

coletados dentro dos limites da RNV e depositado<br />

em museus incluiu as coleções do (MBML –Peixes)<br />

Coleção de Peixes do Museu de Biologia Prof. Mello<br />

Leitão, Santa Teresa; (MCP-Peixes) Museu de<br />

Ciências e Tecnologia da PUC Rio Grande do Sul, Porto<br />

Alegre; (ZUEC-PIS) Coleção de Peixes do Museu de<br />

Zoologia da Unicamp, Campinas; (MNRJ) Coleção de<br />

Peixes do Museu Nacional, Universidade Federal do<br />

Rio de Janeiro e (MZUSP) Coleção de Peixes do Museu<br />

de Zoologia da Universidade de São Paulo, São Paulo.<br />

Para esse propósito foram consultados os bancos de<br />

dados das instituições disponibilizados através da<br />

rede do Cria (http://www.cria.org.br/) via o projeto<br />

SpeciesLink (http://splink.cria.org.br/) e no Sistema<br />

Brasileiro de Informações sobre Biodiversidade de<br />

Peixes, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio<br />

de Janeiro (http://www.mnrj.ufrj.br/search.htm).<br />

A nomenclatura científica utilizada neste<br />

trabalho segue os padrões adotados pelo código<br />

internacional de nomenclatura zoológica. Os nomes<br />

científicos e autores das espécies seguem aqueles<br />

empregados nas descrições originais, atualizados<br />

através de Eschmeyer et al. (2016). Correções ou<br />

modificações adotadas para os dados compilados<br />

são indicadas diretamente no momento da citação<br />

no texto.<br />

A rede hidrográfica digitalizada da bacia do rio<br />

Barra Seca na escala 1:250.000 foi obtida no Banco<br />

de Dados Geográficos do Exército (DSG, 2013).<br />

Posteriormente, todos os pontos de coleta na área<br />

de interesse e disponíveis nos trabalhos e museus<br />

consultados foram digitalizados utilizando o Google<br />

Earth Pro 7.1.2.2041, compilação de 10/7/2013.<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

A bacia do rio Barra Seca<br />

Embora tratada rotineiramente como parte da<br />

drenagem do rio Doce, a bacia do rio Barra Seca tem<br />

uma gênese bastante peculiar e, segundo Sarmento-<br />

Soares & Martins-Pinheiro (2014), originalmente<br />

representava uma sub-bacia do rio São Mateus. O<br />

vale inferior do rio Barra Seca, situado em terrenos<br />

originados no Quaternário Holocênico (Seama/<br />

Iema, 2016), cobria uma extensa região pantanosa<br />

onde está a lagoa Suruaca, que após amplas e<br />

profundas alterações antrópicas encontra-se<br />

muito descaracterizada (Lani et al., 2009). Muitos<br />

canais foram abertos para permitir a drenagem<br />

dessa área pantanosa e atualmente existe ligação,<br />

ainda que temporária, tanto no sul com o rio Doce<br />

como no norte com o rio São Mateus (Figura 2).<br />

Embora não existam estudos prévios que permitam<br />

maiores inferências sobre os impactos ambientais<br />

que ocorreram em função dessas ações, é provável<br />

que o conjunto de modificações nessa região tenha<br />

afetado negativamente a fauna de peixes que<br />

ocorria originalmente nessa parte da bacia.<br />

A rede hidrográfica da RNV se desenvolve sobre<br />

terrenos datados do Período Terciário (Seama/<br />

Iema, 2016) e inclui diversos córregos e rios.<br />

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