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COSMOS

cosmos_de_carl_sagan

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Toadas para um Planeta Vermelho - 119Havia muitas dificuldades, talvez demais. Nossos sítios de pousodeveriam não ser muito altos, com muito vento, muito duros, muitomacios, muito ásperos ou muito próximos aos pólos. É digno deobservação o fato de não haver locais em Marte que satisfizessemsimultaneamente todas as nossas reivindicações de segurança,mas ficou claro que nossa procura por um porto seguro levou-nosa locais de desembarque que eram, de um modo geral,monótonos.Quando cada uma das Vikings, nave-mãe e módulo, penetrouna órbita marciana foi, sem alterações, orientado o pouso emuma determinada latitude de Marte. Se o ponto mais baixo naórbita era 21° de latitude norte-marciana, o módulo desceria a 21°N, embora pela espera do giro do planeta, ela pudesse descer emqualquer longitude. Assim, a equipe de ciência da Vikingselecionou latitudes-candidatas para as quais haveria mais de umlocal promissor. Para a Viking 1 o alvo foi 21° N. O primeiro localfoi em uma região chamada Chryse (termo grego para a "terra deouro"), próxima à confluência de quatro canais sinuosos que sejulga terem sido talhados, em épocas anteriores da históriamarciana, pela água corrente. O local Chryse parecia satisfazer ocritério de segurança, mas as observações do radar tinham sidofeitas em áreas próximas e não no próprio Chryse. As observaçõesde radar do Chryse foram feitas pela primeira vez, emconseqüência da geometria da Terra e de Marte, somente poucassemanas antes da data certa do pouso.A latitude-candidata da descida para a Viking 2 foi 44° N; oprimeiro local chamado Cydonia, escolhido de acordo com algunsargumentos teóricos, apresentava uma chance significativa depequenas quantidades de água límpida, pelo menos durante algumtempo do ano marciano. Uma vez que as experiências biológicasda Viking eram fortemente voltadas para organismos que sesentem bem na água líquida, alguns cientistas sustentaram que achance da Viking encontrar vida seria substancialmente melhor emCydonia. Por outro lado argumentou-se que, em um planetaturbulento como Marte, os microrganismos estariam em toda aparte, se existissem. Parecia haver mérito em ambas as posiçõese foi difícil decidir. Contudo, o que estava claro, é que a 44° N eracompletamente inacessível à verificação pelo radar; teríamos queaceitar um risco considerável de malogro com a Viking 2 se fossedeterminada para uma alta latitude norte. Argumentou-se algumasvezes que se a Viking 1 estava pousada e trabalhando bem,deveríamos aceitar um risco maior para a Viking 2. Descobri-meformulando recomendações conservadoras em relação a umamissão de um bilhão de dólares. Podia imaginar, por exemplo, umafalha em um instrumento-chave em Chryse logo após uma descidainfeliz e estrondosa em Cydonia. Para ampliar as opções daViking, outros sítios de pouso, geologicamente bem diferentes deChryse e Cydonia, foram selecionados em uma região pesquisadapelo radar próximos à latitude 4 o S. A decisão se a Viking 2desceria em uma latitude alta ou baixa não foi tomada atévirtualmente o último minuto, quando um lugar com o nome cheiode esperança, Utopia, e na mesma latitude de Cydonia, foirrrrrrrrrrrrPartes do grande Vale Mariner, Vallis Marineris.Descoberto em 1971-1972 peloMariner 9, possui 5.000 quilômetros deextensão e aproximadamente 100 quilômetrosde largura. No modelo (ao alto)vêem-se vales tributários, causados possivelmentepela água descendo e pelascorrentes de vento associadas a craterasde impacto. As fotos enviadas pelo Mariner9 (centro e abaixo) mostram avalanchesque provocaram quedas de paredes ealargaram o vale, e um gigantesco campoescuro de duna de areia no solo do VallisMarineris. Cortesia da NASA. Modelo deDon Davis.

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