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COSMOS

cosmos_de_carl_sagan

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20 - CosmosSerápia, um deus sintético, combinandoatributos gregos e egípcios, introduzido noEgito por Ptolomeu I, no século III a.C.Usa um cetro e se faz acompanhar deCérbero, o cão de três cabeças do inferno.Alexandre, o Grande, com o cajado e omangual, e a mitra faraônica, como deviaaparecer na Biblioteca de Alexandria.Os livros perdidos de Aristarco, comodevem ter sido colocados nas prateleirasda Biblioteca de Alexandria.cérebros da época. Ela continha dez grandes salas para pesquisa,cada uma dedicada a um assunto, fontes e colunas, jardinsbotânicos, um zoológico, salas para dissecação, um observatórioe uma grande sala de jantar onde, nos momentos de lazer,se davam as discussões críticas das idéias.O coração da biblioteca era a sua coleção de livros. Osorganizadores pesquisaram todas as culturas e línguas do mundo.Enviavam agentes por toda a parte para comprar bibliotecas.Navios comerciais que aportavam em Alexandria eram vasculhadospela polícia, não à procura de contrabando, mas sim de livros.Os pergaminhos eram emprestados, copiados e enviadosde volta aos seus donos. Números preciosos são difíceis de seremestimados, mas parece provável que a biblioteca continhameio milhão de volumes, cada um deles um pergaminho de papiroescrito a mão. O que terá acontecido a todos esses livros? Acivilização clássica que os criou se desintegrou, e a biblioteca foideliberadamente destruída. Somente uma pequena parte destestrabalhos escapou junto com uns poucos fragmentos espalhados.E como nos são eles dolorosos! Sabe-mos, por exemplo,que havia nas prateleiras da biblioteca um livro do astrônomoAristarco de Samos, que questionava ser a Terra um dos planetase que, como eles, orbitava em torno do Sol, e que as estrelasestavam a distâncias enormes. Cada uma dessas conclusõesestá inteiramente correta, mas tivemos de esperar perto de doismil anos para a redescoberta. Se multiplicarmos por cem milnossa sensação de perda desse trabalho de Aristarco, começaremosa apreciar a grandiosidade da façanha da civilização clássicae a tragédia da sua destruição.Suplantamos em muito a ciência manuseada pelo mundoantigo, mas há hiatos irreparáveis em nosso conhecimento histórico.Imaginemos que mistérios sobre o nosso passado poderiamser resolvidos através de um empréstimo da biblioteca deAlexandria. Temos conhecimento de três volumes sobre a históriado mundo, agora perdidos, de um sacerdote babilônio chamadoBerossus. O primeiro volume tratava do intervalo entre aCriação e o Dilúvio, período este tido por ele como tendo sido de432.000 anos ou cerca de cem vezes maior do que a cronologiado Antigo Testamento. Eu me pergunto o que encontraria nele.Os antigos sabiam que o mundo era muito velho. Elesbuscavam penetrar no passado distante. Sabemos agora que oCosmos é bem mais antigo do que eles jamais imaginaram. Temosexaminado o universo no espaço e visto que vivemos emuma partícula de poeira circulando em torno de uma estrela monótonano canto mais remoto de uma galáxia obscura. E se somosum ponto na imensidão do espaço, ocupamos também uminstante na expansão das épocas. Sabemos agora que o nossouniverso, ou pelo menos a sua personificação mais recente temcerca de quinze a vinte bilhões de anos de existência. Este é otempo desde um evento explosivo extraordinário, chamado AGrande Explosão (Big Bang). No início deste universo, não haviagaláxias, estrelas ou planetas, vida ou civilizações, meramenteuma bola de fogo radiante e uniforme preenchendo todo o espaço.A passagem do Caos da Grande Explosão para o Cosmos

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