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o texto literário no ensino de espanhol como língua ... - UERN

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encaminhamentos para a formulação <strong>de</strong> um conceito sobre poesia do ponto <strong>de</strong> vista da forma,<br />

entretanto não <strong>de</strong>vemos <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rar também os aspectos temáticos que envolvem a poesia.<br />

Assim, parece pertinente retomar aqui o pensamento <strong>de</strong> Eliot (1991, p. 28):<br />

As pessoas suspeitam às vezes <strong>de</strong> qualquer poesia com um propósito<br />

particular, isto é, a poesia em que o poeta <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> conceitos, sociais, morais,<br />

políticos ou religiosos, assim <strong>como</strong> outras pessoas julgam amiú<strong>de</strong> que<br />

<strong>de</strong>terminada poesia seja autêntica só porque exprime um ponto <strong>de</strong> vista que<br />

lhes apraz. Eu gostaria <strong>de</strong> dizer que a questão relativa ao fato <strong>de</strong> o poeta<br />

estar utilizando sua poesia para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r ou atacar <strong>de</strong>terminada atitu<strong>de</strong> social<br />

não interessa. O mau verso po<strong>de</strong> obter fama temporária quando o poeta<br />

reflete uma atitu<strong>de</strong> popular do momento; mas a verda<strong>de</strong>ira poesia sobrevive<br />

não apenas à mudança da opinião pública <strong>como</strong> também à complexa<br />

extinção do interesse pelas questões com as quais o poeta esteve<br />

apaixonadamente envolvido.<br />

A percepção <strong>de</strong> Eliot sobre o que realmente é importante ao olhar a poesia é<br />

interessante. Através <strong>de</strong>la, po<strong>de</strong>mos retirar um encaminhamento para um possível conceito<br />

para o que é consi<strong>de</strong>rado realmente poesia. Segundo Eliot (1991, p. 29), na poesia, “há<br />

sempre comunicação <strong>de</strong> alguma <strong>no</strong>va experiência, ou uma <strong>no</strong>va compreensão do familiar, ou<br />

a expressão <strong>de</strong> algo que experimentamos e para o que não temos palavras – o que amplia a<br />

consciência ou apura <strong>no</strong>ssa sensibilida<strong>de</strong>”. A poesia proporciona algo mais para a vida, isto é,<br />

ela ultrapassa o simples prazer. Logo, “qualquer poeta, haja sido ele gran<strong>de</strong> ou não, tem algo a<br />

<strong>no</strong>s proporcionar além do prazer, pois se for apenas isso, o próprio prazer po<strong>de</strong> não ser da<br />

mais alta espécie” (ELIOT, 1991, p. 29).<br />

Assim, a literatura e a poesia, pelos propósitos aqui estabelecidos, po<strong>de</strong>m ser vistas<br />

<strong>como</strong> uma materialida<strong>de</strong> linguística que se situa <strong>no</strong> campo <strong>de</strong> subversão da própria <strong>língua</strong>,<br />

conforme Barthes (2000), mas acrescida <strong>de</strong> um elemento particular <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado povo e<br />

sua cultura. Diante do exposto é que <strong>no</strong>s perguntamos: Qual é a importância <strong>de</strong> trabalhar com<br />

leitura poética na sala <strong>de</strong> aula <strong>de</strong> Língua Estrangeira? Para tentarmos dar uma resposta a essa<br />

questão recorremos a Eliot (1991), que <strong>no</strong> ensaio A função da poesia afirma que<br />

a poesia difere <strong>de</strong> qualquer outra arte por ter um valor para o povo da mesma<br />

raça e <strong>língua</strong> do poeta, que não po<strong>de</strong> ter para nenhum outro. É verda<strong>de</strong> que<br />

até a música e a pintura tem um caráter local e racial; mas <strong>de</strong>certo, as<br />

dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> apreciação <strong>de</strong>ssas artes, para um estrangeiro, são muito<br />

me<strong>no</strong>res. É verda<strong>de</strong>, por outro lado, que os <strong>texto</strong>s em prosa têm um<br />

significado em suas próprias <strong>língua</strong>s que se per<strong>de</strong> na tradução; mas todos<br />

sentimos que per<strong>de</strong>mos muito me<strong>no</strong>s ao lermos uma <strong>no</strong>vela traduzida do que<br />

um poema vertido <strong>de</strong> outro idioma. (p. 29-30).<br />

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