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COSMOS

cosmos_de_carl_sagan

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Céu e Inferno - 95tempo gasto por Vênus para completar uma volta em torno do seueixo. Descobriu-se que em relação às estrelas, Vênus girava umavez a cada 243 dias terrestres, mas de modo retrógrado, na direçãooposta a todos os outros planetas no sistema solar interior. Comoconseqüência, o Sol surge no oeste e se põe no leste, levando 118dias terrestres entre um amanhecer e o outro. Além disso, eleapresenta quase que exatamente a mesma face para a Terra cadavez que está mais próximo de nós. Embora a gravidade da Terratenha induzido Vênus a atingir sua própria taxa de rotação da Terra,isto não pôde acontecer com rapidez. Vênus não pode termeramente alguns milhares de anos, pois deve ser tão antigo comotodos os outros objetos no sistema solar interior.Alguns dos mapas de radar de Vênus foram obtidos pelosradiotelescópios de solo, outros, das Pioneers em órbita em torno doplaneta. Todos mostram evidências comprobatórias de crateras deimpacto. Há tantas que não são nem maiores e nem menores do queas terras altas lunares, e nos revelam mais uma vez que Vênus émuito antigo. Mas as crateras são acentuadamente superficiais,quase como se as altas temperaturas de superfície tivessemproduzido um tipo de rocha que flui durante longos períodos detempo, como caramelo ou massa de vidraceiro, amolecendogradualmente as saliências. Há grandes mesas, duas vezes maisaltas do que o platô tibetano, um imenso vale fendido, possivelmentevulcões gigantes e uma montanha tão alta quanto o Everest. Vemosagora, diante de nós, um mundo previamente escondidointeiramente pelas nuvens — suas feições foram primeiramenteexploradas pelo radar e pelos veículos espaciais.As temperaturas de superfície de Vênus, deduzidas pelaradioastronomia e confirmadas pelas medições diretas feitas pelasnaves espaciais são em torno de 480° C ou 900° F, mais quente quequalquer forno doméstico. A pressão correspondente, na superfície,é 90 atmosferas, 90 vezes a pressão que sentimos na atmosferaterrestre, o equivalente ao peso da água, 1 quilômetro abaixo dasuperfície dos oceanos. Para sobreviver em Vênus, uma naveespacial deve ser refrigerada e também construída como umsubmergível de grande profundidade.Cerca de doze veículos espaciais da União Soviética e dosEstados Unidos entraram na densa atmosfera de Vênus e penetraramem suas nuvens, e poucos sobreviveram, realmente, por umahora, mais ou menos, na superfície*. Duas naves espaciaisMapa elaborado com auxílio de radar daslatitudes equatoriais em Vênus. Regiõesbrilhantes refletem ondas de rádio de voltano espaço com clareza. Os círculosmostram regiões estudadas com grandesdetalhes, uma delas apresentada abaixo.Para um mapa global em detalhe de Vênus,veja a pág. 340. Goldstone TrackingStation, Jet Propulsion Laboratory.*A Pioneer Vênus foi uma missão bem sucedida dos Estados Unidos em 1978-79,combinando uma nave-mãe e quatro sondas de penetração atmosférica, duas dasquais sobreviveram brevemente na inclemência da superfície de Vênus. Há muitosprogressos inesperados na nave espacial de pesquisa para explorar os planetas.Entre os instrumentos a bordo da sonda de penetração da Pioneer Vênus estavaum radiômetro de fluxo de rede, idealizado para medir simultaneamente aquantidade de energia infravermelha fluindo de cima e de baixo em cada posiçãona atmosfera do planeta. O instrumento necessitou de uma forte janela que fossetambém transparente à radiação infravermelha. Foi importado um diamante de 13,5quilates e cortado na forma desejada. Contudo, o contratante requereu opagamento de $12,000 dólares de taxas de importação. O serviço de alfândegados Estados Unidos decidiu que após o diamante ser lançado para Vênus seriaincomerciável na Terra e o dinheiro devolvido ao fabricante.Close-up de uma região equatorial emVênus, vista da Terra pela radioastronomia.A faixa diagonal é a região de ondenão voltou nenhum dado útil. Vêem-sevárias crateras, a maior delas com quase200 quilômetros de diâmetro. As craterasem Vênus são muito superficiais quandocomparadas a outras de diâmetros similaresem outros mundos, sugerindo ummecanismo de erosão especial. GoldstoneTracking Station, Jet Propulsion Laboratory.

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