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COSMOS

cosmos_de_carl_sagan

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130 - CosmosRepresentação de outro mundo: seixosespalhados e dunas de areia ondulantesno local de pouso da Viking 1, em Chryse.Cortesia da NASA.Fotografia a distância de Marte em crescente,feita pela Viking 1, mostrando umacratera na Calota Polar Norte, e nuvensorogênicas a sotavento do grande vulcãomarciano, o Olympus Mons. Cortesia daNASA.Uma missão deste tipo traria benefícios enormes, mesmose nâo houver vida em Marte. Poderíamos vagar nos vales dosantigos rios, subir encostas de grandes montanhas vulcânicas,passear ao longo das estranhas formações nas calotas polaresgeladas ou revistar mais de perto as convidativas pirâmides deMarte. Seria palpável o interesse público em uma missão assim. Acada dia chegaria em nossas casas pela televisão uma nova sériede imagens. Poderíamos traçar a rota, ponderar suas descobertase sugerir novos destinos. A jornada seria longa e o roverobediente aos comandos do rádio da Terra. Haveria temposuficiente para idéias novas serem incorporadas à missão. Umbilhão de pessoas poderia participar da exploração de um outromundo.A área da superfície de Marte é exatamente tão grandequanto a da Terra. Um reconhecimento completo nos ocuparia porséculos. Tempo virá em que Marte estará todo explorado, umtempo depois das naves-robôs terem-no mapeado do alto e osrovers vasculhado a superfície, um tempo em que as amostras járetornaram à Terra com segurança e seres humanos passearamnas areias de Marte. E então, o que faremos com Marte?Há tantos exemplos de má utilização humana da Terra quebasta lembrar o assunto para sentir calafrios. Se há vida emMarte, creio que não devemos fazer nada lá. Marte pertenceentão aos marcianos, mesmo se eles forem somente micróbios. Aexistência de uma biologia independente em um planeta próximoé um tesouro além dos nossos direitos, e a preservação daquelavida deve, acredito, exceder qualquer outra utilização de Marte.Contudo, suponho que o planeta não possua vida. Não é umafonte plausível de matérias-primas, e o frete de Marte à Terraseria muito dispendioso por muitos séculos ainda. Seremoscapazes de viver em Marte? Poderíamos torná-lo, de certo modo,habitável?Certamente um mundo adorável, mas há, no nosso pontode vista provinciano, muitos aspectos errados com Marte, principalmentea escassez de oxigênio, ausência de água em formalíquida e o alto fluxo de ultravioleta. (As temperaturas baixas nãosão um obstáculo insuperável, como demonstram as estaçõescientíficas durante todo o ano na Antártica.) Todos estesproblemas poderiam ser resolvidos se pudéssemos fazer mais ar.A pressões atmosféricas mais altas, a água líquida seria possível.Com mais oxigênio poderíamos respirar a atmosfera e haveriaozônio para proteger a superfície da radiação ultravioleta solar.Os canais sinuosos, placas polares superpostas e outrasevidências sugerem que Marte já possuiu uma atmosfera maisdensa. É improvável que estes gases tenham escapado de Marte.Estão, portanto, em algum lugar do planeta. Alguns estão quimicamentecombinados com as rochas da superfície, outros nogelo abaixo da superfície, mas a maioria deve estar nas atuaiscalotas polares de gelo.Para vaporizar as calotas, teremos que aquecê-las. Talvezpossamos cobri-las com um pó escuro, aquecendo-as pela maiorabsorção de luz solar, o oposto do que fazemos na Terra quandodestruímos florestas e pastagens. Mas a área da superfície dascalotas é muito grande. A poeira necessária requereria 1.200

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