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Revista Universidade e Sociedade - Andes-SN

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Debate Contemporâneo<br />

8,0<br />

7,0<br />

6,0<br />

5,0<br />

4,0<br />

3,0<br />

2,0<br />

1,0<br />

3,9<br />

A participação da União é inversamente<br />

proporcional a sua participação na arrecadação de<br />

tributos em nosso país.<br />

4,0 4,1<br />

União<br />

Estados<br />

Municípios<br />

18,3%<br />

24,6%<br />

De todos os recursos que constituem o fundo<br />

público brasileiro, nada menos que 57,1%<br />

permanecem à disposição da União. Apenas 24,6% são<br />

direcionados para os Estados e os 5.564 municípios<br />

abocanham apenas 18,3% destes recursos. Assim, a<br />

participação da União no montante de investimentos<br />

146 UNIVERSIDADE E SOCIEDADE<br />

Gráfico 1 – Recursos disponíveis<br />

por ente federado – 2010<br />

57,1%<br />

FONTE: Conselho de Desenvolvimento Econômico e<br />

Social (CDES), 2011<br />

Gráfico 2 - Investimento direto<br />

em educação – 2001-2010<br />

3,9 3,9 3,9 4,3 4,5<br />

4,7 5,0 5,1<br />

0,0<br />

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011<br />

FONTE: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio<br />

Teixeira (Inep), 2011<br />

diretos em educação é inferior a sua capacidade,<br />

postura que sobrecarrega os Estados e os municípios.<br />

A sociedade civil defendeu que houvesse um<br />

salto de qualidade e o investimento chegasse a, no<br />

mínimo, 10% do PIB ao fim da década. E defendia<br />

que a distribuição das responsabilidades se tornasse<br />

mais equânime, ou seja, proporcional à capacidade<br />

tributária de cada ente federado. Ao fim da tramitação<br />

prevaleceu a hegemonia do governo federal e foi<br />

aprovado um percentual de 7% do PIB. Mesmo este<br />

percentual foi vetado pelo então presidente Fernando<br />

Henrique Cardoso, e mantido pelo presidente Lula.<br />

O gráfico 2 mostra que a evolução do investimento<br />

público direto na última década ficou muito aquém<br />

do que havia sido aprovado pelo Congresso Nacional<br />

e ainda mais distante do que foi reivindicado pela<br />

sociedade civil. Houve um crescimento de 29% no<br />

decorrer da década e tal crescimento só se viabilizou<br />

após 2006, ou seja, todo o pequeno crescimento<br />

percentual foi alcançado nos últimos cinco anos de<br />

vigência do plano.<br />

Uma política que induziu o<br />

crescimento do setor privado na<br />

educação<br />

A consequência de um desempenho em termos de<br />

financiamento tão restrito é que alguns dos importantes<br />

gargalos educacionais não foram devidamente<br />

resolvidos. É exemplar a situação da oferta de vagas na<br />

educação infantil (creche e pré-escola).<br />

O atendimento em creche (crianças de zero a<br />

três anos de idade) conseguiu incluir apenas 23,6%<br />

das crianças nesta faixa etária. E a oferta privada<br />

corresponde a 24% deste total, percentual que equivale<br />

ao dobro do verificado no ensino fundamental. Uma<br />

parte desta oferta privada na verdade é subsidiada<br />

por recursos públicos (27%), que mantém uma rede<br />

de instituições conveniadas. A existência desta rede<br />

conveniada, inclusive com fins lucrativos, consolida<br />

uma oferta precária, seja em termos de insumos<br />

educacionais oferecidos, seja em termos de direitos<br />

assegurados aos trabalhadores da educação infantil.<br />

Além da pouca cobertura o atendimento é mal<br />

distribuído espacialmente (concentrado na região sul

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