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COSMOS

cosmos_de_carl_sagan

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32 - CosmosFósseis trilobitas. Acima, três espéciescegas, de meio bilhão de anos. No centro eabaixo, espécies posteriores mais desenvolvidas,com os olhos admiravelmentepreservados. Os trilobitas são um dosmuitos resultados da explosão cambriana.Reimpresso de Trilobitas, de Ricardo Levi-Setti, com permissão da University of ChicagoPress. Copyright © 1975 by theUniversity of Chicago.o oxigênio se tornou o principal constituinte da atmosfera terrestre,alterando-a irreversivelmente da sua característica originalrica em hidrogênio e terminando com a época da história da Terra,quando a essência da vida era formada por processos nãobiológicos.Mas o oxigênio tendia a dispersar as moléculas orgânicas.A despeito do nosso afeto, ele é fundamentalmente umveneno para a matéria orgânica desprotegida. A transição parauma atmosfera oxidante originou uma crise tremenda na históriada vida, e a maioria dos organismos, incapaz de competir com ooxigênio, pereceu. Poucas formas primitivas, como os bacilos dobotulismo e do tétano, conseguem sobreviver, mesmo hoje, somenteem ambientes livres de oxigênio. O nitrogênio na atmosferaterrestre é muito mais quimicamente inerte, e portanto, muitomais benigno que o oxigênio. Mas ele também é biologicamentemantido. Assim, 99% da atmosfera da Terra são de origem biológica.O céu é feito de vida.Na maior parte dos quatro bilhões de anos desde a origemda vida, os organismos dominantes eram algas azulesverdeadasmicroscópicas que cobriam e preenchiam os oceanos.Então, há 600 milhões de anos, o poder monopolizante dasalgas foi quebrando e emergiu uma proliferação de novas formasde vida, um evento chamado explosão cambriana. A vida surgiuquase que imediatamente após a origem da Terra, o que sugereque a vida pode ser um processo químico inevitável em um planetacomo a Terra. Mas a vida não evoluiu muito além das algasazul-esverdeadas por três bilhões de anos, o que sugere queformas de vida grandes, com órgãos especializados, são difíceisde evoluir, mais difíceis até do que a origem da vida. Talvez hajamuitos outros planetas que hoje possuam micróbios em abundância,mas não animais e vegetais grandes.Logo após a explosão cambriana, os oceanos transbordavamcom muitas formas de vida diferentes. Em torno de 500 milhõesde anos havia vastos rebanhos de trilobitas, animais belamenteconstruídos, lembrando um pouco insetos grandes; algunscaçavam em grupos no leito do oceano. Acumulavam cristais emseus olhos para detectar a luz polarizada. Não há trilobitas vivoshoje e nem nos últimos 200 milhões de anos. A Terra foi habitadapor animais e vegetais dos quais não há nenhum vestígio. E,naturalmente, muitas espécies agora no planeta não existiamantes. Não há sugestões, nas rochas antigas, de animais comonós. As espécies aparecem, resistem de modo mais ou menosbreve, e então batem as asas.Antes da explosão cambriana, as espécies pareciam suceder-seumas às outras um tanto lentamente. Em parte isto podeser conseqüência da riqueza das nossas informações — declinarrapidamente à medida que penetramos no passado; noinício da história do nosso planeta, poucos organismos possuíampartes duras, e seres moles deixam poucos traços fósseis. Masparte do ritmo indolente do aparecimento de formas drasticamentenovas, anteriores à explosão cambriana, é real; a evoluçãoesmerada da estrutura celular e da bioquímica não se refletede imediato nas formas externas reveladas pelos registrosfósseis. Após a referida explosão, novas adaptações primorosas

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