Revista Universidade e Sociedade - Andes-SN
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Conferências Nacionais de Educação – CONEDs.<br />
Seu conteúdo foi expressão da correlação de forças<br />
daquele momento histórico, em especial o corolário<br />
da hegemonia neoliberal no governo federal<br />
e no parlamento.<br />
Mesmo limitado em seu conteúdo, o PNE sofreu<br />
vetos presidenciais, os quais incidiram em todos<br />
os aspectos financeiros que contraditavam com o<br />
ajuste fiscal implementado pelo governo federal.<br />
Assim, a insuficiente previsão de elevação dos<br />
investimentos educacionais para 7% do PIB ao fim<br />
da década foi vetada.<br />
Avaliar a execução do PNE 2001-2010 é lançar luz<br />
sobre a política educacional do segundo mandato de<br />
Fernando Henrique Cardoso e nos dois mandatos<br />
de Lula. Encerrada a vigência deste primeiro plano<br />
educacional o balanço é negativo.<br />
De um lado, apesar de ter força legal, o plano não<br />
foi o norte condutor das políticas educacionais dos<br />
governos citados. Assim, podemos identificar uma<br />
fraca influência de suas diretrizes nos programas e<br />
ações implementados nos governos anteriormente<br />
referidos. É óbvio que sendo um plano tão abrangente<br />
e com uma preocupação grande com a expansão da<br />
oferta educacional, as ações governamentais (nas<br />
suas várias esferas) tiveram incidência positiva<br />
no aumento de vagas, especialmente no ensino<br />
fundamental, etapa de ensino que havia sido<br />
priorizada pela Emenda Constitucional n° 14/1996,<br />
que criou o FUNDEF.<br />
O principal embate ocorrido na tramitação do<br />
plano foi a definição de quanto o Estado Brasileiro iria<br />
destinar para a educação pública no decênio 2001-<br />
2010. Em 2001, o investimento direto em educação<br />
era de apenas 3,9% do Produto Interno Bruto. Este<br />
percentual, além de insuficiente, estava distribuído<br />
de forma desigual entre os entes federados.<br />
A União participava com apenas 0,74%, os Estados<br />
participavam com 1,66% e os municípios com<br />
1,55% do PIB. A participação da União representava<br />
apenas 18,81% do total dos recursos aplicados<br />
diretamente em educação.<br />
ANDES-<strong>SN</strong> n junho de 2012 145