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COSMOS

cosmos_de_carl_sagan

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Toadas para um Planeta Vermelho - 117achamos provável que estes ventos pegaram a Marte 3, e o seupára-quedas foi desenrolado de tal modo que ela pousougentilmente na direção vertical, mas com uma velocidade perigosana direção horizontal. Uma espaçonave descendo sob o abrigo deum grande pára-quedas é particularmente vulnerável aos ventoshorizontais. Após o pouso, a Marte 3 pode ter realizado algunssaltos, batido em um bloco ou outra saliência marciana qualquer,tombado, perdido o contato do rádio com o seu "ônibus" condutor ese quebrado.Mas, por que a Marte 3 entrou no meio de uma grandetempestade de areia? A missão Marte 3 foi rigidamente organizadaantes do lançamento. Cada passo foi ensaiado por um computadorde bordo antes de deixar a Terra. Não havia como alterar oprograma do computador, mesmo quando a grande extensão datempestade de areia de 1971 tornou-se evidente. No jargão daexploração espacial, a missão Marte 3 foi pré-programada e nãoadaptada. O fracasso da Marte 6 é ainda mais misterioso. Nãohavia tempestade atingindo o planeta todo quando a espaçonavepenetrou na atmosfera marciana e nenhuma razão de suspeita detempestade local, como acontece algumas vezes no sítio do pouso.Talvez tenha havido uma falha de engenharia no momento dopouso, ou quem sabe alguma coisa parcialmente perigosa nasuperfície marciana. A combinação dos sucessos soviéticosnos pousos em vênus e dos fracassos em Marte causou-nosinteresse na missão americana Viking, que tinha sido informalmenteesquematizada para fixar um de seus dois móduloscuidadosamente na superfície marciana no bicentenário dosEstados Unidos, a 4 de julho de 1976. Como os predecessoressoviéticos, o módulo de excursão envolveu uma coberturaprotetora, um pára-quedas e retrofoguetes. A atmosfera de Martetem somente 1% da densidade da Terra, portanto foi desdobradoum pára-quedas muito grande, de dezoito metros de diâmetro, parasegurar a espaçonave em sua entrada no ar rarefeito de Marte. Aatmosfera é tão rarefeita que se a Viking tivesse pousado em umaelevação grande não teria havido atmosfera suficiente para brecar adescida adequadamente; teria despedaçado. Portanto, um requisitoera que o local da descida fosse uma região baixa. Atravésresultados da Mariner 9 e estudos do radar no solo, viemos aconhecer muitas áreas.Para evitar o provável destino da Marte 3, desejávamos quea Viking pousasse em um local e hora em que os ventos estivessemmenores. Os ventos que talvez tenham partido o módulo eramprovavelmente bastante fortes para levantar poeira da superfície.Se pudéssemos conferir que o provável local de pouso não estavacoberto por poeira flutuando e amontoandose, teríamos pelo menosuma pequena chance de garantia que os ventos não seriamintoleravelmente altos. Esta foi uma das razões pelas quais cadamódulo da Viking foi levado para a órbita de Marte pela nave-mãe ea descida retardada até a nave-mãe ter sobrevoado o sítio depouso. Descobrimos com a Mariner 9 que as mudançascaracterísticas nos padrões claros e escuros na superfície marcianaocorriam durante os ventos fortes. Certamente não poderíamos noscertificar que o sítio de pouso da Viking seria seguro, uma vez querrAmérica do Norte à noite, sua configuraçãosendo delineada pelas luzes dasgrandes cidades. Até mesmo a forma doLago Michigan é discernível através dasluzes da Grande Chicago. Esta imagemé uma evidência da vida na Terra. Masas luzes mais brilhantes e o crescentesobre o Canadá não são decorrentes dabiologia, mas sim da aurora boreal.Cortesia do Defense MeteorologicalSatellite Program.O Mediterrâneo Oeste à noite. A Itália ea Sicília estão claramente delineadaspelas luzes citadinas. As luzes maisbrilhantes são causadas pela queima degás natural nos campos petrolíferosargelinos, que seriam, evidentemente,adequados para iluminar uma boa parteda Europa urbana. Cortesia do DefenseMeteorological Satellite Program.

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