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COSMOS

cosmos_de_carl_sagan

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Toadas para um Planeta Vermelho - 125duzido resultados positivos. Primeiro, quando o solo marciano foimisturado a uma sopa orgânica estéril da Terra, algo no soloquimicamente rompeu a sopa, quase como que houvesse micróbiosaspiradores metabolizando um pacote de comidas terrenas.Segundo, quando gases da Terra foram introduzidos na amostra desolo marciano, eles se combinaram quimicamente com o solo,quase como que se houvesse micróbios fotossintetizadores,gerando matéria orgânica dos gases atmosféricos. Atingiram-seresultados positivos na microbiologia marciana em sete amostrasdiferentes em dois locais de Marte, separados por 5.000quilômetros.A situação é complexa, e os critérios do sucesso experimentaltalvez inadequados. Foram feitos esforços enormes para montaras experiências microbiológicas da Viking e testá-las com umavariedade de micróbios. Poucos esforços foram feitos no sentido dedosar as experiências com materiais inorgânicos adequados dasuperfície marciana. Marte não é a Terra. Como nos lembra olegado de Percival Lowell, podemos estar agindo como tolos. Talvezhaja uma química inorgânica exótica no solo marciano que é capaz,por si mesma, na ausência de micróbios marcianos, de oxidarsuprimentos alimentares. Talvez haja algum catalisador especialnão-vivo, inorgânico, no solo que seja capaz de fixar os gasesatmosféricos e convertê-los em moléculas orgânicas.As experiências recentes sugerem que talvez seja este ocaso. Na grande tempestade de poeira marciana de 1971, característicasespectrais de poeira foram obtidas pelo espectrômetroinfravermelho da Mariner 9. Na análise deste espectro O. B. Toon,J. B. Pollack e eu descobrimos que certas características parecemmelhor explicadas pela montemorlonita e outros tipos de argila.Observações subseqüentes da Viking sustentaram a identificaçãode argila carregada pelo vento em Marte. Agora, A. Banin e J.Rishpon descobriram que podem reproduzir alguns tipos decaracterísticas-chave, as que parecem fotossíntese e respiração,das experiências microbiológicas "bem-sucedidas" da Viking, se nasexperiências laboratoriais eles substituírem estas argilas pelo solomarciano. As argilas possuem uma superfície ativa complexa, comoabsorver e liberar gases, e catalisar reações químicas. É muito cedopara dizer se todos os resultados microbiológicos da Viking podemser explicados pela química inorgânica, mas esta conclusão nãoserá mais surpreendente. A hipótese da argila dificilmente exclui avida em Marte, e certamente nos impele para a evidência damicrobiologia marciana.Mesmo assim, os resultados de Banin e Rishpon são degrande importância biológica porque mostram que, na ausência devida, pode haver um tipo de química de solo que realiza as mesmascoisas que a vida. Na Terra, antes da vida, podem já ter existidoprocessos químicos parecidos com a respiração e a fotossíntese nosolo, talvez para serem incorporados à vida quando esta surgisse.Além disso, sabem que as argilas da montemorlonita são umpotente catalisador na combinação de aminoácidos na maior cadeiade moléculas que lembram proteínas. As argilas da Terra primitivarrrrAreia e poeira trazidas pela corrente asotavento das crateras de impacto, noSinus Meridiani. Cortesia da NASA.Areia e poeira trazidas pela corrente asotavento das pequenas rochas nolocal de pouso da Viking 1. Cortesia daNASA.

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