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COSMOS

cosmos_de_carl_sagan

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206 - Cosmosnos, de modo que os viajantes do espaço possam ser congeladose então despertados séculos depois. Estas naves espaciaisnão-relativísticas, tão dispendiosas, parecem relativamente fáceisde serem projetadas, construídas e utilizadas, comparadasàs naves estelares que se deslocam a uma velocidade próxima àda luz. Outros sistemas estelares são acessíveis à espécie humana,mas somente após grandes esforços.O vôo espacial interestelar rápido, com a velocidade danave próxima à da luz, é um objetivo não para daqui a cem anos,mas para mil ou dez mil anos. Mas, a princípio, é possível. Umtipo de jato interestelar foi proposto por R. W. Bussard, quereúne a matéria difusa, principalmente átomos de hidrogênio queflutuam entre as estrelas, acelera-a em uma máquina de fusão ea ejeta pela parte traseira. O hidrogênio pode ser utilizado comocombustível e como massa de reação. Mas no espaço hásomente cerca de um átomo em cada dez centímetros cúbicos,volume do tamanho de uma uva. Para o foguete andar, énecessário um coletor frontal de centenas de quilômetros dediâmetro. Quando a nave atingir velocidades relativísticas, osátomos de hidrogênio estarão se movendo em relação à espaçonavepróximo à velocidade da luz. Se não forem tomadas asdevidas precauções, a espaçonave e seus passageiros ficarãofrigidos por esses raios cósmicos induzidos. Uma solução propostautiliza um laser para retirar os elétrons dos átomos interestelarese torná-los carregados eletricamente enquanto aindaestiverem a alguma distância, e formar um campo eletromagnéticoextremamente poderoso para afastar os átomos carregadosno coletor para longe do resto da espaçonave. É um projeto deengenharia sem precedentes na Terra. Estamos nos referindo amáquinas do tamanho de pequenos mundos.Vamos nos deter por um momento e pensar sobre umadessas naves. A Terra as atrairá gravitacionalmente com umacerta força, se falharmos em uma experiência como a aceleração.Quando caímos de uma árvore, o que deve ter acontecido amuitos dos nossos ancestrais proto-humanos, nos precipitaremoscada vez mais rápido, aumentando a nossa velocidade daqueda dez metros por segundo, a cada segundo. Estaaceleração, que caracteriza a força da gravidade que nos atém àsuperfície da Terra, é chamada 1 g, g = gravidade. Sentimo-nosconfortáveis com acelerações de 1 g; crescemos com elas. Sevivêssemos em espaçonaves interestelares que acelerassem a 1g, estaríamos em um ambiente perfeitamente natural. Na verdade,a equivalência entre as forças gravitacionais e as quesentiríamos em uma espaçonave acelerando é a principal característicada última teoria da relatividade geral de Einstein. Comuma aceleração contínua de 1 g, após um ano no espaço, estaríamosviajando a uma velocidade bem próxima à da luz [ (0,01km/s 2 ) x (3 x 10 7 s) = 3 x 10 5 km/s].Suponhamos que esta espaçonave acelere 1 g,aproximando-se cada vez mais da velocidade da luz até o meioda viagem; então ela gira e desacelera a 1 g até chegar ao seudestino. Durante a maior parte da viagem a velocidade estariapróxima à da luz, e o tempo seria diminuído enormemente. Umamissão com destino próximo, um sol que talvez possua

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