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COSMOS

cosmos_de_carl_sagan

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mente indiferente às suas vizinhanças, é um tipo de gato listradocósmico. Quando a densidade e a gravidade se tornam suficientementealtas, o buraco negro vacila e desaparece do nosso universo.Por isto é chamado de buraco negro — nenhuma luz consegueescapar dele. A luz é aprisionada nele e tudo que brilha é apanhado.Mesmo sendo invisível em seu lado exterior, sua presença gravitacionalé palpável. Se em uma viagem interestelar não houveratenção, poderemos nos descobrir apanhados irrevogavelmente,nossos corpos estirados em uma linha longa e fina. A matéria adicionadaem um disco em torno do buraco negro poderá ser umalembraça merecedora de crédito, no caso improvável de sobrevivermosà viagem.As reações termonucleares no interior solar sustentam ascamadas exteriores do Sol e adiam por bilhões de anos o colapsogravitacional catastrófico. Nas anãs brancas a pressão dos elétrons,retirada de seu núcleo, mantém a estrela. Nas estrelas denêutrons, a pressão repele a gravidade. Para uma estrela maisantiga remanescente de explosões em supernova e de outras impetuosidadescom muitas vezes a massa do Sol, não há forçasconhecidas que possam evitar o colapso. A estrela encolhe incrivelmente,gira, se torna vermelha e desaparece. Uma estrela, comvinte vezes a massa do Sol, encolherá até o tamanho da GrandeLos Angeles; a gravidade esmagadora se torna 10 10 g, e a estrelaresvala por uma fenda autogerada no espaço-tempo contínuo edesaparece do nosso universo.Os buracos negros foram imaginados pela primeira vez porum astrõnomo inglês, John Michell, em 1783. A idéia era tão bizarraque foi ignorada até recentemente. Então, para a surpresa demuitos, incluindo vários astrônomos, as evidências foram realmenteencontradas quanto à existência de buracos negros no espaço.A atmosfera da Terra é opaca ao raio X. Para determinar se objetosastronônicos emitem este tipo de pequeno comprimento deonda de luz, teremos que colocar um telescópio acima da atmosfera.O primeiro observatório de raio X foi um admirável esforço internacional,colocado em órbita pelos Estados Unidos, de uma plataformade lançamento italiana, no Oceano Índico na direção dacosta do Kenya, e recebeu o nome de Uhuru, palavra swahili quesignifica “liberdade”. Em 1971, o Uhuru descobriu uma fonte admiravelmentebrilhante de raio X na constelação do Cygnus, o cisne,piscando mil vezes por segundo. A fonte, chamada Cygnus X-1deve ser, portanto, muito pequena. Qualquer que seja a razão dapiscadela, a informação de quando acender e quando apagar nãopode atravessar o Cyg X-1 com mais rapidez do que a luz, 300.000km/s. Deste modo o Cyg X-1 não pode ser maior do que [300.000km/s] x [(1/1.000)s] = 300 quilômetros de diâmetro. Algo como otamanho de um asteróide é uma fonte de raio X brilhante e quepisca, visível nas distâncias interestelares. O que será? O Cyg X-1está precisamente no mesmo local no céu de uma estrela azul equente supergigante, que revela em luz visível ter uma companheirapróxima e massiva, mas invisível, que primeiro a puxa gravitacionalmenteem uma direção e depois em outra. A massa da companheiraé cerca de dez vezes a do Sol. A supergigante é umafonte improvável de raios X e está se tentanto identificar a comparrrAs Vidas das Estrelas - 241

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