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RESERVA NATURAL VALE

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FLORESTA ATLÂNTICA DE TABULEIRO: DIVERSIDADE E ENDEMISMOS NA <strong>RESERVA</strong> <strong>NATURAL</strong> <strong>VALE</strong><br />

Tabela 1: Sistemas sexuais nas plantas com flores. Fonte: Adaptado de Dafni (1992).<br />

Arranjo espacial dos órgãos masculinos e femininos<br />

1. Por indivíduos:<br />

Hermafroditas: cada planta produz flores únicas bissexuais;<br />

Monoecia: cada planta carrega estruturas masculinas ou femininas que podem estar dispostas em flores unissexuais ou flores<br />

bissexuais;<br />

Andromonoecia: a planta produz flores bissexuais e do sexo masculino (flores masculinas dominantes);<br />

Ginomonoecia: a plantas produz flores bissexuais e femininas (flores fêmeas dominantes);<br />

Poligamo-monoecia: plantas individuais produzem flores bissexuais, flores masculinas e flores femininas.<br />

2. Por população:<br />

Dioecia: cada planta produz apenas flores masculinas ou femininas;<br />

Androdioecia: na população encontram-se plantas que carregam flores bissexuais e plantas com flores do sexo masculino;<br />

Ginodioecia: na população encontram-se plantas que carregam flores bissexuais e plantas com flores do sexo feminino;<br />

Poligamo-dioecia (trioecia): indivíduos com flores bissexuais, indivíduos com flores femininas e indivíduos com flores<br />

masculinas na população.<br />

142<br />

al., 1985; Sakai et al., 1995a; Barrett et al., 2000)<br />

e possuem associações positivas com o hábito de<br />

crescimento, tipo de polinização e dispersão de<br />

sementes (Vamosi & Vamosi, 2004; Matallana<br />

et al., 2005). Os estudos dessas relações têm se<br />

concentrado principalmente na região neotropical<br />

(Sobrevila & Arroyo, 1982; Bawa et al., 1985;<br />

Bullock, 1985; Ramírez & Brito, 1990; Ibarra-<br />

Manriquez & Oyama, 1992) e, no Brasil foram<br />

realizados em ambientes de Cerrado (Saraiva et<br />

al., 1996; Oliveira & Gibbs, 2000; Deus et al.,<br />

2014), Restinga (Ormond et al., 1991; Matallana<br />

et al., 2005), Mata Atlântica (Silva et al., 1997) e<br />

Caatinga (Machado et al., 2006).<br />

Estudos de biologia reprodutiva de espécies<br />

vegetais fornecem informações que auxiliam no<br />

entendimento dos mecanismos estruturadores de<br />

comunidades vegetais por abordarem temas como<br />

fluxo gênico, especiação e interações planta-animal,<br />

entre outros (Bawa et al., 1985; Bullock, 1985;<br />

Ibarra-Manriquez & Oyama, 1992; Barrett, 2002,<br />

2008; Charlesworth, 2006). Portanto, entender<br />

como é a expressão sexual das plantas em locais<br />

de alta diversidade permite inferir traços funcionais<br />

das comunidades, possibilitando a formulação de<br />

hipóteses, o delineamento de padrões e aplicações<br />

para conservação.<br />

A alta riqueza e diversidade de plantas na Reserva<br />

Natural Vale (RNV), no norte do Espírito Santo<br />

(Peixoto & Gentry, 1990) sugerem a existência de<br />

elaboradas correlações e interações com animais,<br />

já que os processos de polinização, assim como os<br />

de dispersão de frutos e sementes nos trópicos<br />

dependem, em grande parte, de vetores bióticos<br />

(p. ex. insetos, aves e mamíferos) (Endress, 1994;<br />

Del-Claro & Silingardi, 2012). Tanto assim, que 90%<br />

das Angiospermas do planeta são polinizadas por<br />

animais (Bawa et al., 1985; Ollerton et al., 2011).<br />

Em consequência, a polinização é fundamental para<br />

a manutenção da diversidade em ecossistemas<br />

florestais e, mais ainda, aqueles que estão sob<br />

algum grau de ameaça (Vamosi et al., 2006).<br />

Com a intenção de entender quais os padrões de<br />

distribuição dos sistemas sexuais das Angiospermas<br />

da RNV e suas relações ecológicas foi levantada a<br />

frequência das plantas hermafroditas, monoicas<br />

e dioicas, assim como dados de características<br />

ecológicas, para cada espécie (habitat, hábito,<br />

síndromes de polinização e de dispersão). Os dados<br />

de frequência de sistemas sexuais foram comparados<br />

com outras áreas, tanto do Brasil quanto de regiões<br />

tropicais, para saber se as Florestas de Tabuleiro<br />

acompanham os padrões já citados na literatura.<br />

Por último, as frequências dos sistemas sexuais<br />

foram relacionadas às características ecológicas<br />

para entender a organização desta floresta com<br />

respeito a atributos reprodutivos.<br />

MATERIAL E MÉTODOS<br />

Área de Estudo<br />

A partir da lista de espécies de Angiospermas<br />

da Reserva Natural Vale no norte do Espírito Santo<br />

(Rolim et al., 2016) foram obtidas informações<br />

sobre sistema sexual, hábito, habitat e síndrome de<br />

dispersão. As espécies foram classificadas em quatro

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