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RESERVA NATURAL VALE

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LIMA ET AL.<br />

MORCEGOS<br />

das espécies registradas na Reserva, mas pouco<br />

se sabe sobre suas interações com a flora local<br />

ou mesmo nas matas de tabuleiro de forma geral.<br />

Pedro & Passos (1995) reportaram o consumo de<br />

uma cucurbitácea por Phyllostomus hastatus, de<br />

infrutescências de Cecropia sp. por Platyrrhinus<br />

recifinus e de solanáceas e Piper arboreum por<br />

Carollia perspicillata. O presente trabalho descreve<br />

a chuva de sementes proporcionada por morcegos<br />

frugívoros em áreas de borda e matrizes adjacentes<br />

a estas áreas na RNV, bem como apresenta as<br />

interações entre as espécies de morcegos e os<br />

frutos dos quais se alimentam.<br />

MATERIAL E MÉTODOS<br />

Chuva de Sementes<br />

A chuva de sementes produzida pelos morcegos<br />

na RNV foi estudada por meio de coletores de<br />

sementes. Esses coletores foram instalados em<br />

quatro parcelas, cada uma com 900 m 2 e situadas<br />

em áreas de borda de mata e nas suas adjacências<br />

Figura 1, pontos 1, 2, 3 e 4). Em cada parcela foram<br />

colocados 18 coletores, seis na borda da mata (10<br />

m em direção ao interior da mata, partindo-se das<br />

últimas árvores antes da área aberta) e 12 na área<br />

aberta adjacente (matriz). Nessa última área, os<br />

coletores foram dispostos em duas fileiras de seis<br />

coletores, a primeira a 10 m da borda e a segunda a<br />

20 m dela (Figura 2). A distância entre os coletores<br />

de uma mesma fileira foi de 5 m. A estrutura dos<br />

coletores foi confeccionada com tubos de PVC de<br />

25 mm de diâmetro, com dimensões de 100 cm<br />

x 100 cm (Figura 3). Como material de anteparo<br />

das sementes, foi utilizada uma tela em nylon com<br />

malha de 1 mm, com 10 cm de profundidade. O<br />

anteparo permaneceu a uma altura de 30 cm do<br />

solo, evitando que as sementes fossem predadas<br />

por roedores (Gorchov et al., 1993).<br />

Os coletores foram vistoriados ao longo de dois<br />

anos (setembro de 2009 a agosto de 2011), com<br />

um esforço mensal de dez dias de amostragem. As<br />

vistorias foram realizadas duas vezes por dia, uma<br />

no início da manhã, para recolher os diásporos 1<br />

Figura 1: Mapa da Reserva Natural Vale, estado do Espírito Santo, sudeste do Brasil, com localização das parcelas<br />

(sítios 1 a 4) onde foram instalados coletores de sementes e efetuadas capturas de morcegos com redes de neblina,<br />

e sítios onde foram realizadas apenas capturas com rede de neblina (pontos 5 a 14).<br />

1 Como a unidade de dispersão pode variar de entre as espécies (p. ex., sementes em Solanum spp. e frutos em Ficus spp.), foi adotado o<br />

termo mais genérico “diásporo”, conforme sugerem Lobova et al. (2009).<br />

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