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COSMOS

cosmos_de_carl_sagan

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A Espinha Dorsal da Noite - 191de nós por nosso punhado de estrelas visíveis a olho nu, pois océu deles está juncado delas. Próximo ao centro da Via-lácteamilhões de estrelas brilhantes são visíveis a olho nu, comparadasaos nossos parcos milhares. Nosso Sol ou sóis poderiam se pôr,mas a noite jamais viria.No início do século XV os astrônomos acreditavam quehavia somente uma galáxia no Cosmos, a Via-láctea; depois, noséculo XVIII, Thomas Wright, de Durban, e Immanuel Kant, deKõnigsberg, tiveram ambos uma premonição que as formasespiraladas luminosas e intensas vistas no telescópio eram outrasgaláxias. Kant sugeriu explicitamente que a M31 na conste-laçãode Andrômeda era outra Via-láctea composta de um grandenúmero de estrelas, e propôs chamar estes objetos pela fraseevocativa de "universos-ilhas". Alguns cientistas divertiram-se coma idéia de que as nebulosas espiraladas não eram universos-ilhasdistantes, mas nuvens condensadas de gás interestelar bem maispróximas, talvez a caminho de formar sistemas solares. Para testara distância das nebulosas espiraladas, foi necessário um grupo deestrelas variáveis intrinsecamente muito mais brilhantes parafornecer uma nova vela-padrão. Descobriu-se que estas estrelasidentificadas na M31 por Edwin Hubble, em 1924, eramalarmantemente pálidas, ficando claro que a M31 se encontravamuitíssimo distante, um número agora estimado em um poucomais de dois milhões de anos-luz. Mas se a M31 está a umadistância destas, não poderá ser uma nuvem de dimensõesmeramente interestelares; deve ser bem maior, uma galáxiaimensa. E as outras galáxias ainda mais pálidas devem estar aindamais distantes, cem bilhões delas salpicadas na escuridão dasfronteiras do Cosmos conhecido.Desde o início da existência dos seres humanos temosprocurado pelo nosso lugar no Cosmos. Na infância da nossaespécie (quando nossos ancestrais contemplavam em vão asestrelas), entre os cientistas jônicos da antiga Grécia e agora,temo-nos fixado nestas perguntas: Onde estamos? Quem somos?Descobrimos que vivemos em um planeta insignificante de umaestrela insípida perdida entre dois braços espirais nos confins deuma galáxia, membro de um aglomerado esparso de galáxias,aconchegado em alguma esquina esquecida de um universo noqual há muito mais galáxias do que pessoas. Esta perspectiva éuma continuação corajosa da nossa propensão de construir etestar modelos mentais de céus; o Sol como pedra vermelha equente, as estrelas como fogos celestes, a Galáxia como a espinhadorsal da noite.Desde Aristarco, cada etapa de nossa pergunta tem nosafastado do estágio central no drama cósmico. Não tem havidomuito tempo para assimilar estas invenções novas. As descobertasde Shapley e Hubble foram feitas durante a vida de muitaspessoas ainda atuantes hoje. Há alguns que secretamente deploramestas grandes descobertas, que consideram cada passouma demolição, que no fundo do coração ainda suspiram por umuniverso cujo centro, foco e ponto de apoio é a Terra. Mas sequeremos lidar com o Cosmos devemos primeiro entendê-lo,mesmo se as nossas esperanças, por algum status preferenrrrrrrrrrrrRepresentação esquemática da Vialácteavista de perfil, circundada por umamultidão de aglomerados globulares deestrelas, cada um contendo entre cem mile dez milhões de estrelas. Nesta escala oSol e a Terra se encontram próximos dobordo externo dos braços espirais, sobressaindodo núcleo galáctico. Criaçãode Jon Lomberg.

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