14.08.2015 Views

COSMOS

cosmos_de_carl_sagan

cosmos_de_carl_sagan

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

128 - CosmosCalota Polar Norte de Marte, circundadapor dunas de areia escura. Esta calota éformada primordialmente de gelo de água;a Calota Polar Sul é, principalmente,dióxido de carbono congelado. Paraescurecer as calotas seria menosdispendioso mover-se a areia adjacentedo que se levar material da Terra, mas osventos continuariam a branqueá-las. FotoMariner 9. Cortesia da NASA.Grandes rochedos íngremes de gelo, deum quilômetro de altura nos planaltos,arrumados como placas empilhadas naCalota Polar Norte de Marte. Os pontosespaçados regularmente são marcas fiduciaisno sistema de imagem do Mariner9. Cortesia da NASA.período de tempo. Felizmente há outros métodos menosdispendiosos, mas ainda altamente seguros de se fazerem sereshumanos.Penso que as formas de vida em muitos mundos consistirão,de um modo geral, dos mesmos átomos que temos aqui,talvez muitas das mesmas moléculas básicas, como proteínas eácidos nucléicos, mas reunidos de maneiras não familiares.Talvez organismos que flutuem em densas atmosferas planetáriassejam muito semelhantes a nós em sua composição atômica,exceto no fato de não terem ossos e, portanto, não necessitaremde muito cálcio. Talvez em outros locais seja utilizado outrosolvente. O ácido fluorídrico poderá servir, embora não hajamuita quantidade de flúor no Cosmos; este ácido provoca umgrande dano ao tipo de molécula que nos forma, mas outrasmoléculas orgânicas, a cera de parafina por exemplo, são perfeitamenteestáveis em sua presença. A amônia líquida seria umsistema de solvente ainda melhor, pois é muito abundante noCosmos, mas só é líquida em mundos bem mais frios do que aTerra ou Marte. A amônia é um gás comum na Terra, como o é aágua em Vênus. Ou talvez existam formas vivas que não possuamum sistema solvente — vida em estado sólido, onde hajasinais elétricos propagando-se e não moléculas flutuando.Mas estas idéias não liberam a noção de que asexperiências da Viking indiquem a presença de vida em Marte.Neste mundo semelhante à Terra, com carbono e águaabundantes, a vida, se é que existe, deve ser baseada emquímica orgânica. Os resultados desta, como os da microbiologiae os das nossas imagens, são todos consistentes com a nãoexistênciade vida nas finas partículas de Chryse e Utopia nosúltimos anos da década de 70. Talvez alguns milímetros dentrodas rochas (como nos vales secos da Antártica), ou em outrolocal no planeta, ou em um tempo anterior, mais clemente, masnão onde e nem quando olhamos.A exploração da Viking em Marte é uma missão degrande importância histórica, a primeira procura séria por outrostipos de vida que possam existir, a primeira sobrevivência de umaespaçonave funcionando por mais de uma hora em outro planeta(a Viking 1 sobreviveu por anos), fonte de uma rica colheita dedados sobre geologia, sismologia, mineralogia, meteorologia emais meia dúzia de outras ciências de outro mundo. Comoprosseguiremos nestes avanços espetaculares? Alguns cientistasdesejam enviar um engenho automático que pousaria, recolheriaamostras do solo e as traria de volta à Terra, onde poderiam serexaminadas em inúmeros detalhes em grandes laboratóriossofisticados e não naqueles microminiaturizados que somoscapazes de enviar à Marte. Deste modo, a maior parte dasambigüidades das experiências microbiológicas da Viking poderiamser resolvidas. A química e a mineralogia do solopoderiam ser determinadas; as rochas seriam partidas paraprocura da vida na subsuperfície; poderiam ser realizadoscentenas de testes de química orgânica e de vida, incluindo oexame microscópio direto sob uma grande gama de condições.Poderíamos utilizar até as técnicas de marcação de Vishniac.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!