05.02.2017 Views

RESERVA NATURAL VALE

livrofloresta

livrofloresta

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

FLORESTA ATLÂNTICA DE TABULEIRO: DIVERSIDADE E ENDEMISMOS NA <strong>RESERVA</strong> <strong>NATURAL</strong> <strong>VALE</strong><br />

gêneros ocorrem de São Paulo a Pernambuco;<br />

outros ocorrem apenas no trecho entre o rio Doce,<br />

no Espírito Santo, e Ilhéus, no sul da Bahia. Isso pode<br />

indicar ausência de coleta nas áreas entre os biomas,<br />

mas também conexões pretéritas entre a Floresta<br />

Atlântica e Amazônica, como já apontado por diversos<br />

autores. Alguns destes gêneros foram encontrados<br />

em registros de pólen na RNV, desde 7.500 e 4.000<br />

anos antes do presente (Buso Jr. et al., 2014).<br />

Em duas áreas de Floresta Atlântica do sul da Bahia,<br />

com 420 e 430 espécies, Thomas et al. (1998)<br />

estimaram que 7,4% em cada área são disjuntas com a<br />

Amazônia, número próximo da estimativa anterior de<br />

Mori et al. (1981), que é de 7,9% (baseada em 127<br />

espécies arbóreas). Thomas et al. (1998) estimaram<br />

ainda que 27,3% das espécies são endêmicas da<br />

região entre o rio Doce (ES) e Ilhéus, no sul da Bahia.<br />

Estes resultados levaram os autores a classificarem<br />

esta região como um dos três centros de endemismo<br />

da Mata Atlântica (para detalhes ver também Fiaschi<br />

& Pirani, 2009).<br />

Comparação com outras áreas<br />

A riqueza de espécies numa dada área e a análise<br />

da riqueza de espécies em famílias ou a abundância<br />

de famílias entre regiões neotropicais têm sido<br />

discutidas (Lombardi & Gonçalves, 2000; Lima<br />

et al., 2011; Zappi et al., 2011). Esta discussão<br />

é dificultada pelo fato de que o esforço de coleta<br />

botânica geralmente não é o mesmo entre os<br />

Tabela 1: Lista de 10 famílias de Angiospermas mais ricas em espécies, em 12 regiões neotropicais da<br />

América do Sul (células vazias indicam que a família não está entre as 10 mais representativas na área).<br />

Obs.: Uma ressalva é que alguns estudos são antigos e não estão em APG III. Assim, a representatividade<br />

de algumas famílias, como Malvaceae e Euphorbiaceae, pode estar sub ou superestimada.<br />

Família 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12<br />

Fabaceae 186 150 188 160 128 115 71 125 48 57 51 63<br />

Myrtaceae 116 65 31 39 59 39 53 85 47 70<br />

Orchidaceae 103 200 96 56 57 38 115 81 229 118<br />

Rubiaceae 86 138 94 113 93 82 66 69 48 51 53 50<br />

Bignoniaceae 62 54 32 49<br />

Asteraceae 69 75 27 51 54 54 42 43<br />

Poaceae 73 107 34 48 57<br />

Lauraceae 58 58 100 62 35 53 44<br />

Apocynaceae 51 35<br />

Sapindaceae 45<br />

Annonaceae 59 47 34 34<br />

Araceae 133 55 64 31<br />

Bromeliaceae 40 43 43 46 41<br />

Chrysobalanaceae 53<br />

Cyperaceae 45 42 39<br />

Euphorbiaceae 50 45 36 30 35<br />

Malpighiaceae 21<br />

Malvaceae 42 38<br />

Melastomataceae 167 58 85 53 34 36 31 56 54 73 34<br />

Moraceae 68 43 19<br />

Piperaceae 33 30 22 26<br />

Sapotaceae 78 28<br />

Solanaceae 50 33 38 29<br />

Riqueza 1.999 2.363 1.987 1.912 1.303 1.251 1.048 1.043 1.033 1.030 1.023 985<br />

Legenda: RNV (este estudo); 2) Região central do Peru (Vásquez et al., 2005); 3) Reserva Ducke, AM (Hopkins, 2005); 4) Yasuní National Park<br />

– Equador (Tropicos, 2013); 5) Parque Cristalino, MT (Zappi et al., 2011); 6) Iwokrama Forest – Guyana (Clarke et al., 2001); 7) Reserva de<br />

Una, BA (Amorim et al., 2008); 8) médio Rio Doce, MG (Lombardi & Gonçalves, 2000); 9) Serra Negra, MG (Salimena et al., 2013); 10) Parque<br />

Carlos Botelho, SP (Lima et al., 2011); 11) Reserva de Macaé de Cima, RJ (Lima & Guedes-Bruni, 1997); 12) Parque da Ilha do Cardoso, SP<br />

(Barros et al., 1991).<br />

170

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!