05.02.2017 Views

RESERVA NATURAL VALE

livrofloresta

livrofloresta

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

FLORESTA ATLÂNTICA DE TABULEIRO: DIVERSIDADE E ENDEMISMOS NA <strong>RESERVA</strong> <strong>NATURAL</strong> <strong>VALE</strong><br />

13<br />

Luna<br />

DIVERSIDADE DE MYRTACEAE NA<br />

<strong>RESERVA</strong> <strong>NATURAL</strong> <strong>VALE</strong><br />

Augusto Giaretta, Amélia Carlos Tuler, Marcelo da Costa Souza,<br />

Karinne Sampaio Valdemarin, Fiorella Fernanda Mazine & Ariane<br />

Peixoto<br />

INTRODUÇÃO<br />

Myrtaceae, uma das grandes famílias de<br />

Angiospermas, engloba quase 6.000 espécies de<br />

plantas que por suas características e atributos são<br />

incluídas em duas subfamílias – Psiloxyloideae com<br />

duas tribos e Myrtoideae com 15 tribos. A família<br />

apresenta ampla distribuição geográfica, com<br />

centros de diversidade na Austrália, sudeste da Ásia<br />

e América do Sul (Wilson et al., 2001, 2005).<br />

Na região Neotropical ocorrem 49 gêneros e<br />

cerca de 2.500 espécies (Govaerts et al., 2015),<br />

circunscritas à subfamília Myrtoideae, tribo<br />

Myrteae (exceto Tepualia stipularis (Hook. & Arn)<br />

Griseb.), a mais diversificada tribo da família em<br />

relação ao número de gêneros e também aquela<br />

na qual as relações entre gêneros e espécies são<br />

mais difíceis de serem compreendidas à luz do<br />

conhecimento atual. No Brasil ocorrem quase<br />

1.000 espécies subordinadas a 23 gêneros, o que<br />

coloca a família entre as 10 com maior riqueza<br />

de espécies na flora do país. Myrtaceae está<br />

distribuída em todos os domínios fitogeográficos<br />

brasileiros, sendo a Floresta Atlântica um dos<br />

centros de diversidade de Myrtaceae, onde é a<br />

sexta maior família em riqueza de espécies (Forzza<br />

et al., 2010).<br />

O extenso levantamento da flora brasileira<br />

que catalogou as espécies de plantas e fungos<br />

aponta 795 espécies de Myrtaceae endêmicas<br />

do Brasil (Sobral et al., 2016), ou seja, que<br />

ocorrem somente no território do país. Para<br />

melhor conhecer e propor mecanismos que<br />

levem à efetiva conservação das espécies desse<br />

grande e diverso grupo de plantas, estudiosos<br />

de diferentes instituições têm se debruçado em<br />

revisões de táxons infrafamiliares e no estudo de<br />

floras de áreas geográficas delimitadas (estados,<br />

unidades de conservação, entre outros espaços<br />

geográficos ou políticos), buscando caracterizar<br />

as espécies para a implementação de estudos<br />

mais abrangentes de filogenia com base em dados<br />

morfológicos e moleculares (p. ex. Faria-Junior,<br />

2014; Mazine et al., 2014; Santos, 2014; Tuler,<br />

2014; Giaretta & Peixoto, 2015).<br />

Para o estado do Espírito Santo são reconhecidos<br />

15 gêneros que englobam 273 espécies (Sobral<br />

et al., 2016), sendo Eugenia, Myrcia e Marlierea<br />

os gêneros de maior riqueza específica. Dentre<br />

os estudos realizados sobre espécies da família<br />

para o estado destacam-se os de Barroso &<br />

Peixoto (1995) com os gêneros Calyptranthes e<br />

Marlierea na Reserva Natural Vale (RNV), no qual<br />

são apresentadas cinco espécies de Calyptranthes<br />

e 13 de Marlierea; Sobral (2007), que estudou a<br />

família para o município de Santa Teresa, tratando<br />

de 159 espécies; Tuler (2014), que inventariou<br />

e descreveu as espécies de Psidium ocorrentes<br />

no estado, apontando 14 espécies e; Giaretta &<br />

Peixoto (2015), que inventariaram e descreveram<br />

2 4 7

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!