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COSMOS

cosmos_de_carl_sagan

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96 - CosmosCalisto, a mais externa das luas gigantesde Júpiter. Cada ponto circular brilhante éuma cratera conseqüente de um grandeimpacto. Foto Voyager 2 tirada a uma distânciade 1.000.000 de quilômetros. Cortesiada NASA.Região de Ganimedes, a maior lua de Júpiter.Vêem-se crateras raiadas brilhantese outros sinais de impacto. Io e Europa, osoutros dois grandes satélites jovianos,como a Terra, apresentam poucas, se algumas,crateras de impacto; a erosão deveser mais acentuada neles do que emGanimedes e Calisto. Foto Voyager 2.Cortesia da NASA.da série Venera, soviética, tiraram fotos. Vamos seguir os passosdestas missões pioneiras e visitar um outro mundo.À luz visível ordinária, as nuvens amarelo-pálidas deVênus podem ser distinguidas, mas não apresentam, como viuGalileo, virtualmente nenhuma característica. Se as câmerasvissem em ultravioleta, veríamos um sistema de tempoatmosférico; gracioso e complexo, de redemoinhos na altaatmosfera, onde os ventos giram em cerca de 100 metros porsegundo, 220 milhas por hora. A atmosfera de Vênus é compostade 96% de dióxido de carbono. Há pequenos traços de nitrogênio,vapor d'água, argônio, monóxido de carbono e outros gases, masos únicos hidrocarbonetos ou carboidratos presentes compõemcerca de 0,1 parte por milhão. As nuvens de Vênus sãoprincipalmente uma solução concentrada de ácido sulfúrico.Pequenas quantidades de ácido hidroclorídrico e hidrofluóricoestão também presentes. Mesmo em suas nuvens altas e friasVênus é um local totalmente tempestuoso.Bem acima da cobertura de nuvens visíveis, a cerca de 70quilômetros de altitude, há uma neblina contínua de pequenaspartículas. A 60 quilômetros, mergulhamos nas nuvens e nosencontramos circundados por gotículas de ácido sulfúrico concentrado.Quanto mais nos aprofundamos, as partículas tendem aficar maiores. Há vestígios do acre dióxido de enxofre, S0 2 , naatmosfera inferior. Ele circula acima das nuvens e é transformadopela luz ultravioleta do Sol e recombinado com água para formar oácido sulfúrico que se condensa em gotículas, fixado e, emaltitudes inferiores, transformado novamente pelo calor em S0 2 eágua, completando o círculo. Sempre chove ácido sulfúrico emVênus, por todo o planeta, e nenhuma gota atinge a superfície.A névoa cor de enxofre se estende para baixo por 45 quilômetrosacima da superfície de Vênus, onde emergimos em umaatmosfera densa, mas clara como cristal. A pressão atmosférica étão alta, que não podemos ver a atmosfera. A luz solar éarremessada em todas as direções pelas moléculas atmosféricasaté que perdemos todas as imagens da superfície. Não há poeira,nuvens, somente uma atmosfera tornando-se palpável de tãodensa. Uma profusão de luz solar é transmitida pelas nuvenssubjacentes, tanto quanto um dia nebuloso na Terra.Com um calor seco, pressões esmagadoras, gasesnocivos e tudo espalhando uma incandescência avermelhada esobrenatural, Vênus parece menos com a deusa do amor do quecom uma encarnação do inferno. Até onde podemoscompreender, pelo menos alguns locais na superfície são camposjuncados de rochas macias irregulares em confusão, um cenárioestéril e hostil, suavizado aqui e ali por remanescentes erosadosde uma nave espacial abandonada de um planeta distanteinteiramente invisível na atmosfera espessa, nublada e venenosa.**Nesta paisagem sufocante, não é provável que haja alguma coisa viva, mesmocriaturas bem diferentes de nós. Moléculas biológicas orgânicas e outras concebíveissimplesmente se despedaçariam. Como indulgência, imaginemos que avida inteligente evoluiu neste planeta. Será que inventariam a ciência? O desenvolvimentodela na Terra foi estimulado fundamentalmente pelas observarrrrr

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