05.02.2017 Views

RESERVA NATURAL VALE

livrofloresta

livrofloresta

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

ROLIM ET AL.<br />

EPÍTITAS<br />

automática dos nomes válidos e sinônimos,<br />

através de consulta à Lista de Espécies da Flora<br />

do Brasil (www.floradobrasil.jbrj.gov.br). Algumas<br />

espécies não encontradas no site da Flora do Brasil<br />

foram consultadas no site The Plant List (www.<br />

theplantlist.org). Para descrição das fisionomias<br />

de ocorrência das coletas, as áreas de floresta<br />

secundária e mata ciliar foram consideradas como<br />

floresta de tabuleiro e áreas brejosas e florestas de<br />

várzea foram consideradas como várzeas.<br />

As formas de vida citadas como epífitas no<br />

Herbário CVRD foram mantidas, respeitando<br />

a forma como a planta foi encontrada na RNV.<br />

Contudo, foi feita exceção para espécies arbóreas<br />

que possuem hábito epifítico na fase inicial da vida<br />

(p. ex. Ficus, de acordo com Romaniuc Neto et al.,<br />

2015). Plantas anotadas nas fichas de herbário<br />

como trepadeiras, mas com hábito hemiepifítico<br />

foram consideradas dessa forma (p. ex., algumas<br />

espécies de Vanilla e diversas de Philodendron).<br />

As epífitas foram ainda classificadas em categorias<br />

ecológicas, baseado na sua forma de vida e relação<br />

com o hospedeiro (Benzing, 1990; Kersten,<br />

2010):<br />

•Holoepífitas verdadeiras: hábito epifítico<br />

durante todo o ciclo de vida;<br />

•Holoepífitas facultativas: podem crescer<br />

tanto no forófito como no solo;<br />

•Holoepífitas acidentais: não possuem<br />

adaptação à vida epifítica, crescem<br />

ocasionalmente sobre os forófitos;<br />

•Hemiepífitas primárias: hábito epifítico<br />

apenas em parte do ciclo de vida; germinam<br />

sobre os forófitos e posteriormente emitem<br />

raízes até o solo;<br />

•Hemiepífitas secundárias: hábito epifítico<br />

apenas em parte do ciclo de vida; germinam<br />

no solo e escalam o forófito, eventualmente<br />

perdendo a dependência das raízes fixas no solo.<br />

RESULTADOS & DISCUSSÃO<br />

Composição Epifítica na RNV<br />

A Reserva Natural Vale apresentou uma flora<br />

de 184 espécies epifíticas, distribuídas em 19<br />

famílias e 82 gêneros, representando 8,2% das<br />

epífitas já registradas para a floresta atlântica<br />

(Freitas et al., 2016). As famílias mais ricas em<br />

epífitas vasculares na RNV foram Orchidaceae (82<br />

spp.), Araceae (23 spp.), Bromeliaceae (22 spp.) e<br />

Polypodiaceae (15 spp.), que juntas somam 78%<br />

das espécies de epífitas vasculares (Tabela 2). Os<br />

gêneros mais ricos foram Epidendrum (12 spp.),<br />

Philodendron (12 spp.), Peperomia (10 spp.), Ficus<br />

(10 spp.), Acianthera (7 spp.), Aechmea (6 spp.)<br />

e Tillandsia (6 spp.). Outras espécies comumente<br />

encontradas como epífitas só foram registradas<br />

como terrestres e não estão computadas em nossa<br />

lista, mas mostra o potencial de novos registros<br />

epifíticos na Reserva, como Aechmea patentissima<br />

(Mart. ex Schult. & Schult.f.) Baker, Galeottia<br />

ciliata (Morel) Dressler & Christenson, Quesnelia<br />

quesneliana (Brongn.) L.B.Sm., Vriesea longiscapa<br />

Ule e Drymonia serrulata (Jacq.) Mart.<br />

As quatro famílias mais ricas na RNV (Orchidaceae,<br />

Bromeliaceae, Araceae e Polypodiaceae, Tabela 2)<br />

são as que apresentam maior riqueza na Floresta<br />

Atlântica (Freitas et al., 2016). O padrão de riqueza<br />

encontrado para estas famílias é muito consistente<br />

em várias áreas neotropicais com flora vascular<br />

epifítica bem amostrada, embora as porcentagens<br />

possam variar dependendo das condições<br />

ambientais de cada local e do esforço amostral<br />

diferenciado em algumas famílias.<br />

Alguns gêneros foram muito diversificados na<br />

RNV. Por exemplo, a riqueza de espécies epífitas dos<br />

gêneros Philodendron, Epidendrum e Ficus na RNV<br />

está entre as maiores já registradas, considerando<br />

os estudos na Floresta Atlântica citados na Tabela<br />

3. Para Philodendron, uma possível explicação é o<br />

esforço intensivo de coletas de Araceae na RNV<br />

a partir de 2004, levando à descrição de várias<br />

espécies novas, entre as quais Philodendron follii<br />

Nadruz e Philodendron ruthianum Nadruz. Todavia,<br />

apenas três espécies de Orchidaceae do gênero<br />

Stelis e uma de Octomeria, foram registradas para<br />

a RNV. Estes gêneros são ricos em espécies no<br />

sul da Bahia (Leitman et al., 2014) e na floresta<br />

atlântica em geral (Freitas et al., 2016) indicando<br />

que pode haver uma deficiência na coleta dos<br />

mesmos na RNV.<br />

Das espécies registradas: 139 ocorreram na<br />

floresta de tabuleiro (75,5%), 110 na floresta<br />

de muçununga (59,8%), 23 no nativo (12,5%)<br />

e 14 na várzea (7,6%) (Tabela 2). Mas dado que<br />

a floresta de muçununga cobre menos que dois<br />

2 7 1

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!