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RESERVA NATURAL VALE

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FLORESTA ATLÂNTICA DE TABULEIRO: DIVERSIDADE E ENDEMISMOS NA <strong>RESERVA</strong> <strong>NATURAL</strong> <strong>VALE</strong><br />

27<br />

ABUNDÂNCIA E DENSIDADE<br />

DE MAMÍFEROS DE MÉDIO E<br />

GRANDE PORTE NA <strong>RESERVA</strong><br />

<strong>NATURAL</strong> <strong>VALE</strong><br />

Átilla Colombo Ferreguetti, Walfrido Moraes Tomas & Helena de<br />

Godoy Bergallo<br />

INTRODUÇÃO<br />

Estimativas de abundância e densidade<br />

são cruciais no estudo de populações e para o<br />

monitoramento da vida silvestre, permitindo a<br />

comparação do status de conservação de espécies<br />

entre diferentes regiões. Com o monitoramento em<br />

longo prazo das populações em uma dada área, é<br />

possível avaliar também se há aumento, declínio<br />

ou estabilização da população ao longo do tempo<br />

(Soulé, 1986; Glanz, 1996). Nesse contexto, as<br />

estimativas de abundância e densidade têm um<br />

significado especial para a conservação de espécies<br />

raras e ameaçadas e são fatores importantes para<br />

determinação de quais estratégias de manejo e<br />

conservação devem ser adotadas em cada caso<br />

(Arita et al., 1990).<br />

Entre os mamíferos, as espécies de médio e<br />

grande porte são consideradas as mais susceptíveis<br />

à extinção em decorrência de impactos antrópicos<br />

(Krebs, 1978; Arita et al., 1990; Terborgh,<br />

1994) e, apesar da importância dos estudos de<br />

abundância e densidade, a maior parte dos estudos<br />

relativos aos diferentes grupos de mamíferos em<br />

áreas de Mata Atlântica descreve a ocorrência das<br />

espécies, destacando a riqueza local, a frequência<br />

de utilização dos tipos florestais, a distribuição<br />

geográfica ou mudanças na dieta (p. ex. Hirsch &<br />

Chiarello, 2012; Souza & Alves, 2014; Magioli et<br />

al., 2015). Ainda há poucos estudos fornecendo<br />

dados sobre a abundância e, principalmente, a<br />

densidade de mamíferos de médio e de grande<br />

porte na Mata Atlântica (p. ex. Cullen Jr., 1997;<br />

Hernández et al., 2002; Galetti et al., 2009;<br />

Martins, 2010; Cassano et al., 2012; Srbek-Araujo,<br />

2013). Os primatas são o grupo com maior número<br />

de trabalhos de abundância e densidade realizados<br />

neste bioma, embora a maioria deles tenha sido<br />

desenvolvida em áreas fragmentadas (p. ex. Price<br />

et al., 2002; Kierulff & Rylands, 2003; Bernardo<br />

& Galetti, 2004; Santana et al., 2008; Costa et<br />

al., 2012; Iurck et al., 2013). Não obstante, além<br />

do baixo número de estudos para a maioria das<br />

espécies de mamíferos de médio e de grande porte<br />

em áreas de Mata Atlântica, a falta de padronização<br />

na coleta e até mesmo na análise e na apresentação<br />

dos dados dificulta ou inviabiliza a comparação das<br />

informações apresentadas na maioria dos estudos<br />

(Chiarello & Melo, 2001; Desbiez et al., 2010).<br />

Um método frequentemente utilizado para<br />

obtenção de estimativas de abundância e densidade<br />

populacionais é a amostragem de distâncias<br />

(distance sampling) e está baseado na detecção<br />

silenciosa dos animais ao longo de transectos<br />

lineares (Buckland et al., 2001). A amostragem<br />

de distâncias consiste em um método simples e<br />

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