05.02.2017 Views

RESERVA NATURAL VALE

livrofloresta

livrofloresta

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

FLORESTA ATLÂNTICA DE TABULEIRO: DIVERSIDADE E ENDEMISMOS NA <strong>RESERVA</strong> <strong>NATURAL</strong> <strong>VALE</strong><br />

8<br />

EFEITO DE BORDA NA FUNCIONALIDADE<br />

DOS GRANDES FRAGMENTOS DE<br />

FLORESTA DE TABULEIRO DO NORTE DO<br />

ESPÍRITO SANTO<br />

Luiz Fernando Silva Magnago, Fabio Antonio Ribeiro Matos, Sebastião Venâncio<br />

Martins, João Augusto Alves Meira Neto & Eduardo van den Berg<br />

INTRODUÇÃO<br />

Quando pensamos na Floresta Atlântica<br />

brasileira, as primeiras coisas que lembramos<br />

são da elevada riqueza de espécies que se pode<br />

encontrar e o quão desmatado está esse domínio<br />

fitogeográfico (ver Ribeiro et al., 2009). Na<br />

Floresta Atlântica é possível encontrar mais de<br />

380 espécies arbóreas em apenas um hectare<br />

de floresta (Saiter et al., 2011). Em decorrência<br />

do desmatamento, toda essa riqueza de espécies<br />

está confinada em apenas 11,26% de cobertura<br />

florestal remanescente, da qual 80% dos<br />

fragmentos são menores que 50 hectares (Ribeiro<br />

et al., 2009). Muitas vezes as paisagens estão<br />

fragmentadas a ponto de impactar severamente a<br />

riqueza de espécies existentes (p. ex. Pardini et al.,<br />

2010), fazendo com que florestas mega diversas<br />

como a Floresta Atlântica esteja entre as mais<br />

ameaçadas do planeta (Fonseca et al., 2004),<br />

figurando entre os “hotspots” de diversidade<br />

propostos por Myers et al. (1999).<br />

Estudar as alterações na riqueza e composição<br />

de espécies em função dos efeitos da criação<br />

de bordas e/ou, da redução dos tamanhos<br />

dos fragmentos tem sido um dos temas mais<br />

relevantes em estudos sobre florestas tropicais<br />

(Laurance et al., 2002; Tabarelli et al., 2010;<br />

Pardini et al., 2010; Pütz et al., 2011), uma vez<br />

que dados embasados na identidade taxonômica<br />

das espécies revelam informações sobre as<br />

interações entre as espécies e as mudanças do<br />

ambiente (Macarthur, 1972; Grime 2001; Tilman,<br />

1982; Magurran, 2004), sendo utilizados para<br />

indicar áreas relevantes para conservação (Myers,<br />

1988; Hill et al., 2003; Edwards et al., 2011).<br />

Entretanto, as informações embasadas<br />

unicamente na identidade taxonômica mostramse<br />

incompletas para demonstrar as mudanças na<br />

biodiversidade relacionadas ao ambiente, pois não<br />

levam em conta aspectos biológicos e funcionais<br />

das espécies, sendo insuficientes para explicar os<br />

processos ecossistêmicos (Villéger et al., 2010).<br />

O estudo da fragmentação pode ser complexo em<br />

razão de uma ampla gama de variáveis ambientais,<br />

como atributos microclimáticos e do solo e do<br />

histórico de uso da paisagem, além de aspectos<br />

intrínsecos de cada ecossistema, como aqueles<br />

relacionados à dinâmica florestal e às interações<br />

biológicas (Murcia et al., 1995; Laurance et al.,<br />

2002; Fahrig, 2003; Harper, et al., 2005). Desta<br />

forma, o uso de metodologias que levam em conta<br />

o papel funcional das espécies no ambiente, e não<br />

apenas seu caráter taxonômico, pode auxiliar as<br />

interpretações das relações ecológicas existentes<br />

(Chapin, 2003).<br />

1 2 9

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!