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COSMOS

cosmos_de_carl_sagan

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As Vidas das Estrelas - 237e elétrons, bombardearam a Terra durante a história toda da vidaem nosso planeta. Uma estrela se destrói a milhares de anos-luz dedistância e produz raios cósmicos que percorrem a Via-láctea pormilhões de anos até que, quase por acidente, alguns deles se chocamcom a Terra e com nosso material hereditário. Talvez algunspassos-chave no desenvolvimento do nosso código genético, ou aexplosão cambriana, ou a posição bípede entre os nossos ancestraistenham-se iniciado através dos raios cósmicos.A 4 de julho do ano de 1054, os astrônomos chineses registraramo que chamaram de "estrela convidada" na constelação deTouro. Uma estrela nunca vista anteriormente se tornou mais brilhantedo que qualquer estrela no céu. Na outra metade do mundo,no Sudoeste americano, havia então uma grande civilização, ricaem tradição astronômica que também testemunhou esta nova estrelabrilhante.* Pelos ciados obtidos com o carbono 14 de restos delenha, sabemos que na metade do século XI, alguns Anasazi, osantecessores dos atuais Hopi, viviam no local que hoje é o NovoMéxico. Um deles parece ter desenhado na saliência de um rochedo,protegido do tempo, uma pintura de uma nova estrela. Sua posiçãoem relação à lua crescente foi exatamente a descrita. Há tambéma impressão de uma das mãos, talvez a assinatura do artista.Esta estrela extraordinária, a 5.000 anos-luz de distância, éagora chamada de Supernova do Caranguejo, porque um astrônomoséculos atrás lembrou-se, inexplicavelmente, de um caranguejoquando olhou pelo telescópio para os remanescentes daexplosão. A Nebulosa do Caranguejo é o remanescente de umaestrela massiva que explodiu. A explosão foi vista na Terra a olhonu por três meses. Em média, há uma supernova em uma galáxia acada século. Durante o tempo de vida de uma galáxia típica, cercade dez bilhões de anos, cem milhões de estrelas explodem, umaem cada mil. Na Via-láctea, após o evento de 1054, houve umasupernova observada em 1572 e descrita por Tycho Brahe, e outralogo após, em 1604 descrita por Johannes Kepler.** Infelizmente,não foi observada nenhuma explosão em supernova em nossa galáxiadesde a invenção do telescópio, e os astrônomos anseiampelo evento há séculos.As supernovas são agora rotineiramente observadas em outrasgaláxias. Entre as minhas candidatas a esta classificação queassombrou um astrônomo no início do século XX está o extrato, deum paper de David Helfand e Knox Long, de 6 de dezembroMostrador de uma máquina de gravidademágica, por meio da qual poderíamosespecificar a aceleração local dagravidade. O valor padrão para a superfícieda Terra é 1 g. No final domostrador, começamos a nos aproximardas forças gravitacionais que formamas estrelas de nêutrons e osburacos negros.**Kepler publicou em 1606 um livro chamado De Stella Nova, "Sobre a Estrela Nova",no qual perguntava-se se uma supernova é o resultado de alguma concatenaçãofortuita de átomos nos céus. Ele apresenta o que diz ser "não na minha opinião,mas na de minha esposa: ontem quando me cansava escrevendo, fui chamadopara tomar uma sopa e comer uma salada, e perguntei o que havia diante de mim."Parece como", eu disse, "se pratos de estanho, folhas de alface, grãos de sal,gotas d'água, vinagre e óleo e pedaços de ovos estivessem voando no ar por toda aeternidade, e por acaso se juntassem e formassem uma salada". "Sim", respondeuminha adorada esposa, "mas não tão bonita como a minha".

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