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COSMOS

cosmos_de_carl_sagan

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92 - Cosmosséculos após a sua descoberta, a composição destas nuvenspermaneceu inteiramente desconhecida.A ausência de algo visível em Vênus levou algunscientistas à curiosa conclusão de que a sua superfície era umpântano, como a Terra no Período Carbonífero. O argumento —se pudermos usar esta palavra — foi mais ou menos este:Manchas escuras variáveis dentro e próximodas crateras em Memnonia, em Marte. Areiae poeira brilhante e movediças cobrem edescobrem material escuro subjacente.Partículas finas levadas pelo vento tambémcobrem e desgastam as crateras e outrasformações geológicas. Foto Mariner 9.Cortesia da NASA.Material escuro, possivelmente vulcânico,levado para fora da cratera em Mesogaea,em Marte. Foto Mariner 9. Cortesia daNASA.— Não posso ver nada em Vênus.— Por que não?— Porque é totalmente coberto de nuvens.— De que são formadas?— De água, naturalmente.— Então por que as nuvens de Vênus são maisespessas do que as da Terra?— Porque há mais água lá.— Mas, se há mais água nas nuvens, deve haver maiságua na superfície. Em que tipo de superfície há muitaágua?— Nos pântanos.E se há pântanos, por que não ciacádeas, libélulas etalvez até dinossauros em Vênus? Observação: não háabsolutamente nada visível em Vênus. Conclusão: deve sercoberto de vida. As nuvens amorfas refletem nossas própriaspredisposições. Estamos vivos e admitimos a idéia da vida emoutros locais. Mas somente o acúmulo e coleta cuidadosos deevidências podem-nos dizer se um determinado mundo éhabitado. Vênus não força nossas predisposições.A primeira indicação real da natureza de Vênus veioatravés de um trabalho com um prisma feito de vidro, ou umasuperfície plana, chamada rede de difração coberta de linhasfinas, espaçadas com regularidade. Quando um raio de luzbranca ordinária passa através de uma fenda estreita e entãopor um prisma ou rede, ela se divide em um arco-íris de coreschamado espectro. O espectro abrange das altas freqüências*da luz visível até as baixas — violeta, azul, verde, amarelo,laranja e vermelho. Vemos estas cores, por isso ele é chamadode espectro de luz visível. Mas há muito mais luz do que estepequeno segmento de espectro que podemos ver. Afreqüências mais altas, além do violeta, está uma parte doespectro chamada ultravioleta, um tipo perfeitamente real de luzque mata os micróbios. É invisível a nós, mas prontamentedetectável pelo abelhão e por células fotoelétricas. Há muitomais no mundo do que aquilo que podemos ver. Além doultravioleta está a parte de raios X do espectro e, além dele, osraios gama. A freqüências mais baixas, no outro lado dovermelho, está a parte infravermelha do espectro. Foidescoberta colocando-se um termômetro sensível no que épreto, além do vermelho, aos nossos olhos. A temperaturasubiu. Havia luz invisível, a nós, incidindo no termômetro. Acobra cascavel e semicondutores dopados detectam a irradiaçãoinfravermelha perfeitamente bem. Além do infravermelhoestá a vasta região espectral das ondas de rádio. Dos raios*Luz é um movimento ondulatório; sua freqüência é o número de frentes deonda que, digamos, atingem um instrumento de detecção, como a retina, emuma dada unidade de tempo, como um segundo. Quanto mais alta afreqüência, mais energética a radiação.

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