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ISBN: 978–972–8924–45-4 © 2007 IADIS
Barros (2004, p.46) O Mercado, ou melhor dizendo, o universo do trabalho se estrutura hoje pela
continuidade nos estudos e pela aquisição constante de titulações e especializações.
Esse modelo de educação, que hoje recebe muitas denominações, como: ensino à distância, educação à
distância ou ainda e-learning tem suas raízes na década de 70, com o auge da indústria cultural no Brasil.
Segundo Kawamura (1990, p.67), indústria cultural: (..) compreende um complexo para a produção e
reprodução de bens culturais, como mercadoria, com base na moderna tecnologia (televisão, cinema,
imprensa, rádio, etc.) para consumo em massa.
A indústria cultural começou a se desenvolver no Brasil, por volta dos anos 50, quando teve início um
maciço processo de modernização do país. Época da TV, entrada de multinacionais e produtos estrangeiros
no país, consequentemente demanda por mão-de-obra para esse novo campo de trabalho. A solução
encontrada para as novas necessidades foi a educação.
Modelou-se uma educação para atender as necessidades emergenciais de desenvolvimento do país.
Alguns dos resultados do processo de modernização foram o acordo MEC/USAID e as leis 5.540/68 e
5.692/71. A lei 5.540/68 foi responsável pela reforma do ensino superior. Participaram das discussões para a
reestruturação do ensino superior, técnicos e supervisores norte americanos. Essa participação deu-se devido
acordos como o conhecido MEC/USAID, o qual firmava um convênio de assessoria e cooperação entre o
Brasil e os Estados Unidos na área educacional. A lei 5.692/71 instituiu o ensino de 2º grau
profissionalizante. O aluno concluía o 2º grau com uma formação técnica e assim, tinha possibilidades para
ingressar no mercado de trabalho.
Com a grande necessidade de formação do trabalhador a educação via satélite foi amplamente utilizada e
difundida. Através da TV, um maior número de pessoas, mais rapidamente e com um custo mais baixo; era
instruída. Com o advento da Internet, tornou-se possível o aprimoramento das técnicas de educação à
distância resultando no que temos hoje, a educação via portais Web, com ferramentas muito mais interativas,
atrativas, garantindo mais rapidez e escalabilidade.
4. RESULTADOS
O projeto Desafio Digital foi concluído por 101 alunos, que representam 38,9% do total de participantes.
Embora esse índice pareça baixo, consideramos o resultado bastante promissor por ter sido um curso
totalmente à distância, onde normalmente as taxas de desistência são altas. Segundo Levy (1993, p.9) a
escola possui um habito antropológico mais que milenar baseado na fala do mestre, dessa forma a transição
de um modelo essencialmente presencial para um modelo à distância, indica realmente um processo inovador
na educação.
Outro fator de impacto foi a distância entre a casa do aluno e/ou sua escola de ensino médio e o
laboratório onde poderia realizar as atividades, Moran (2007), no trecho a seguir comenta sobre a educação à
distância para o público jovem e nos dá alguns indicativos sobre as razões para a alta desistência dos alunos:
“Alunos jovens, em fase de formação, como em um curso de graduação, são sensíveis a estratégias
que combinem presença física e virtual, atividades individuais e grupais, desenvolvimento de
projetos, atividades, práticas, produções. Se possível o curso ideal é o bimodal, o mix de presencial
e virtual, que é o caminho de muitos cursos nos próximos anos.”
O público do programa, mesmo não sendo de graduação, sobre o qual Moran (2007) fez a observação
acima, pode ser caracterizado como um público jovem em formação. O programa totalmente à distância
envolvendo atividades complexas de desenvolvimento e produção são fortes indicativos para o índice de
desistências. O nome “Desafio Digital” fez jus ao desafio que os alunos tiveram que enfrentar.
Apesar desses resultados, a pesquisa junto aos 259 participantes mostra informações bastante
promissoras, como na questão “O que você mais gostou no Projeto Desafio Digital”, onde 27,69% aprovaram
a oportunidade de conhecer mais da Informática (ver Figura 2) enquanto 16,92% gostaram de trabalhar em
equipe.
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