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RESERVA NATURAL VALE

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FLORESTA ATLÂNTICA DE TABULEIRO: DIVERSIDADE E ENDEMISMOS NA <strong>RESERVA</strong> <strong>NATURAL</strong> <strong>VALE</strong><br />

94<br />

A distribuição da riqueza (S500) em classes com<br />

intervalo de 20 espécies está apresentada na Figura<br />

2. Como pode ser observado nesta Figura, a classe<br />

de maior frequência de cada uma das distribuições<br />

se desloca de forma crescente da floresta mista para<br />

floresta estacional semidecídua, floresta ombrófila de<br />

SP e RJ e florestas do sul da BA e norte do ES. A maioria<br />

dos sítios em floresta mista apresenta riqueza S500<br />

de até 60 espécies e nenhum ultrapassa 80 espécies.<br />

Para a floresta estacional semidecidual, a maioria<br />

dos sítios apresenta S500 entre 80 e 100 espécies<br />

e dois atingem a classe de 120 a 140 espécies. As<br />

florestas ombrófilas de SP e RJ apresentam a maior<br />

parte dos sítios distribuídos igualmente em duas<br />

classes de riqueza, de 100 a 120 e de 120 a 140<br />

espécies, e apenas um sítio entre 140 a 160 espécies.<br />

As florestas do sul da Bahia e norte do ES apresentam<br />

maior número de sítios na classe de 160 a 180<br />

espécies e três sítios na classe acima de 200 espécies.<br />

Figura 2: Distribuição de S500 por classes com intervalo<br />

de 20 espécies para as fisionomias florestais analisadas.<br />

A maior riqueza média obtida para a Floresta<br />

Atlântica do sul da Bahia e norte do Espírito<br />

Santo, em relação às florestas do sul/sudeste da<br />

Mata Atlântica, confirma a hipótese de Tabarelli &<br />

Mantovani (1999). Entretanto, são necessários<br />

cuidados na interpretação dos resultados.<br />

Primeiramente devem ser considerados os<br />

possíveis distúrbios passados. Boa parte da Floresta<br />

Atlântica encontra-se bastante fragmentada<br />

(Ribeiro et al., 1999), constituindo geralmente<br />

florestas secundárias regeneradas após corte<br />

raso ou que foram exploradas seletivamente.<br />

Os remanescentes mais bem conservados<br />

encontram-se em áreas protegidas ou em regiões<br />

de difícil acesso, na Serra do Mar de São Paulo e<br />

Paraná. Porém, mesmo estas áreas podem ter<br />

sua estrutura alterada pela extração intensiva<br />

de plantas e pela caça (Galetti & Fernandez,<br />

1998; Pizo & Vieira, 2004; Wilkie et al., 2011). É<br />

provável que essas alterações influam nas análises<br />

de riqueza de espécies, porém, estes efeitos não<br />

foram controlados em nossas análises, em razão<br />

da dificuldade em se obter informações precisas<br />

sobre o histórico de alteração para todas as áreas<br />

levantadas.<br />

Por outro lado, é provável que esse efeito<br />

confundido seja minimizado pelo grande número<br />

de áreas utilizadas para as análises. Além disso,<br />

descartamos os levantamentos em áreas com<br />

regeneração recente, mas não foi possível<br />

incluir apenas as florestas maduras ou bem<br />

conservadas, em decorrência do pequeno número<br />

de levantamentos disponíveis, principalmente em<br />

florestas estacionais semidecíduas. Também deve<br />

ser considerado que florestas moderadamente<br />

perturbadas podem apresentar riqueza superior<br />

à de florestas maduras ou conservadas, conforme<br />

pressupõe a hipótese dos distúrbios intermediários<br />

(Sheil & Burslem, 2003) e já observados em<br />

algumas paisagens da Floresta Atlântica (veja<br />

Magnago et al., 2014).<br />

Com relação às diferenças metodológicas entre<br />

levantamentos, alguns estudos usam como critério<br />

de inclusão de árvores na amostragem com o<br />

diâmetro mínimo de 5 cm, enquanto que outros<br />

usam 10 cm. Uns fizeram a amostragem através do<br />

método de quadrantes, outros através de parcelas.<br />

Alguns trabalhos utilizaram parcela única e outros<br />

usaram várias parcelas, distribuídas de maneira<br />

aleatória ou sistemática. Para contornar estes<br />

problemas e possibilitar as comparações, a opção<br />

foi selecionar as áreas mais ricas em espécies de<br />

cada fisionomia e discutir como cada metodologia<br />

pode ter superestimado ou subestimado a riqueza<br />

de S500. Entre os 100 estudos selecionados, os<br />

mais ricos em espécies (S500) de cada fisionomia<br />

são apresentados na Tabela 2.<br />

Com relação ao critério de inclusão de<br />

diâmetros, a maioria dos sítios mais ricos em<br />

cada fisionomia adotou o critério 5 cm, ou valor<br />

próximo, para o menor diâmetro incluído no<br />

levantamento. Comparando valores de riqueza<br />

para levantamentos em floresta no Panamá, Condit<br />

et al. (1996) demonstraram que esse critério não<br />

é um fator com grande influência nos resultados

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